24 outubro 2019 13:30
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APRITEL diz recear que, com as condições anunciadas pelo regulador das comunicações para a introdução da quinta geração de telecomunicações, Portugal possa ficar para trás no lançamento do 5G. E diz mesmo que o calendário anunciado pela Anacom é "curto e comprometedor"
24 outubro 2019 13:30
A Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (APRITEL) disse esta quinta-feira em comunicado que “receia que Portugal se atrase no lançamento do 5G por causa das condições anunciadas pelo regulador”. E “considera que os documentos colocados ontem a consulta pública ficam aquém do expectável e necessário”.
Na quarta-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) anunciou as condições para o lançamento do 5G, tendo feito saber que optou pelo leilão, por considerar que esse é um processo mais transparente. O início do leilão está previsto para abril de 2020 e o encerramento dois meses depois. A entrega da licença deverá acontecer em julho-agosto do mesmo ano. Esta tecnologia aumenta significativamente a velocidade da transmissão de dados e é vista como um grande avanço para várias indústrias.
“As propostas relativas ao concurso são ainda muito genéricas e nada reveladoras da estratégia do País para a atribuição de espectro. Tal significa que estamos a protelar no tempo a discussão e a comprometer a atribuição de espectro nos prazos desejáveis”, acrescenta a associação liderada por Pedro Mota Soares.
Diz também a APRITEL que “não existe qualquer garantia de que todos os operadores terão acesso ao espectro necessário para explorar, de uma forma eficiente e inovadora, todas as potencialidades do 5G. Isto porque não está garantida a disponibilidade efectiva, na altura do leilão, da quantidade de espectro que a Comissão Europeia entende como ideal - no caso da faixa dos 3.6 GHz de blocos contíguos de 80 a 100 MHz, nem se conhece o entendimento do regulador sobre a reserva de espectro e os respetivos caps de atribuição. E considera que “o calendário é curto e comprometedor”.
No comunicado o secretário geral da APRITEL, considera lamentável que Portugal se atrase nesta matéria “principalmente quando sempre estivemos na linha da frente da inovação neste setor”. Quanto mais tempo passa, “reduzem-se as possibilidades de Portugal tirar o maior partido possível das potencialidades que o 5G oferece”, diz Pedro Mota Soares.