Economia

Sem espaço para crescer, as companhias aéreas apelam à conclusão urgente das obras na pista da Portela

24 fevereiro 2020 10:20

ana baião

O aeroporto de Lisboa "está perto da saturação", diz a RENA. A associação das companhias aéreas em Portugal assegura que está a aletar para este problema há mais de dois anos. A falta de slots para as companhias aterrarem no verão é a gota de água

24 fevereiro 2020 10:20

A reação das companhias aéreas surge depois de terem visto recusados grande parte dos slots (faixas horárias para aterrar e descolar) que pediram para o aeroporto Humberto Delgado, para o verão de 2020. Uma recusa que decorre do constrangimentos de espaço que existe neste momento no aeroporto de Lisboa, gerido pela ANA. A RENA, associação que representa as companhias aéreas que operam em Portugal, apela à conclusão rápida das obras no Humberto Delgado e à construção do novo aeroporto.

"A RENA reitera o apelo ao Governo e à concessionária para que sejam tomadas as medidas necessárias para adequar a capacidade da infraestrutura aeroportuária de Lisboa às necessidades da indústria. Isto passa não só pelo desenvolvimento do novo aeroporto mas também – e no imediato – pela conclusão das obras urgentes no Aeroporto Humberto Delgado para introduzir saídas rápidas para a pista 03/021, construção de novos stands de estacionamento e, sobretudo, pela melhor coordenação da gestão do espaço aéreo nas componentes militar e civil", defende António Moura Portugal, diretor executivo da RENA - Associação das Companhias em Portugal.

"O país precisa de adequar a infraestrutura e a oferta às necessidades dos operadores e da procura, sob pena de se perderem oportunidades para um setor decisivo para a economia do país", sublinha Moura Portugal. O presidente da TAP, que também faz parte da RENA, disse esta semana que a companhia vaiu cancelar este verão 1500 voos por falta de slots. Antonoaldo Neves estimou em 150 mil o número de turistas que o país deixa de receber.

"O Aeroporto Humberto Delgado está próximo da saturação. É algo que é público e que era expectável. A Associação tem vindo a alertar para este problema há mais de dois anos e muito pouco tem sido feito para evitar a atual situação", diz o diretor executivo da RENA. E acrescenta: Para obviar a este estado de coisas é fulcral que as obras projetadas para o Aeroporto de Lisboa sejam realizadas pela ANA Aeroportos de forma célere, calendarizada e competente".

Para este período de verão, diversas companhias associadas da RENA solicitaram pedidos de slots para novos voos, tendo como destino ou partida o Aeroporto de Lisboa, mas parte desses pedidos não foram acomodados por falta de capacidade da infraestrutura, lamenta a associação, dizendo que quem fica a perder com a falta de planeamento é o país.