Três jogos de fora

Juan Severino afastado do Mundial

13 setembro 2007 19:05

Rui Cardoso, enviado a França

robert pratta/ap

O jogador de origem argentina ao serviço da selecção portuguesa foi punido com quatro semanas de suspensão, o que o põe fora dos convocáveis para os próximos três jogos, incluindo o de sábado, às 12.00, com a Nova Zelândia.

13 setembro 2007 19:05

Rui Cardoso, enviado a França

Juan Severino, Segunda Linha da selecção portuguesa, foi punido com quatro semanas de suspensão pela Comissão de Disciplina da IRB (federação internacional organizadora do Mundial de França). Esta informação foi divulgada oficiosamente, hoje ao final da manhã, em Chambon-sur-Lignon, quartel-general da equipa lusa. A cabeçada dada a um jogador escocês, no domingo, no último minuto do jogo, foi considerada, não uma ocorrência fortuita, mas uma agressão, e castigada com a pena mínima de suspensão, já que a sanção mais pesada para esta infracção poderia chegar às 12 semanas.

A direcção da equipa portuguesa apresentou recurso, cujo resultado deverá ser conhecido amanhã, ainda que, segundo os responsáveis lusos, "a esperança não seja muita". É a segunda suspensão por quatro semanas deste campeonato (a primeira visou um atleta norte-americano), já que as penas mais frequentes para outros casos de jogo têm sido de, apenas, uma ou duas partidas de suspensão.

Falando aos jornalistas no final do treino, o outro argentino da Selecção, o pilar, Cristian Spachuck, manifestou-se triste pelo afastamento do seu amigo, que considerou "o jogador ideal para aquela posição". Na mesma ocasião, o Terceira Linha, Diogo Coutinho, agora chamado ao lote dos convocados para o jogo com a Nova Zelândia, lamentou a ausência de Juan Severino mas lembrou que "temos outros bons jogadores". Vasco Uva, capitão da equipa, manifestou tristeza pelo sucedido e lamentou que, do ponto de vista disciplinar, só pareça, até agora, ter havido mão pesada para as equipas mais pequenas.

Com um jogador a menos, o treinador-adjunto, o argentino Daniel Hourcade que, devido à ausência forçada de Tomaz Morais, orientou a preparação do jogo com os neo-zelandeses, concebeu uma táctica e uma equipa "ao nível do adversário que vamos enfrentar". Rodou alguns elementos do plantel, apostando, nalguns casos, em atletas de maior compleição física, caso do já referido Diogo Coutinho ou do Segunda Linha, Marcelo d?Orey, o mais pesado dos Lobos, logo depois do Pilar Rui Cordeiro (que, desta vez, iniciará a partida no banco). Considerando "impossível" a vitória no jogo, Hourcade referiu ter traçado "objectivos ambiciosos, tanto para a defesa, como para o ataque". Uma táctica, assim interpretada por Diogo Coutinho: "Vamos ter que defender, defender e defender, pois só assim poderemos ter hipótese de atacar com algum sucesso".

Para os jogadores, um dos grandes momentos da partida, será assistir, cara-a-cara, à dança guerreira dos adversários, o celebrado "Te Raupahara Haka". Neste Mundial foi vista com desagrado a atitude da selecção italiana que, antes do início da partida, formou uma anel e se abraçou de costas para os "All Blacks", enquanto estes executavam o seu ritual. "Claro, que nós não faremos nada disso", adiantou, em conversa informal com os jornalistas o treinador adjunto da selecção. Antecipando qual deverá ser a reacção portuguesa a esses instantes da pré-partida, Vasco Uva foi claro: "Vamos respeitar e admirar, ali ao pé de nós, um dos momentos mais bonitos do râguebi e, quem sabe, talvez o 'haka' também nos dê força a nós".

Tomaz Morais, forçado a deslocar-se a Portugal devido a doença grave de um familiar próximo, é esperado, hoje, 5ª feira, ao fim do dia no aeroporto de Lyon, devendo já acompanhar o treino de adaptação ao relvado, 6ª feira às 12.00 (menos uma hora em Lisboa). A partida, para a qual se espera forte assistência portuguesa, desenrolar-se-á sábado, ao meio dia, no Estádio Gerland, em Lyon, com transmissão directa na Sport TV.