A 16 de abril de 2010 chega ao Tribunal da Amadora uma carta rogatória pedindo às autoridades nacionais que façam buscas e apreensões num pequeno escritório na Reboleira. Origem: procuradoria geral de Frankfurt. Motivo: suspeitas de que uma empresa portuguesa pertencia a uma rede internacional de fraude fiscal com licenças de emissão de dióxido de carbono, orquestrada por funcionários do Deutsche Bank, que em apenas cinco meses tinha desfalcado o Estado alemão em €27,5 milhões de IVA.
A rusga deveria fazer-se dali a 12 dias, com ações simultâneas na Alemanha e no Reino Unido, para apanhar os suspeitos desprevenidos. A 27 de abril, o procurador José Freire emite o mandado e contacta a PSP, mas, à última hora, suspende a operação. Descobrira entretanto que a Green Cloud Unipessoal era uma empresa fantasma. A sala 5 do número 17-C na Reboleira, o edifício espelhado Amadora Trade Center, era uma mera caixa de correio.
*No projeto Grand Theft Europe, o Expresso associou-se a uma rede de 35 parceiros de comunicação social de toda a Europa, coordenada pelo centro de investigação alemão Correctiv, uma organização sem fins lucrativos, para investigar o “carrossel do IVA”, a maior fraude fiscal em curso na União Europeia. Pode ler mais aqui: www.grand-theft-europe.com
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. Pode usar a app do Expresso - iOS e Android - para descarregar as edições para leitura offline)
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: emiranda@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes