Viver com o salário mínimo

Sem dinheiro

2 fevereiro 2009 20:12

O jornalista que viveu um mês com o salário mínimo ficou sem dinheiro a dois dias do fim do mês. A experiência será toda contada na edição de 7 de Fevereiro do jornal Expresso.

2 fevereiro 2009 20:12

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A experiência de viver com o salário mínimo durante Janeiro falhou por dois dias. A 29 de Janeiro ultrapassei a fasquia dos 450 euros.

Má gestão do dinheiro? A inesperada conta da electricidade que chegou no final do mês e rebentou com o "plafond"? Sim. Parte da culpa do insucesso passa por aí, é certo.

Quem vive há muito tempo com um salário tão baixo tem a (dura) experiência de saber contabilizar todos os tostões para poder viver com o máximo de dignidade. Eu pelo contrário, há alguns anos que recebo mais dinheiro do que os supracitados 450 euros. E, mesmo não sendo uma pessoa de extravagâncias, acabei por me desabituar a contar com tão pouco.

Mas mais do que uma gestão duvidosa do dinheiro, o cerne da questão é que 450 euros é realmente uma quantia muito baixa.

Mesmo para quem (como eu) não teve de colocar dinheiro de lado para pagar a renda da casa. E para quem (como eu) teve a ajuda de colegas (as boleias de carro) e da família (comida caseira).

A maioria das pessoas que trabalha nas fábricas, em supermercados, ou mesmo em multinacionais de sucesso que se aproveitam a crise para pagar pouco, não tem essa sorte.

Não precisava de ler as dezenas de testemunhos que me chegaram via e-mail de pessoas que vivem com esta quantia para me aperceber da dura realidade. Estas suas cartas têm pelo menos a grande virtude de chamar a atenção (a mim e aos leitores) para um fenómeno que afecta uma grande parcela da população portuguesa.

No próximo sábado, dia 7 de Fevereiro, irei publicar na edição em papel, o resumo desta (polémica) epopeia.