TAP. Sindicato pede a tripulantes que não voem sem desinfetante e critica falta de “respostas”, empresa nega

Não voar se não houver desinfetante a bordo e usar máscaras e luvas durante toda a viagem. São estas as indicações que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil deixou esta sexta-feira aos tripulantes que trabalhem para a TAP, argumentando que a empresa não está a dar "respostas" sobre medidas adicionais de segurança para o pessoal de voo - uma crítica que a TAP nega em resposta ao Expresso, garantindo ter todo o material de higiene disponível a bordo.

As orientações, deixadas em comunicado, surgem porque os sindicalistas dizem continuar à espera de medidas que "mitiguem a propagação do vírus Covid-19 e protejam os tripulantes de cabine", concluindo que "a paciência tem limites e a saúde não tem preço". É "intolerável", argumentam, que a empresa "coloque alguns trabalhadores em casa, protegendo-os, e relativamente aos tripulantes de cabine, que são a linha da frente, seja profundamente ineficaz e lenta nas suas decisões".

É aqui que surgem as indicações para que o pessoal que voa nas cabines use máscaras "sempre que ache necessário" e luvas "durante todo o voo"; verifique se a limpeza cumpre os requisitos necessários e que "a administração tanto apregoa"; e, caso não haja gel desinfetante a bordo, "recusar-se a fazer o voo".

O sindicato remata o comunicado avisando que, se estas medidas levarem a que a empresa abra algum processo disciplinar contra um dos trabalhadores ou aposte "noutra forma de perseguição", o SNPVAC recorrerá a "todos os meios legais para proteção de todos os seus associados".

Questionado pelo Expresso, o gabinete de comunicação da TAP garantiu que está desde janeiro "a informar cuidadosamente e em tempo real todos os seus trabalhadores" sobre os procedimentos corretos de segurança quanto ao surto de Covid-19, incluindo via sessões de streaming pelos clínicos da empresa. Por outro lado, a empresa faz notar que "o uso de máscaras não é aconselhado" em pessoas assintomáticas pelas autoridades de Saúde e que o procedimento preferencial para a higiene deve ser a lavagem das mãos, embora garanta que disponibiliza "todo o material necessário a bordo, máscaras, desinfetantes e luvas".