25 janeiro 2009 19:59
A uma semana do final do mês, fui ao Hiperdiscount mais popular do país e da Alemanha. Mas nem tudo é mais barato.
25 janeiro 2009 19:59
Com o novo ano, o salário mínimo subiu para os 450 euros. O repórter do Expresso Hugo Franco vai contar diariamente como é viver com este dinheiro. Não é comum o jornalista tornar-se notícia. Mas abrimos uma excepção...
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O saldo da minha conta está no vermelho. Para ser menos vago, depois das compras no Lidl deste fim-de-semana, tenho pouco mais de 30 euros no bolso até ao final do mês.
Quando entrei com o carrinho vazio no Hiperdiscount mais popular do país, ainda acreditava em milagres. Imaginei que iria enchê-lo por meia dúzia de euros.
De barato até à borla, porém, vai uma longa distância.
Comecei a ficar preocupado quando vi os preços das frutas e verduras - não muito diferentes das do Dia, Continente ou Pingo Doce - e com um ar ligeiramente menos viçoso. Dei o desconto, pois no final de um Sábado, já meio mundo por ali passou para fazer as compras do fim-de-semana.
Na secção dos iogurtes, a moral voltou a subir um pouco. Mas se queria barato, baratinho teria de comprar as marcas brancas, made in Germany, de que nunca ouvira falar. Por mais uns cêntimos, joguei pelo seguro, e tirei da prateleira um pack de uma marca conhecida, com anúncios na televisão, portuguesa.
Leite do dia, nem vê-lo. Limitei-me a comprar três os pacotes verdes e brancos meio-gordo, por um preço semelhante ao de um outro supermercado qualquer. Manteiga clássica também não.
No sector das massas, sumos e pizzas voltei a sorrir. Os bons preços eram compatíveis com a aparente qualidade. Os olhos também comem, como todos sabem.
Comida para cães e gatos não falta, e a preços bons, mas como não tenho animais de estimação não ia levar umas latas para casa só pelo factor pechincha. Adiante.
O carrinho das compras foi ficando mais pesado com os pactores de lenços de papel e papel higiénico, com as bananas da Madeira empacotadas e pêra rocha da zona centro, bolachas Maria marca branca (bem estaladiças como vim a comprovar mais tarde) e mais umas salsichas de frasco genuinamente alemãs. Bem boas.
Ao passar pela caixa registadora, com os sacos de plástico lá de casa, passou-me um calafrio. Quase 30 euros em compras, o que nem era muito, diga-se de passagem. Mas antes de entrar no estabelecimento comercial, pensava gastar pouco mais de metade dessa quantia.
Não sou bom a fazer contas, está provado.
Se vivesse o resto do ano com o salário mínimo, a matemática e a estatística teriam de se tornar bem mais apuradas. Ou nunca sairia da bancarrota.