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Sabe que seguros tem?

29 outubro 2012 8:00

Elisabete Tavares (texto), Dimitri Vervitsiotis/Gettyimages (foto)

Evitar a duplicação de coberturas pode valer centenas de euros por ano. Analise bem os produtos que contratou.

29 outubro 2012 8:00

Elisabete Tavares (texto), Dimitri Vervitsiotis/Gettyimages (foto)

É que além dos seguros de saúde, de vida, habitação e automóvel, os consumidores têm ainda seguros a que não prestam atenção. É o caso dos seguros associados aos cartões de débito e de crédito, por exemplo. Muitas vezes, costumam ter associados seguros que cobrem questões de saúde, assistência em viagem e responsabilidade civil, ou seja, danos involuntariamente causados a terceiros. Quanto maior o plafond do cartão, maior o capital seguro.

"Muitas vezes os portugueses contratam seguros para cobrir situações que já estão cobertas por outros seguros de que já dispõem", afirma Mónica Dias, especialista em seguros da Deco, a associação para a defesa dos consumidores. "E em caso de duplicação de coberturas não é possível, na maior parte dos casos, acionar mais do que uma, exceto no caso de indemnizações por morte ou invalidez", refere. Por isso, vale mais rever todas as coberturas existentes nos vários seguros e eliminar as que estão em duplicação, poupando assim muitos euros.

Além dos cartões de débito e de crédito, há também os seguros feitos pelas empresas empregadoras e que normalmente abrangem saúde e vida.

Existem ainda os seguros multirrisco habitação que, por exemplo, podem cobrir indemnizações a terceiros por danos causados pelos membros da família, incluindo as crianças, e também pelos animais de estimação.

Para ir de férias, normalmente não é necessário contratar seguros de viagem, pois estes já estão contemplados noutros seguros. Por exemplo, no seguro automóvel está incluído um seguro de assistência em viagem que pode ser acionado mesmo que se esteja a viajar sem a viatura a que diz respeito o seguro. E esta assistência cobre doença, acidentes, despesas médicas e farmacêuticas, prolongamento de estada, entre outras situações. O que varia nas apólices são os limites de capital. "E quem viaja para qualquer país europeu deve antes tirar o cartão europeu de seguro de doença que permite o acesso aos hospitais e serviços de saúde públicos", lembra Mónica Dias.

Simular e comprar é essencial

Na hora de contratar um seguro, há duas regras de ouro: adquirir apenas o necessário e pesquisar no mercado os vários preços disponíveis.

Hoje, existem inúmeras formas de contratar um seguro e proliferam simuladores para comparar preços e coberturas. "No caso dos seguros automóvel, por exemplo, numa prospeção de mercado que fizemos para uma mesma apólice, para o mesmo condutor e viatura, encontrámos diferenças que chegaram a €1000 por ano, no caso do seguro completo", avisa Mónica Dias. Vale também a pena sondar as empresas que vendem seguros por telefone.

E nem sempre é preciso mudar de seguradora. A disponibilidade para regatear é hoje muito maior, e a maior parte das seguradoras acaba por acompanhar uma simulação de uma concorrente que lhe seja apresentada pelo cliente. A internet pode ser um excelente meio para o interessado em contratar um seguro. Os vários simuladores disponíveis permitem estudar as várias coberturas e preços. Depois, é só imprimir algumas simulações e levá-las à companhia de seguros com a qual já se tem uma relação e, normalmente, esta cobre a proposta. Se não o fizer, se calhar está na hora de mudar de companhia de seguros.

Fazer vários seguros na mesma companhia pode também compensar e dar origem a algumas poupanças. E em alguns casos pode ser mesmo a solução mais inteligente, como por exemplo na contratação de um seguro para quem prefere conduzir moto. A maioria das companhias faz cara feia a cobrir esta situação dados os riscos elevados que estão associados à condução de um veículo de duas rodas. Aqui, a chave pode estar em falar com uma companhia de seguros com a qual já se tem uma relação, seja através de um seguro de vida ou automóvel.

E para quem arrenda casa, poupar pode mesmo significar segurar o recheio da habitação. É que os prejuízos por não se ter seguro para os móveis, roupas e demais bens pode sair muito caro em caso de algum problema. É que ao proprietário só é exigido um seguro de incêndio, o seguro do recheio está por conta do arrendatário. Isto no caso de a habitação ser arrendada vazia, porque se estiver mobilada o caso muda de figura.

Verificar os seguros já existentes

Analisar as coberturas dos seguros associados aos cartões de débito e crédito, seguros feitos pelas empresas empregadoras e também as coberturas dos demais seguros, como o automóvel e a habitação. Normalmente, abrangem coberturas em duplicado.

Definir reais necessidades

Antes de contratar um seguro, é fundamental apurar quais as necessidades reais do que precisa ser acautelado. Isto porque contratar um seguro com coberturas excessivas pode sair caro.

Pesquisar e comparar

Por telefone ou internet facilmente se fazem simulações e se comparam preços e coberturas. Por isso, antes de escolher, pesquise e compare para escolher a melhor opção e a mais económica. E não é necessário mudar de companhia de seguros. Apresentar uma simulação de uma concorrente faz milagres.