Crise financeira

Notícias Lusa do dia 6 de Outubro de 2008

6 outubro 2008 23:59

Notícias da agência Lusa sobre crise financeira que está a abalar o mundo.

6 outubro 2008 23:59

23h38 06/10/08 - BCE continuará a injectar dinheiro no sistema bancário "enquanto for necessário"

O Banco Central Europeu vai continuar a injectar liquidez no sistema bancário para ajudar as instituições durante a actual crise "enquanto for necessário", anunciou hoje o seu presidente, Jean-Claude Trichet.

"Continuaremos a fornecer ao mercado financeiro toda a liquidez que necessitar", afirmou o Jean-Claude Trichet durante uma conferência de Imprensa, depois de ter estado reunido com os ministros das Finanças da zona euro.

23h36 06/10/08 - Gordon Brown contra riscos irresponsáveis diz que mercados precisam de moralidade

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, insurgiu-se hoje contra "a promoção de riscos irresponsáveis" por parte dos mercados financeiros, defendendo ainda que estes estavam a precisar de "moralidade".

"Os meus valores, os valores deste país - a promoção do trabalho, do esforço, do empreendedorismo e da assunção de riscos responsáveis - são as qualidades que os mercados têm de garantir para que as recompensas inerentes sejam consideradas justas", afirmou Gordon Brown.

"Mas quando a assunção de riscos ultrapassa o limite da responsabilidade empresarial, que nós queremos promover, e assume um risco irresponsável, então devemos agir para assegurar que os mercados actuem em função do interesse público", explicou o chefe do Governo britânico antes de um encontro com a Organização United Israel Appeal, em Londres.

"A criação de riqueza não deve ser um privilégio mas sim uma responsabilidade", acrescentou.

22h38 06/10/08 - "Cada país deve assumir as suas próprias responsabilidades", diz Angela Merkel

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu hoje que cada "país deve assumir as suas próprias responsabilidades", rejeitando a criação de um fundo europeu para ajudar as instituições financeiras em dificuldades durante a actual crise.

Durante um encontro em Berlim com o primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, defensor da criação do fundo de ajuda às intituições financeiras em dificuldades dos 27 países da União Europeia, Angela Merkel expressou a sua oposição à criação do fundo, defendendo no entanto uma acção concertada.

"Todos concordamos que precisamos de um abordagem coerente, porque pertencemos à mesma zona monetária" afirmou Angela Merkel, com uma ressalva: "Cada país deve assumir as suas responsabilidades neste contexto [da crise financeira]".

22h29 06/10/08 - "Talvez, a maior desde 1929"

O governo brasileiro anunciou hoje medidas para enfrentar a crise financeira internacional que, segundo o ministro das Finanças, Guido Mantega, é a maior desde 1929.

"Estamos no momento mais agudo da crise, quando as perdas estão a tornar-se claras. Não é uma crise simples, é muito forte e, talvez, a maior desde 1929, e não deve terminar tão cedo. Na fase aguda, os mercados tendem a cair na irracionalidade e hoje o comportamento é de manada", disse Mantega.

Na conferência de imprensa, em que também participou o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, foram anunciadas medidas para aumentar o crédito para exportação.

Meirelles avançou que o governo vai oferecer uma linha adicional, em dólares, no exterior com o uso das reservas internacionais.

Será uma compra de títulos pelo BC no exterior com contrato de recompra.

Haverá também um reforço de cinco mil milhões de reais (1,8 mil milhões de euros) para uma linha de comércio exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).

"No Brasil, não temos problemas de solvência, como nos Estados Unidos e na União Europeia, embora estejamos a sofrer aqui um problema de liquidez em decorrência do estrangulamento do crédito", afirmou Mantega, ao justificar as medidas.

" Estamos a procurar manter o volume das reservas elevado e disponibilizar parte delas para dar liquidez ao mercado", acrescentou.

Actualmente, as reservas do Brasil estão próximas de 200 mil milhões de dólares.

Além das novas medidas, Mantega e Meirelles destacaram outras iniciativas já tomadas pelo governo brasileiro, como os leilões de dólares que já vêm sendo feitos pelo BC e a venda da moeda norte-americana no mercado futuro.

Mantega avalia que este momento de crise aguda deve dissipar-se, porque o sistema financeiro não pode continuar travado.

"Esta situação é passageira mas é difícil hoje conseguir uma linha de crédito ou um financiamento mesmo para actividade comercial, que é segura. Certamente, isso será superado. Não é possível o sistema funcionar desta maneira", assinalou.

O ministro destacou que o grande problema na economia mundial é a perda de confiança nas instituições financeiras e que isso acaba por se reflectir também no Brasil, que não está imune à crise global.

Hoje, o nervosismo do mercado fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cair 15 por cento, levando à suspensão de suas actividades por duas vezes.

A Bovespa fechou o dia em queda de 5,43 por cento.

Já o dólar disparou no Brasil e fechou hoje cotado a 2,20 reais - uma alta de 7,6 por cento, a maior alta diária desde 2002.

19h42 06/10/08 - Espanha vai aumentar "imediatamente" Fundo Garantia Depósitos

O governo espanhol vai aumentar "imediatamente" o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD), confirmaram fontes do executivo, sem especificar, para já, a percentagem desse aumento.

As fontes confirmaram que esse foi uma das decisões da reunião de duas horas que o primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, manteve com os responsáveis de vários bancos e caixas de aforro espanhóis.

Trata-se de aumentar o fundo para "reforçar" a confiança dos cidadãos, dos espanhóis com depósitos e dos empresários no sistema financeiro do país, referiu a fonte governamental.

Tanto o primeiro-ministro como os dirigentes do sector reiteraram no encontro de hoje que o sistema tem "solvência e força".

Ambas as partes aproveitaram a reunião para reiterar também o seu "compromisso na protecção dos cidadãos e dos investidores".

Durante os últimos dias a oposição tinha defendido que Espanha deveria fortalecer o FGD com mais 30 mil milhões de euros, mas Madrid insistia em agir apenas em consonância com a UE e não individualmente.

Fontes do governo espanhol tinham hoje afirmado à agência Lusa que Madrid estava preparado para duplicar o actual FGD, para cerca de 40 mil euros, mas essa medida teria que ser "coordenada" para evitar efeitos prejudiciais na opinião pública.

Madrid insiste que o seu sistema é "melhor" que do resto dos países europeus, permitindo um FGD com suficientes fundos e com um património actual de 6,5 mil milhões de euros.

Esse valor equivale a 40 por cento do total de todos os fundos de garantia europeus.

O Banco de Espanha exige também às entidades bancárias que destinem uma parte dos seus lucros para provisões anticíclicas, o que cria um fundo de 30 mil milhões de euros para situações complicadas.

Recorde-se que nos últimos dias vários países europeus tomaram medidas para apoio ao sector financeiro tendo o Reino Unido nacionalizado o Bradford & Binley e a Alemanha destinado 35 mil milhões de euros para salvar a Hypo Real Estate.

Os governos da França, Bélgica e Luxemburgo anunciaram a injecção de 6,4 mil milhões de euros na Dexia e a Holanda, Bélgica e Luxemburgo acordaram dividir o Fortis.

Tanto o Reino Unido como a Irlanda tomaram medidas para fortalecer as garantias de depósitos.

19h30 06/10/08 - Governo aguarda proposta de Bruxelas sobre garantia de depósitos

O governo português aguarda por uma proposta da Comissão Europeia de alteração das garantias dos depósitos, revelou o ministro das Finanças, garantindo que, independentemente do conteúdo do projecto, os depositantes portugueses não vão sofrer perdas.

"Espera-se uma proposta da Comissão" ao nível das garantias dos depósitos, disse Fernando Teixeira dos Santos em declarações à Lusa."Não permitiremos que os depositantes sofram perdas", acrescentou.

O ministro lembra que as garantias de depósitos são matéria de directiva comunitária, assegurando, contudo que "será feito o que for necessário para garantir que os depositantes não são prejudicados".

Teixeira dos Santos referiu ainda que "o fundo de garantia dos portugueses tem um dos rácios de cobertura mais elevados no seio dos 27".

Este fundo só é activado em caso de falência de um banco.

A directiva comunitária em vigor prevê uma cobertura de 20 mil euros para o fundo de garantia dos depósitos, mas em Portugal esse limite vai já até aos 25 mil euros.

No domingo, o presidente da Comissão Europeia afirmou, em entrevista ao jornal 'Le Parisien', que Bruxelas está a ponderar duplicar o limite comunitário dos actuais 20 mil euros.

Para que os depositantes não sofram perdas, uma das hipóteses é o governo decidir aumentar esse limite de 25 mil euros, ou então dar a garantia de cobertura total dos depósitos, tal como já aconteceu recentemente na Irlanda e na Alemanha.

Questionado sobre essa possibilidade de garantia da totalidade do depósito, o Ministério das Finanças recusou-se a prestar qualquer esclarecimento adicional.

As regras do Fundo de Garantia dos Depósitos, previstas no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, prevêem que em caso de falência de um banco, o depositante seja reembolsado até ao limite de 25 mil euros por instituição onde tenha depositado o dinheiro.

O artigo 166º 3a) refere que esse tecto diz respeito ao "conjunto das contas de depósito de que o interessado seja titular na instituição em causa, independentemente da sua modalidade".

De acordo com o relatório do Fundo de Garantia dos Depósitos, no final de 2007 esse fundo estava dotado de 1.283 milhões de euros em recursos próprios, mais 62 milhões de euros do que no final de 2006, um valor que representa aproximadamente um por cento dos depósitos abrangidos por esse fundo.

19h19 06/10/08 - Governo islandês anuncia garantias ilimitadas sobre todos os depósitos bancários

O governo da Islândia anunciou hoje que garantirá todos os depósitos bancários nas instituições islandesas, uma medida tomada num momento em que o sector financeiro do país está à beira do colapso.

A medida levantou preocupações no Norte da Europa, onde os milionários islandeses se tornaram grandes investidores.

"O governo da Islândia sublinha que os depósitos nos bancos de comércio e de poupança islandeses, bem como os seus subsidiários no país, serão totalmente cobertos", anunciou o Executivo em comunicado.

Ao início do dia a bolsa islandesa suspendeu a negociação de todas as acções do sector financeiro, incluindo dos bancos Kaupthing, Landsbanki e Glitnir, num momento em que o Governo estava a negociar um eventual plano de salvamento do sector bancário.

Na semana passada o governo adquiriu 75 por cento do Glitnir, o terceiro maior banco islandês, por 600 milhões de euros, no que classificou como uma "medida temporária" para promover a estabilidade.

A Islândia, com uma população de apenas 313 mil habitantes, é um dos países mais ricos do mundo mas também se tem revelado muito vulnerável à crise global na medida em que o sector financeiro representa uma enorme fatia na economia islandesa - cerca de oito vezes o Produto Nacional Bruto islandês.

Os bancos e os fundos de investimento estão interligados através de negócios accionistas pelo que danos numa instituição têm um efeito negativo automático nas outras.

Horas depois, num discurso à nação, o primeiro-ministro, Geir Haarde, declarou que o governo islandês está pronto para nacionalizar os bancos do país.

"Todo o sistema bancário vai mudar e vamos aprovar leis consentâneas com isso", disse Haarde.

"Esta é uma crise colossal, que se insere numa mais vasta crise global", disse o primeiro-ministro antes de acrescentar que "muita gente vai perder dinheiro".

Os magnatas islandeses têm vindo a tornar-se grandes investidores na Europa, especialmente no Reino Unido, comprando negócios que vão desde centros comerciais até clubes de futebol da Premier League inglesa.

O maior banco islandês, o Kaupthing, investiu em cadeias de pubs e na rede de grandes armazéns Debenhams.

Por outro lado, Eggert Magnusson, um magnata islandês apoiado por um consórcio com ligações estreitas ao Landsbanki, adquiriu a maioria das acções do histórico clube inglês West Ham United em 2006.

Graças à prosperidade vivida nos últimos anos, a economia islandesa entrou em sobreaquecimento, com a inflação a disparar para 14,5 por cento. O banco central islandês, em resposta, aumentou a sua taxa de juro para 15,5 por cento.

O crescimento islandês alicerçou-se principalmente na subida meteórica do sector bancário e financeiro, que hoje representa dois terços do índice OMX 15 da bolsa de Reiquejavique.

A moeda islandesa, a krona, caiu a pique desde o início da crise financeira norte-americana no ano passado, perdendo 45,9 por cento do seu valor contra o euro desde Julho de 2007.

A 03 de Setembro, a Islândia pediu emprestado 250 milhões de euros aos mercados para fazer subir as reservas de divisas.

19h06 06/10/08 - Depósitos bancários no Reino Unido garantidos até 64 mil euros, 68 por cento das contas cobertas

Os depósitos bancários no Reino Unido passam a estar garantidos até cerca de 64 mil euros a partir de terça-feira, o que cobre 98 por cento das contas no país, disse hoje o ministro das Finanças do país.

Todavia, o governo britânico recusou por enquanto oferecer uma garantia ilimitada, passo que já foi dado na Irlanda, Grécia, Alemanha e Islândia.

No Reino Unido, a garantia passa terça-feira de 35 mil libras (45 mil euros) para 50 mil libras (64 mil libras), valor que é duplicado no caso de contas bancárias conjuntas.

"Esta medida vai assegurar que 98 por cento das contas estejam completamente cobertas", afirmou Alistair Darling hoje na Câmara dos Comuns, onde fez um depoimento sobre o mercado financeiro.

Adiantou ainda que a Autoridade para os Serviços Financeiros "está a avaliar se deve aumentar este limite mais, para assegurar que as condições aqui continuem a ser comparadas com as melhores práticas internacionais".

"Todas as opções práticas devem permanecer em aberto", admitiu o ministro perante os deputados, que regressaram hoje de férias parlamentares.

O ministro vincou ainda que, além da estabilidade do sector financeiro e da protecção das poupanças, o governo tem também de olhar pelos "interesses dos contribuintes".

Apelou ainda que os estados-membros da União Europeia "trabalhem de forma mais próxima".

Darling estará na terça-feira no Luxemburgo para discutir a estabilidade do sistema financeira e a protecção dos depósitos bancários.

18h54 06/10/08 - Crise prova ineficácia do G7 diz presidente Banco Mundial

O presidente do Banco Mundial, Roberto Zoellick, considerou hoje que a crise financeira mundial demonstra a ineficácia do G7 e alertou para a necessidade de criar "um grupo melhor".

"O G7 não funciona", diz Zoellick, num discurso a ler hoje num evento em Washington que reúne os ministros de Finanças e governadores dos bancos centrais do G7.

Roberto Zoellick critica as bases em que está assente a diplomacia económica multilateral, acrescentando que é necessário "um grupo melhor para tempos diferentes".

Numa primeira fase, segundo Zoellick, o grupo dos países mais industrializados do mundo deve incluir Brasil, a China, a Índia, o México, a Rússia e a África do Sul.

O G7, que reúne as maiores economias mundiais, é actualmente composto pelos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Caso as economias emergentes venham a integrar o grupo, este passaria a representar cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 56 por cento da população e 62 por cento da produção energética.

"Não criaremos um novo mundo simplesmente remodelando o velho", afirmou Zoellick, para quem o novo grupo "não deverá ter um número, mas ser flexível".

Para Zoellick a actual crise financeira internacional demonstra a interligação dos mercados e a necessidade de que a resposta a estas situações seja mais ampla e global.

O presidente do Banco Mundial defendeu ainda a necessidade de um núcleo que junte os ministros das Finanças desse futuro grupo com o objectivo de se adiantarem a possíveis problemas, compartilhar informação, explorar interesses mútuos e mobilizar esforços para solucionar problemas.

18h28 06/10/08 - Bush diz que "vai demorar" até que plano de saneamento consiga recuperar economia

O presidente norte-americano, George W. Bush, declarou hoje que "vai demorar algum tempo" até que o plano de ajuda ao sistema financeiro consiga recuperar a economia norte-americana.

Bush declarou que a intenção do pacote de medidas aprovado pelo Congresso - dotados de 700 mil milhões de dólares - é desbloquear a situação do crédito no país, "para fazer com que o dinheiro se movimente outra vez".

No entanto, acrescentou: "Não queremos precipitações que possam impedir o programa de ser eficaz".

O presidente dos EUA, que passou o fim-de-semana no seu rancho em Waco, encontrou-se hoje com proprietários de pequenas empresas numa velha loja de San Antonio, aos quais pediu paciência.

Na semana passada, o Congresso aprovou um plano de intervenção federal que autoriza o Governo norte-americano a comprar activos desvalorizados a grupos financeiros, na expectativa de conseguir desbloquear linhas de crédito.

Bush, que após a aprovação no Congresso assinou rapidamente a proposta e passou-a a lei, declarou hoje que "vai demorar algum tempo" até que o programa funcione na íntegra e de forma eficaz.

Defensor dos mercados livres, George W. Bush justificou que a intervenção do Governo "era necessária". Caso contrário, sublinhou, as pessoas como os pequenos empresários com quem esteve hoje "estariam em situação muito muito pior".

As declarações de Bush surgem num momento em que os seus conselheiros económicos mostraram intenção em trabalhar com os seus homólogos de todo o mundo para conseguir reataurar a confiança e a estabilidade dos mercados financeiros, afectados pela escassez de crédito e preocupações quanto à desaceleração da economia global.

O Grupo de trabalho sobre Mercados Financeiros, entidade formada após o "crash" da bolsa de 1987 e que depende do Presidente dos Estados Unidos, anunciou hoje em comunicado que pretende fazer aplicar rapidamente os novos poderes concedidos aos reguladores federais.

18h07 06/10/08 - Durão Barroso diz que é altura de manter "a cabeça fria" para estabilizar os mercados

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou hoje em Bruxelas que é altura de ter "cabeça fria" para lidar com a actual crise financeira, garantindo que a Europa está a trabalhar intensamente para ajudar a estabilizar os mercados.

"Deixem-me dizer o seguinte aos nossos cidadãos: estamos a trabalhar a tempo inteiro para estabilizar os nossos mercados financeiros e as nossas economias. Agora é tempo de ter a cabeça fria. Não lhes posso prometer que não haverá dificuldades, mas posso prometer que se mantivermos a cabeça fria ultrapassaremos esta situação", disse.

Durão Barroso, que falava por ocasião da abertura da Semana Europeia das Regiões, disse que "os cidadãos podem ter a certeza" de que a União Europeia está a assumir as suas responsabilidades.

"O encontro de sábado dos membros europeus do G8, o Eurogrupo de hoje, o Ecofin (reunião de ministros das Finanças da UE) de amanhã (terça-feira, no Luxemburgo) e o Conselho Europeu da próxima semana mostram a determinação da UE e dos seus Estados-membros em lidar com esta situação numa abordagem coordenada", declarou.

Os ministros das Finanças europeus reúnem-se entre hoje e terça-feira no Luxemburgo para tentar definir uma estratégia comum para responder à crise financeira actual e à desaceleração do crescimento económico.

O encontro dos responsáveis pelas finanças da Zona Euro (15 países), hoje alargado aos da União Europeia (27), irá preparar as decisões que serão tomadas pelos chefes de Estado e Governo na Cimeira que se realiza em Bruxelas a 15 e 16 de Outubro próximo.

18h01 06/10/08 - Ministro das Finanças britânico promete novas medidas para estabilizar sistema

O ministro britânico das Finanças, Alistair Darling, prometeu hoje "fazer o que for necessário para manter a estabilidade" do sistema financeiro e indicou que estão a ser estudadas novas medidas, sem no entanto especificar quais.

Numa declaração na Câmara dos Comuns, Darling reforçou a ideia de que os países da União Europeia (UE) devem trabalhar "mais unidos " para chegar a um consenso sobre que atitude adoptar em conjunto, o que tentará promover na reunião de ministros das Finanças terça-feira no Luxemburgo.

A decisão de vários países europeus, entre eles a Alemanha e a Irlanda, de aumentar as garantias estatais sobre os depósitos bancários e outros tipos de conta de poupança está a pressionar outros governos para que adoptem medidas similares, sob pena de enfrentarem uma fuga de capitais.

Darling evitou hoje pronunciar-se sobre esse assunto no Reino Unido, afirmando que seria "irresponsável" especular sobre possíveis iniciativas futuras, preferindo realçar a importância de uma estratégia europeia comum.

"Quando os países tomam medidas unilaterais, isso tem um efeito dominó", advertiu.

O ministro recordou que a Autoridade de Serviços Financeiros (FSA), organismo regulador sob a tutela do Executivo britânico, anunciou recentemente um aumento das garantias bancárias naquele país para 50.000 libras (63.800 euros), ou 100.000 libras (127.600 euros) para contas conjuntas. A medida entra em vigor terça-feira.

Essas garantias, assinalou a FSA, cobrem "98 por cento" das contas britânicas. No entanto, a FSA "está a estudar" se é necessário aumentá-las.

Darling disse que o governo trabalhista britânico mantém o compromisso de apoiar tanto o sistema bancário em conjunto como de intervir em casos específicos, como fez com as nacionalizações do Northern Rock e do Bradford & Bingley (neste caso, os depósitos transferiram-se para o Banco Santander), bem como com a operação de compra entre o HBOS e a Lloyds TSB.

Sobre a nacionalização do Northern Rock, Darling assegurou que o banco já devolveu metade do dinheiro emprestado pelo Estado e "continua a pagar antes de prazo".

Darling recordou igualmente que terça-feira o Banco de Inglaterra vai injectar 40 mil milhões de libras (cerca de 51 mil milhões de euros) para ajudar os bancos com problemas de liquidez.

Também terça-feira, o governo vai apresentar ao Parlamento - para que este a aprove - a lei bancária com a qual obtém, em conjunto com o Banco de Inglaterra, novos poderes para intervir em casos de emergência.

17h55 06/10/08 - Trabalhadores são "duplamente explorados" - Carvalho da Silva

O secretário-geral da CGTP-In, Carvalho da Silva, disse hoje que a actual crise financeira assenta numa "desvalorização do sector produtivo", através da qual os trabalhadores são "duplamente explorados".

"Somos explorados no trabalho e depois também nestes esquemas de saque nos créditos bancários", o que classificou como "um ciclo vicioso extremamente negativo".

A crise, na sua opinião, "resulta do saque que estas políticas monetaristas e financeiras permitiram".

"Se houvesse uma valorização do sector produtivo não chegávamos à situação em que estamos", sublinhou.

Manuel Carvalho da Silva intervinha em Coimbra na primeira de cinco tribunas subordinadas ao lema "Trabalho com Direitos, Progresso e Desenvolvimento", que a confederação realizará ainda em Lisboa, Évora, Porto e Faro.

Dirigindo-se a uma centena de sindicalistas e populares, concentrados junto à delegação local do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, na avenida Fernão de Magalhães, o líder da CGTP-In exortou os portugueses a "combater a desconfiança que as actuais políticas estão a provocar".

A sua mobilização, disse, é necessária "para que haja mudança e haja alternativa" à política do Governo de José Sócrates.

Os trabalhadores têm sofrido "grandes perdas de salário real nos últimos anos", afirmou, salientando que a "desvalorização do trabalho", com "pessoas muito mal remuneradas", corresponde a "mais de 37 por cento da pobreza" em Portugal.

"A diminuição das actividades produtivas leva ao empobrecimento do nosso país", referiu Carvalho da Silva.

Frisou, a propósito, que "o desemprego acentua-se mais no sector produtivo", no qual existem hoje "mais 44 mil desempregados do que em 2005".

Na Região Centro, em especial, "os trabalhadores estão a ver os seus salários distanciarem-se mais em relação ao nível médio nacional", segundo Carvalho da Silva.

Na tribuna pública de hoje, intervieram ainda o coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, António Moreira, e outros responsáveis sindicais de Leiria, Castelo Branco, Viseu e Guarda.

16h51 06/10/08 - Poupanças dos portugueses estão garantidas "aconteça o que acontecer" - Teixeira dos Santos

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, garantiu hoje que as poupanças dos portugueses "estão garantidas" "aconteça o que acontecer".

"Uma coisa quero assegurar de uma forma clara a todos os portugueses.

Aconteça o que acontecer as poupanças dos portugueses em qualquer banco que opera em Portugal estão garantidas", anunciou Teixeira dos Santos numa breve declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, à margem da reunião dos ministros das Finanças europeus, que se reúnem hoje e terça-feira no Luxemburgo para tentar definir uma estratégia comum para responder à crise financeira actual e à desaceleração do crescimento económico.

O responsável governamental irá defender na reunião de hoje no Luxemburgo dos ministros das Finanças do Eurogrupo (15 países) alargada terça-feira aos da União Europeia (27) "a necessidade de se dar o mesmo tipo de garantia" a todos os cidadãos europeus.

"É importante que esta garantia seja dada para que possamos restaurar a confiança no funcionamento do nosso sistema financeiro", afirmou.

Teixeira dos Santos adiantou que também irá defender que as perdas que esta situação possa vir a implicar às instituições financeiras devem ser, "em primeira linha e acima de tudo", suportadas pelos accionistas destas instituições.

Para o ministro das Finanças, as equipas de gestão das instituições em causa "devem ser responsabilizadas pelos actos que tenham cometido e que possam estar na base dos problemas que as instituições financeiras possam ter de enfrentar".

"Não podemos nem devemos, de forma alguma, permitir que [as equipas de gestão] sejam premiados ou sequer que vejam situação branqueada", concluiu.

16h41 06/10/08 - Novas previsões apontam para abrandamento do crescimento bastante sensível - FMI

As novas previsões mundiais que o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicará quarta-feira apontam "para um abrandamento do crescimento bastante sensível" devido à crise financeira mundial, advertiu hoje o seu director-geral, Dominique Strauss-Kahn.

O líder da organização internacional mostrou-se particularmente preocupado com a situação dos países em desenvolvimento que vão sofrer com a crise financeira.

"Vamos publicar um novo conjunto de previsões e vão ver que infelizmente apontamos para um abrandamento bastante sensível", disse aos jornalistas à margem de um colóquio União Europeia-América latina organizado em Paris.

"As consequências país por país dependem da estrutura das economias", disse.

O responsável do FMI excluiu que os países em desenvolvimento ou emergentes escapem às consequências da crise financeira.

"Não acredito nesta tese. O mundo é hoje globalizado e as consequências da crise financeira vão fazer-se sentir em todo o lado, com um desfasamento e não obrigatoriamente pelo intermédio do mundo financeiro", advertiu.

Strauss-Kahn referiu que se assiste a "um abrandamento do crescimento um pouco em toda a parte" mas em certos países em desenvolvimento, na África ou na América latina, "as consequências podem ser dramáticas porque se cifra em termos de fome, de mal nutrição das crianças".

15h34 06/10/08 - Espanha aceita duplicar mínimo fundo garantia depósitos, mas recorda efeito "receio" nas populações

O governo espanhol aceita duplicar o actual Fundo de Garantia de Depósitos (FGD), para cerca de 40 mil euros, mas essa medida tem de ser "coordenada" para evitar efeitos prejudiciais na opinião pública, segundo fontes do Executivo.

Fontes do governo, ouvidas pela Lusa em Madrid, explicaram que essa posição será reiterada na reunião de terça-feira dos ministros da Economia europeus, onde a situação financeira será o principal ponto na agenda.

Em estudo, entre outras medidas para lidar com a crise financeira, está alterações à norma que regula as reservas que os bancos devem ter para cobertura de riscos, duplicando essa quantidade para 40 mil euros por cliente, por conta, por entidade.

No encontro Espanha reafirmará a sua posição de que qualquer alteração tem, porém, que se feita de forma "coordenada", e com a pré-condição de que Espanha possa manter o seu sistema.

Madrid insiste que o seu sistema é "melhor" que do resto dos países europeus, permitindo um FGD com suficientes fundos e com um património actual de 6.500 milhões de euros.

Esse valor equivale a 40 por cento do total de todos os fundos de garantia europeus.

O Banco de Espanha exige também às entidades bancárias que destinem uma parte dos seus lucros para provisões anticiclicas o que cria um fundo de 30 mil milhões de euros para situações complicadas.

Ao mesmo tempo o governo espanhol reforçará as suas criticas - hoje veiculadas pelo ministro da Economia Pedro Solbes, a qualquer iniciativa individual dos parceiros europeus, considerando que medidas como essa podem ser "contraproducentes".

Num ambiente onde todas as sondagens e indicadores demonstram uma forte queda na confiança, o governo espanhol considera que medidas individuais podem criar alarme social e levar os cidadãos a pensar que a situação é pior.

Recorde-se que nos últimos dias várias nações europeias tomaram medidas para apoio ao sector financeiro tendo o Reino Unido nacionalizado o Bradford & Binley e a Alemanha destinado 35 mil milhões de euros para salvar a Hypo Real Estate.

Os governos da França, Bélgica e Luxemburgo anunciaram a injecção de 6,4 mil milhões de euros na Dexia e a Holanda, Bélgica e Luxemburgo acordaram dividir o Fortis.

Tanto o Reino Unido como a Irlanda tomaram medidas para fortalecer as garantias de depósitos.

15h09 06/10/08 - Bovespa suspende operações depois de registar forte descida

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) suspendeu hoje as suas operações, depois de registar uma forte descida de 10 por cento, logo na abertura dos negócios, influenciada pela piora da situação dos bancos europeus.

O "circuit breaker" da Bovespa, mecanismo que suspende os negócios quando há fortes oscilações, foi accionado às 10:19 horas (14:19 horas em Lisboa), na segunda vez em apenas uma semana.

Na segunda-feira da semana passada, o "circuit breaker" também foi accionado depois que a Câmara dos Representantes rejeitou, em primeira votação, o plano de socorro do Governo norte-americano ao sistema financeiro.

A aprovação do plano de injectar 750 mil milhões de dólares no mercado financeiro norte-americano não trouxe o alívio esperado aos investidores.

14h07 06/10/08 - Elisa Ferreira diz que era previsível a "bolha rebentar" devido a "liberalismo excessivo"

A eurodeputada Elisa Ferreira defendeu hoje em Bruxelas que a actual crise financeira era previsível, face às "engenharias" que estavam a acontecer no mercado, perante um "liberalismo excessivo" de quem acreditava que o mercado não precisava de supervisão.

Elisa Ferreira falava numa conferência de imprensa no Parlamento Europeu, enquanto porta-voz do Grupo dos Socialistas Europeus para os Assuntos Económicos, dois dias depois da reunião de Paris que juntou os líderes dos quatro países europeus do G8 e na véspera de os ministros das Finanças da União Europeia discutirem a crise financeira.

"Esta crise era antecipável, porque percebíamos que as engenharias que estavam a funcionar no mercado estavam a gerar uma liquidez não controlada, com instrumentos e processos muito pouco transparentes. Percebia-se que era uma bolha que estava a crescer e ia rebentar mais cedo ou mais tarde", afirmou hoje a eurodeputada socialista.

Elisa Ferreira lamentou que se tenha gerado uma espécie de "dicotomia", entre "quem era a favor do mercado e não propunha intervenção nenhuma, porque achava que o mercado se iria auto-regular" e aqueles que, como os socialistas europeus, tinham posições "muito no sentido daquilo que agora se começa a aceitar", ou seja, a necessidade de "um mecanismo de supervisão, de transparência, de prestação de contas".

"Essas posições eram vistas como posições contra o mercado, quando na prática o mercado, para funcionar, tem de ser mesmo regulado, tem de ter normas, tem de ter regras, tem de ser claro", afirmou.

Para a deputada, a causa da actual crise foi precisamente "o liberalismo excessivo e uma interpretação no mínimo ingénua do modo como funcionam os mercados".

Segundo Elisa Ferreira, a lição que esta crise constitui "vem muito tarde, porque neste momento traz custos aos governos, que estão a fazer intervenções para limpar o lixo tóxico que está no mercado, e a fazê-lo à custa de impostos cobrados aos cidadãos comuns".

14h33 06/10/08 - Banco italiano Unicredit cai em bolsa apesar de aumento de capital

O plano anti-crise apresentado domingo à noite pelo primeiro banco italiano, UniCredit, que prevê um aumento de capital de 6 mil milhões de euros, não conseguiu convencer o mercado, e o título do grupo continuou em queda livre.

O título UniCredit, que regressou à cotação às 10:05 (09:05 em Lisboa), caía 12,10 por cento para 2,71 euros, por volta das 10H40 (09:40), num mercado em baixo de 5,75 por cento.

Muito castigada em bolsa a semana passada, o UniCredit anunciou domingo à noite este aumento de capital em duas etapas que lhe permitirá pagar o seu dividendo em acções, em vez de dinheiro, assim como emitir obrigações convertíveis, nomeadamente para os seus principais accionistas.

O banco tinha, no entanto, assegurado várias vezes a semana passada que não precisava de tal reforço.

14h32 06/10/08 - Governo alemão tem "plano B" para salvar o sector bancário

O ministro alemão das Finanças, Peer Steinbr?ck revelou hoje "ter um plano B na gaveta" para socorrer o sector bancário alemão em apuros, mas recusou revelar mais pormenores.

"Estamos conscientes de que não vamos chegar muito longe com soluções caso a caso", admitiu o ministro social-democrata num encontro com a imprensa em Berlim.

"Temos um plano B na gaveta", mas "mas ainda não posso dar pormenores sobre isto", acrescentou.

O ministro, que conduziu durante o fim-de-semana negociações muito difíceis com os actores do sector financeiro para coordenar, pela segunda vez numa semana, o salvamento do banco de crédito hipotecário, Hypo Real Estate, reafirmou a sua oposição a uma solução europeia.

"Queremos determinar nós próprios o modo de actuação, não queremos ser dependentes dos outros", disse.

Antes, numa entrevista a uma rádio, Steinbruck declarara "não puder" excluir a concessão pelo Estado de garantias suplementares para o Hypo Real Estate, "para evitar desencadear um caso após o outro" de colapso bancário.

Domingo, o governo alemão prometera igualmente uma garantia do Estado para toda a poupança das famílias, uma soma avaliada em cerca de 570 mil milhões de euros, mas que poderá, segundo a imprensa, ser superior a um bilião de euros.

14h27 06/10/08 - Petróleo cai abaixo dos 90 dólares, o valor mais baixo em 8 meses

Os preços do barril de crude caíram hoje em Nova Iorque e Londres aos níveis mais baixos em oito meses, com a crise financeira a cortar as perspectivas de procura e o reforço do dólar a precipitar a fuga dos investidores.

Atingiram os 85,56 dólares em Londres e 89,07 dólares em Nova Iorque, os valores mais baixos desde o início de Fevereiro.

Por volta das 12:20 em Lisboa, o barril de Brent de referência para a Europa, cotava-se nos 86,34 dólares, enquanto o barril de referência nos Estados Unidos valia 89,23 dólares, cedendo ambos quase 4 dólares face a sexta-feira à noite.

As cotações, que há três meses rondavam os 150 dólares, caíram abaixo dos 90 dólares o barril em Nova Iorque, ou seja uma queda de cerca de 40 por cento desde o pico de Julho.

"Os actores do mercado continuam a recear que as consequências do colapso do 'subprime' travem de forma significativa o crescimento económico mundial e afectem a procura de matérias-primas, nomeadamente da energia", resumiu Andrey Kryuchenkov, da corretora Sucden.

A baixa da procura já é manifesta nos Estados Unidos - o consumo recuou 7,1 por cento num ano - assim como na Europa, onde os consumidores reagiram à escalada dos preços, reduzindo o consumo.

Embora os peritos apontem ainda para uma aumento da procura petrolífera este ano graças aos países emergentes, reviram em forte baixa as suas previsões.

Além dos receios sobre a procura, o petróleo é vítima de seu êxito junto dos investidores: considerado como um produto financeiro, o petróleo atraiu no início do ano numerosos fundos que desejavam proteger-se contra a depreciação do dólar e diversificar os seus investimentos.

O fenómeno joga agora em sentido inverso: os investidores especulativos 'deixaram' o mercado, num contexto de pânico financeiro e de repatriamento de emergência de capitais.

"Os mercados financeiros estão sob forte pressão, são obrigados a proceder a amortizações e reduções nas carteiras", observava Olivier Jakob, do gabinete suíço independente Petromatrix.

E a recuperação do dólar - que chegou ao mais alto face ao euro em mais de 14 meses, a 1,3544 dólares esta manhã - só acelerou o movimento.

"Sabendo que a Europa começa a ceder ao pânico, o dólar reforça-se (...) e isto continua se ser um factor negativo para as matérias-primas", sublinha Olivier Jakob.

14h11 06/10/08 - Sócrates subscreve posição comum da UE a dar garantias de estabilidade

O primeiro-ministro, José Sócrates, subscreveu hoje, em conjunto com os restantes Estados-membros da UE, um documento que pretende dar formalmente garantias de estabilidade no sistema financeiro europeu e de protecção em relação aos depositantes.

A posição dos 27 Estados-membros, de acordo com o comunicado, foi tomada em coordenação com a presidência francesa da UE.

"Os líderes da União Europeia afirmam que cada país tomará as medidas necessárias com vista a assegurar a estabilidade do sistema financeiro -- seja através da cedência de liquidez por parte dos Bancos Centrais, de medidas pontuais para lidar com situações específicas de alguma instituição financeira, ou do reforço dos mecanismos de protecção dos depositantes", refere o comunicado.

No mesmo comunicado, os Estados-membros garantem que "continuarão a tomar as medidas necessárias de protecção do sistema para que os depositantes nas instituições financeiras monetárias não sofram quaisquer perdas".

Na semana passada, em diversas intervenções públicas, tanto o primeiro-ministro, José Sócrates, como o ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, defenderam que o sistema financeiro português "têm dado provas de resistência" face à actual conjuntura de turbulência nos mercados internacionais.

No mesmo contexto, José Sócrates deixou também uma mensagem de tranquilidade em relação aos cidadãos com depósitos em instituições financeiras nacionais, dizendo estarem asseguradas as poupanças dos portugueses.

Por outro lado, na semana passada, em Conselho de Ministros, o Governo aprovou um pacote de medidas, nas quais, basicamente, reforçam-se os poderes das entidades de supervisão e aumentam-se as coimas e penas em casos de ilegalidades no sistema financeiro.

14h09 06/10/08 - PSI20 cai mais de 6 por cento arrastado pela banca

A bolsa de Lisboa vive a maior perda dos últimos quatro anos, com o índice PSI20 a cair mais de 6 por cento, arrastado pelas descidas da banca e a acompanhar a tendência negativa das principais praças internacionais.

Às 13h23, o PSI20 caía 6,32 por cento para 7227,85 pontos, pressionado pelas fortes perdas da banca, com o BCP a cair 9,29 por cento, o BES a descer 8,69 por cento e o BPI a desvalorizar 7,76 por cento.

Os bancos acompanham assim a tendência dos seus congéneres europeus, quando se adensam os receios em relação aos efeitos no sector da crise do mercado de crédito, com o governo alemão a ver-se forçado a intervir para salvar da falência o banco Hypo Real Estate.

Para os analistas, torna-se agora óbvio que a aprovação do Plano Paulson pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, na sexta-feira, não foi suficiente para resolver a crise e que a volatilidade das bolsas apenas desaparecerá quando o mercado de crédito interbancário voltar a funcionar normalmente.

"A aprovação do Plano Paulson ajuda a acalmar os mercados, mas não é suficiente para restaurar a confiança no mercado de crédito entre os bancos", disse um 'trader' de um banco de investimento nacional, que por política da instituição não se pode identificar.

"O dinheiro existe, mas é preciso restaurar a confiança entre os bancos. Os bancos não confiam uns nos outros", acrescentou o operador, defendendo que "ajudava imenso uma intervenção do BCE, a nível das taxas de juro, a par de uma acção concertada por parte dos governos europeus a garantirem a solvabilidade da banca".

"O objectivo das intervenções que tiveram lugar nas últimas semanas por parte dos bancos centrais e autoridades financeiras foi restaurar a confiança nos mercados de crédito. Até agora todas falharam. Os bancos não confiam uns nos outros e por isso não emprestam dinheiro uns aos outros", afirmou à agência Lusa Giambattista Chiarelli, director de uma unidade de gestão de activos do banco suíço Pictet.

"Duvido, no entanto, que as autoridades permitam o colapso do mercado de crédito, pois as implicações de longo prazo para a economia 'real' seria de longe mais custosa do que qualquer intervenção que hoje tenha lugar", acrescentou.

Certo é que "a recuperação do mercado apenas poderá acontecer quando os mercados de crédito voltarem a funcionar", concluiu o banqueiro, que considera que medidas como as recentemente anunciadas pela Irlanda e pela Alemanha - cujos governos anunciaram que garantem os depósitos dos clientes dos bancos - poderão ajudar a devolver a confiança ao mercado.

Na bolsa, a banca não é a única a registar desvalorizações significativas. As construtoras Mota-Engil e Teixeira Duarte desvalorizam mais de 6 por cento, penalizadas pelas perspectivas de dificuldades acrescidas no financiamento bancário (que pode conduzir ao adiamento das grandes obras públicas previstas para 2009).

A liderar as perdas está a Galp, com uma queda de 12 por cento, no dia em que foi publicada uma notícia que dá conta que a petrolífera liderada por Ferreira de Oliveira deverá investir 11 mil milhões de euros no Brasil nos próximos anos.

Em comunicado à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários, na sequência da referida notícia, a empresa esclareceu que não é ainda conhecido o montante que será investido naquele país de expressão portuguesa.

Na Europa, as principais bolsas seguem no 'vermelho', com Paris a cair 5,40 por cento, Madrid a perder 3,77 por cento, Frankfurt a descer 4,93 por cento e Londres a desvalorizar 4,90 por cento.

14h00 06/10/08 - Ministro economia espanhol lamenta acções individuais de países europeus

O ministro da Economia espanhola, Pedro Solbes, lamentou hoje que alguns países europeus tenham tomado iniciativas individuais no quadro do Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) que são "negativas" e que deveriam ser deliberadas no quadro europeu.

Em declarações aos jornalistas Pedro Solbes - que viaja esta tarde para a reunião da ECOFIN - manifestou-se confiante num acordo "entre todos", afirmando que se finalmente "nada for decidido" o governo espanhol "tomará uma decisão".

Solbes insistiu porém que, antes de decidir sobre o FGD de forma unilateral se deve optar por uma solução "mais homogénea a nível europeu".

O ministro afirmou porém que a "tradição espanhola" nesta questão é de que "nenhuma depositante tenham qualquer risco".

A oposição em Espanha defendeu já que "para reforçar a confiança" o governo deve alargar o FGD com um aval de 30 mil milhões de euros, fortalecendo o que já vigora e que equivale a cerca de 20 mil euros por titular e conta em cada entidade financeira.

13h52 06/10/08 - Director do FMI pede "acções" aos dirigentes europeus Paris

A resposta dada sábado pelos quatro membros europeus do G7 para travar a crise financeira vai no bom sentido mas tem de "ser seguida de acções", considerou hoje o director geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

"Precisamos de uma resposta europeia coordenada (...), de uma linha de defesa colectiva", insistiu Strauss-Kahn num colóquio UE-América latina em Paris.

"Deste ponto de visto, o que foi declarado pelos chefes de Estado e de governo" da França, Alemanha, Reino Unido e Itália (G4), reunidos sábado em Paris "vai no sentido que esperamos, mas é preciso que seja seguido de acções", disse.

O responsável do FMI considerou também ser necessário evitar a todo o custo "decisões tomadas nos quatro cantos da Europa sem concertação", julgando que certas iniciativas tomadas isoladamente "nas últimas semanas não melhoram as coisas", sem no entanto dar exemplos.

"É importante que os responsáveis europeus se concertem e tomem decisões colectivas", sublinhou.

Os quatro países europeus membros do G7 (o grupo das sete maiores economias do mundo) anunciaram no sábado medidas para enfrentar a crise financeira e comprometeram-se a ajudar as instituições financeiros em dificuldade.

13h42 06/10/08 - Euro recua para mínimo de 14 meses abaixo dos 1,36 dólares

O euro continua hoje a cair contra o dólar para mínimos de 14 meses, num mercado em que os receios da recessão europeia e a ausência de um plano conjunto de reacção aos problemas do sistema financeiro penalizam a moeda única.

Às 12:20, o euro estava a cair 1,51 por cento contra o dólar, para os 1,3592 dólares, mas a meio da manhã tinha já atingido os 1,3542 dólares, o valor mais baixo de 14 meses.

Um operador do mercado cambial contactado pela Lusa considera que são os receios de recessão na Europa e a expectativa de corte de taxas de juro nos EUA que estão a penalizar o euro.

Além disso, os EUA estão "mais proactivos" do que os europeus na reacção à crise financeira dando a sensação de que estão a "combater mais a crise", acrescentou o mesmo operador.

Na Europa fala-se de ajudas isoladas; não há qualquer plano conjunto, pelo que os investidores estão "mais assustados", acrescentou o operador que, por política da instituição financeira onde trabalha não pode ser identificado.

Apesar de toda a agitação à volta do Plano Paulson de ajuda ao sistema financeiro norte-americano, no valor de 700 mil milhões de dólares, na última semana o euro tem vindo a enfraquecer.

Hoje, depois de um fim-de-semana em que os líderes políticos das maiores economias europeias pediram flexibilidade na aplicação das regras económicas da União Europeia para enfrentar a crise financeira e comprometeram-se a apoiar os seus bancos, a moeda única voltou a reforçar as perdas.

Hoje e terça-feira os ministros europeus das Finanças vão tentar alcançar uma posição comum face à crise financeira, durante uma reunião no Luxemburgo na sequência da mini-cimeira realizada sábado em Paris.

A beneficiar desta conjuntura está o dólar, o franco suíço e o iene, que estão todos a acumular ganhos contra o euro.

Durante o fim-de-semana, foram renegocias as ajudas do governo alemão ao Hypo Real Estate e foi anunciado que o BNP Paribas vai comprar parte do Fortis, mostrando a continuação do risco na banca e motivando mais ainda o sentimento de aversão ao risco por parte dos investidores.

09h22 06/10/08 - Lisboa abre a perder 2,26%

A Euronext Lisboa abriu hoje em queda acentuada, com o índice PSI20 a perder 2,26 por cento, para 7.541,21 pontos.

Na sexta-feira, a bolsa portuguesa fechara em terreno negativo, caindo 1,5 por cento para 7.715,51 pontos.

A Euronext Lisboa perdeu 5,8 por cento na semana passada, a maior quebra entre as praças europeias.

Meia hora após o início da sessão a Euronext Lisboa agravava a suas perdas, com o PSI 20 a recuar 3,62 por cento, numa Europa em forte queda.

Os mercados europeus abriram em baixa após um fim-de-semana em que se tornaram mais evidentes as dificuldades do sector financeiro europeu, e o facto de que o Plano Paulson, aprovado sexta-feira nos Estados Unidos não chegou para restabelecer a confiança do mercado.

Wall Street terminou a semana a recuar (-1,49 para o índice Nasdaq, -1,50 para o Dow Jones industrial).

A bolsa de Tóquio fechou a cair 4,25 por cento, recuando para o nível mais baixo desde Fevereiro de 2004.

Às 8:40, o índice Euronext 100 caía 4,53 por cento para 668 pontos, enquanto o DJ Stoxx 50 recuava 3,43 por cento para 2.633 pontos.

Paris liderava as quedas ao recuar 4,62 por cento, seguidas de Londres, Madrid e Frankfurt a cair à volta de 4 por cento.

A amplitude da crise que atinge o sector financeiro, a queda dos preços das matérias-primas face à inevitabilidade de uma recessão na Europa e nos Estados Unidos estão a pressionar fortemente os mercados.

Na Euronext Lisboa, a Galp Energia liderava as perdas com um queda de 7 por cento para 10,10 euros.

A petrolífera cai quando o preço do crude está ao mais baixo em oito meses.

A Jerónimo Martins perdia 6,35 por cento e a Altri 5,66 por cento.

No sector financeiro, o BPI era o mais afectado recuando 4,9 por cento, quando p BES e o BCP perdiam, respectivamente 4,3 e 3,9 por cento.

As perdas menores eram registadas pela Semapa (-1,4) Cimpor e Mota Engil (1,6 por cento cada).

08h56 06/10/08 - Bolsas asiáticas afundam-se Singapura

As bolsas asiáticas afundaram-se hoje com os investidores nada convencidos da eficácia das medidas dos governos norte-americano e europeus para acalmar as tensões nos mercados financeiros.

Apesar da aprovação pela Câmara dos Representantes do Plano Paulson de 700 mil milhões de dólares, os mercados financeiros reagiram a um relatório sobre o emprego nos Estados Unidos que dá a entender que a economia norte-americana, vital para o mercado asiático de exportações, iria entrar em recessão.

No domingo o governo alemão anunciou injectar 50 mil milhões de euros para salvar pela segunda vez o banco Hypo Real Estate, o segundo maior banco comercial do país, depois de um primeiro plano, liderado por privados, ter abordado.

A intervenção do governo alemão foi a mais recente de uma série de medidas de vários governos europeus para tentar salvar bancos e seguradoras em dificuldades.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu para o nível mais baixo dos últimos quatro anos e meio, perdendo 4,25 por cento para 10.473,90 pontos, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 4,3 por cento, o mesmo acontecendo às principais praças da China,Austrália, Coreia do Sul, Índia, Singapura e Tailândia.

Na Rússia, o índice da bolsa de Moscovo afundou-se em mais de sete por cento nos primeiros 20 minutos de negociação.

08h23 06/10/08 - Ministro das Finanças alemão exige demissão da direcção do Hypo Real Estate

O ministro das Finanças alemão considerou hoje "impensável continuar a trabalhar com a direcção actual" do banco imobiliário Hypo Real Estate, que domingo à noite escapou in extremis e pela segunda vez à falência.

Peer Steinbruck junta assim a sua voz às de vários dirigentes políticos de todos os quadrantes que exigiram a demissão do patrão do HRE, Georg Funke.

"Quem diz 35 mil milhões de euros quando se trata de 50 mil milhões já não é um interlocutor competente", disse Otto Bernhardt, responsável pelos assuntos financeiros no grupo parlamentar conservador.

Tornou-se claro nos últimos dias que os problemas de liquidez do HRE eram muito mais graves do que se pareciam, tendo o banco sido alvo no domingo de um segundo plano de salvamento no espaço de uma semana por parte do Estado e de outros bancos.

Ainda no domingo, a chanceler ?ngela Merkel disse que "os que geriram a instituição de forma irresponsável deveriam prestar contas".

07h57 06/10/08 - BNP Paribas espera terminar compra da Fortis até final do ano

O banco francês BNP Paribas anunciou hoje esperar que a operação de compra do banco Fortis, que se encontra em dificuldades, esteja terminada em finais do ano ou no primeiro trimestre de 2009.

Em comunicado, a instituição bancária francesa confirmou a compra do Fortis por 14,5 mil milhões de euros, dos quais nove mil milhões de euros em acções e 5,6 mil milhões em numerário, dando origem ao primeiro banco de depósitos da zona Euro.

Num primeiro passo, o conselho de administração do BNP Paribas vai recorrer à autonomia de que dispõe e vai emitir 88 milhões de acções.

Uma segunda emissão de 44 milhões de acções vai ser pedida a uma assembleia-geral extraordinária de accionistas.

O BNP espera gerar ganhos por acção logo no primeiro ano da operação e assim reforçar os rácios de fundos próprios.

Numa nota distribuída domingo, o BNP anunciara a e aquisição de 75 por cento das actividades financeiras belgas da Fortis, cabendo os restantes 25 por cento ao estado belga, e a totalidade da actividade de seguros na Bélgica.

A operação valoriza o conjunto de actividades da Fortis na Bélgica, no Luxemburgo e ainda em quatro outros países (Turquia, Polónia, Alemanha e França), "entre 15 e 16 mil milhões de euros".

Esta operação foi qualificada como "histórica" permitindo ao BNP Paribas obter o controlo de uma rede de 1.500 balcões nos seis países onde a Fortis está presente.

07h28 06/10/08 - Bolsa de Tóquio fecha sessão com queda enorme de 4,25 por cento no índice Nikkei

A Bolsa de Valores de Tóquio fechou hoje a primeiras sessão da semana com uma enorme queda de 465,05 pontos (4,25 por cento) no índice Nikkei, que se situou nos10.473,09 pontos.

O índice Nikkei atingiu o seu nível mais baixo desde 12 de Fevereiro de 2004.

O segundo indicador, Topix, que agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas, perdeu 48,92 pontos, situando-se nos 999,05 pontos.

Desde Dezembro de 2003 que o índice Topix não descia abaixo dos 1.000 pontos.

06h34 06/10/08 - Economia chinesa continuará a crescer 10 por cento ao ano

A economia chinesa deverá continuar a crescer cerca de dez por cento ao ano apesar da crise financeira mundial, prevêem responsáveis políticos e economistas citados hoje pela imprensa oficial.

Comparado com "o caos nos Estados Unidos e outras partes do mundo", o sistema financeiro da China "está relativamente blindado", disse Louis Kuijs, economista da delegação do Banco Mundial em Pequim.

Segundo aquele especialista, trata-se de "uma crise de mercado" própria de um país desenvolvido e os bancos chineses, considerados pouco desenvolvidos, estão "menos envolvidos em transacções financeiras altamente sofisticadas".

Além disso - realçou também Louis Kuijs - as enormes reservas da China em divisas externas, que no final de 2007 somavam um bilião e meio de dólares, "impediram que o sistema financeiro tivesse falta de liquidez".

Os bancos chineses investiram apenas 3,7 por cento da sua riqueza em fundos estrangeiros susceptíveis de serem afectados pela turbulência internacional, revelou o vice-director do Departamento de Supervisão bancária da China, Liu Fushou.

"Temos plena confiança no desenvolvimento económico e estabilidade financeira da China", disse no domingo o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

"O maior contributo que se pode dar ao mundo é um país com 1,3 mil milhões de habitantes ser capaz de manter um desenvolvimento económico duradouro, estável e rápido", acrescentou.

No primeiro semestre de 2008, a economia cresceu 10,4 por cento - menos 1,7 pontos percentuais que em igual período do ano passado.

06h15 06/10/08 Ministros das Finanças europeus reúnem-se para definir estratégia comum

Os ministros das Finanças europeus reúnem-se hoje e terça-feira no Luxemburgo para tentar definir uma estratégia comum para responder à crise financeira actual e à desaceleração do crescimento económico.

O encontro dos responsáveis pelas finanças da Zona Euro (15 países) que na terça-feira é alargado aos da União Europeia (27) irá preparar as decisões que serão tomadas pelos chefes de Estado e Governo na Cimeira que se realiza em Bruxelas a 15 e 16 de Outubro próximo.

Os ministros irão insistir na necessidade de uma resposta coordenada à crise financeira e abrandamento da actividade económica, segundo fonte comunitária ouvida pela Lusa.

Os 27 vão defender que a resposta à crise passa por acelerar as reformas estruturais, recusar medidas fiscais e apoiar a população com maior dificuldades.

Será também reafirmada a necessidade de se continuar a respeitar os limites orçamentais impostos aos Governos pelo Pacto de Estabilidade, principalmente aquele que estipula que o défice orçamental não pode ultrapassar os 3,0 por cento do PIB.

Os ministros deverão ainda concluir que a resposta à crise financeira passa por apoiar medidas que tragam mais transparência às operações financeiras e que reforcem a supervisão nacional e europeia do sistema.

Os responsáveis pelas finanças europeias irão também evocar um conjunto de princípios sobre aquela que deve ser a evolução dos salários dos dirigentes das empresas.

Os 27 deverão insistir em dois aspectos: a remuneração deve ser "coerente" com o resultado obtido pela empresa e deve haver um controlo dos accionistas e outros órgãos de supervisão da empresa.

Os ministros das Finanças deverão ainda ser informados do resultado da reunião dos líderes dos quatro países europeus do G8 que se reuniram sábado, em Paris.

Os chefes de Estado e de Governo da França, Alemanha, Reino Unido e Itália insistiram na necessidade de "preservar a confiança e a estabilidade" do sistema financeiro internacional.

Na declaração conjunta, os líderes escrevem que "o apoio público a bancos em dificuldades deve ser acompanhado por medidas que assegurem a protecção dos contribuintes, a responsabilidade dos directores e que o custo seja partilhado pelos accionistas".

Os quatro líderes pediram "um desenvolvimento coordenado das regras europeias sobre a segurança dos depósitos" e aprovaram a intenção da Comissão Europeia de propor "rapidamente" um documento sobre esta matéria.

França, Reino Unido, Alemanha e Itália consideram "prioritário reforçar a transparência e a segurança das operações nos mercados de derivados de créditos".

01h57 06/10/08 - Bolsa de Tóquio abre sessão com perda muito forte de 2,15 por cento no índice Nikkei

A Bolsa de Valores de Tóquio abriu hoje a primeira sessão da semana com uma perda muito forte de 235,46 pontos (2,15 por cento) no índice Nikkei, que se situou nos 10.702,68 pontos.

O segundo indicador, Topix, que agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas, perdeu também fortemente 25,17 pontos (2,40 por cento), situando-se nos 1.022,80 pontos.