Economia

Conselho das Finanças Públicas: Previsões de Centeno são prováveis, mas não as mais prováveis

A meta de um défice de 0,2% do PIB para 2019 e de um crescimento de 1,9% este ano e no próximo é endossada pelo Conselho das Finanças Pùblicas, apesar de considerar não ser o mais provável. No entanto, para o período de 2021 a 2023, a equipa de Nazaré Costa Cabral considera que as projeções do ministro são otimistas

O cenário para 2019 e 2020 apresentado esta segunda-feira por Mário Centeno no Programa de Estabilidade 2019-2023 (PE) é considerado "como um cenário provável" pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP). No entanto, sublinha que "não [é] o mais provável", face às previsões mais pessimistas avançadas este ano pela Comissão Europeia e pelo Banco de Portugal e na semana passada pelo Fundo Monetário Internacional.

O Conselho dirigido pela economista Nazaré Costa Cabral considera que as previsões apresentadas pelo governo se "encontram dentro do limite de serem consideradas como prováveis, ainda que sujeitas a riscos descendentes", nomeadamente externos, onde há um enorme grau de incerteza sobre os desfechos do Brexit e da guerra comercial, e do andamento de economias na zona euro que são clientes importantes de Portugal (como a Alemanha).

Onde o CFP não acredita nas projeções de Centeno é no horizonte de médio prazo até 2023, considerando que o exercício de Centeno revela uma "divergência significativa face às demais previsões e projeções, tanto no que diz respeito ao crescimento do produto, como em relação à trajetória de aceleração". O Conselho acusa essa parte do PE como revelando um cenário macroeconómico que nem é provável nem prudente. O documento do CFP considera "otimistas" a previsão de crescimento do consumo privado e a projeção de uma continuação da tendência de dinamismo das exportações.

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