Crise financeira

Notícias Lusa do dia 30 de Setembro 2008

30 setembro 2008 23:59

Notícias da agência Lusa sobre crise financeira que está a abalar o mundo.

30 setembro 2008 23:59

23h48 30/09/08 - Crise não põe em causa projecto de autonomia militar da UE - presidência francesa

O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, afirmou hoje que a crise financeira internacional não põe em causa o relançamento da Europa da Defesa, pelo contrário, prova que a Europa tem "necessidade de se reconstruir".

"Os nossos projectos para a Europa da Defesa visam a racionalização dos esforços e investimentos financeiros dos europeus. A crise não é sistémica, é a expressão de uma transferência de poder e de um mundo no qual os equilíbrios estão a mudar", afirmou Hervé Morin, em entrevista ao jornal diário francês Le Fígaro.

"Esta (crise) deveria, em princípio, levar-nos a acreditar que a Europa tem uma maior necessidade de se construir e de projectar o seu modelo", disse.

Hervé Morin preside quarta e quinta-feira a um reunião de ministros da Defesa dos Estados membros da União Europeia (UE), onde a Presidência Francesa da UE deverá impulsionar a ideia de uma Europa mais autónoma em termos militares.

23h09 30/09/08 - Republicanos responsáveis pelo fracasso do plano Paulson, sondagem Washington

Quase nove em cada dez norte-americanos temem que o fracasso do plano de recuperação do sistema financeiro agrave a crise e 44 por cento considera os republicanos responsáveis por este fracasso, segundo uma sondagem Washington Post/ABC News divulgada hoje.

Entre os sondados, 88 por cento receia que a rejeição do plano de recuperação pela Câmara dos Representantes agrave a crise financeira e 51 por cento declara-se mesmo "muito inquieto".

Quarenta e quatro por cento das pessoas interrogadas atribuem o fracasso da votação na Câmara dos Representantes aos republicanos, enquanto 21 por cento responsabiliza os democratas.

O plano Paulson, que prevê injectar 700 mil milhões de dólares nas instituições financeiras, foi rejeitado segunda-feira pela Câmara dos Representantes por 228 votos contra e 205 a favor devido, nomeadamente, à oposição de uma maioria de parlamentares republicanos.

Todavia, os eleitores inquiridos nesta sondagem permanecem divididos sobre o conteúdo do plano: 45 por cento é a favor enquanto 47 por cento o desaprova. Os eleitores republicanos são mais favoráveis ao plano do que os democratas (55 por cento contra 42 por cento).

O presidente George W. Bush é considerado responsável pela actual situação financeira por 25 por cento das pessoas interrogadas, enquanto 18 por cento põe em causa as próprias instituições financeiras, 8 por cento culpa o governo e 8 por cento o Congresso de maioria democrata.

Uma maioria de pessoas interrogadas (52 por cento) define a situação actual como uma "crise", enquanto 43 por cento recusa empregar esta palavra e prefere falar de "problema grave".

Embora 53 por cento dos eleitores se declarem pessimistas quanto ao futuro económico dos Estados Unidos, 61 por cento permanece optimista em relação à sua situação financeira pessoal.

A sondagem foi conduzida segunda-feira à noite junto de um universo de 424 eleitores e a sua margem de erro é de mais ou menos cinco pontos.

22h26 30/09/08 - Uruguai tem recursos até 2010 - ministro da Economia

O ministro uruguaio da Economia, Alvaro García, declarou hoje que o Uruguai tem recursos "até 2010" para enfrentar a actual crise financeira internacional, refutando especialistas que defendem a vulnerabilidade das finanças do país.

"Do ponto de vista financeiro, pode dar-se tranquilidade à população. Do ponto de vista da actividade económica, o Uruguai recentemente reviu em alta as suas previsões de crescimento em função do que foi o comportamento do primeiro semestre", sustentou o ministro.

Em declarações à estação de rádio El Espectador, Alvaro García adiantou que o seu Ministério está a analisar o impacto da crise nos Estados Unidos e na Europa, com os quais o Uruguai mantém importantes relações comerciais, de modo a prevenir uma eventual redução do fluxo comercial com ambos.

O optimismo do governo não é, porém, partilhado por alguns peritos económicos uruguaios, que defenderam hoje a possibilidade de o país enfrentar, em breve, problemas de défice.

22h23 30/09/08 - Brasil e Venezuela querem crise resolvida rapidamente

O Brasil e a Venezuela esperam que, os Estados Unidos e a Europa "resolvam rapidamente a crise financeira para que ninguém seja afectado", anunciaram hoje Lula da Silva e Hugo Chávez, Presidentes do Brasil e Venezuela, respectivamente.

Na conferência de imprensa dada após uma reunião bilateral na cidade de Manaus, Amazónia, no Norte do Brasil, os dois presidentes consideraram a crise uma das piores na história da humanidade.

"A crise é tão séria e profunda que não sabemos a dimensão que pode vir a ter. Talvez seja a maior crise financeira de sempre", afirmou Lula da Silva. Hugo Chavez, por sua vez, disse que "espera que o Congresso norte-americano aprove o Plano Paulson", que visa a compra das dívidas dos bancos por parte do Estado.

Apesar de preocupado, Chávez disse que nem o Brasil nem a Venezuela criaram gabinetes para resolver a crise e que "quem precisa desses gabinetes é George W. Bush", Presidente dos Estados Unidos da América.

22h17 30/09/08 - "Barafunda, hesitação e indecisão" minam confiança dos mercados - Rui Machete

A "barafunda, hesitação e indecisão" em torno da crise financeira estão a minar a confiança dos investidores e da opinião pública norte-americana, dificultando a gestão da situação, defendeu hoje o presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

Com a campanha eleitoral para a Presidência em marcha e um presidente em fim de mandato, o contexto em que surge a crise é "complexo", exigindo "alguns sinais inequívocos, para que as pessoas tenham confiança no sistema", disse à agência Lusa Rui Machete, à margem da apresentação do livro "Carlucci vs. Kissinger - Os EUA e a Revolução Portuguesa", na sede da Fundação.

"A barafunda, a hesitação, a indecisão, não dão sinais positivos", afirmou o presidente da Fundação, para quem o Plano Paulson para suportar os mercados financeiros, rejeitado segunda-feira pelo Congresso norte-americano, "foi mal explicado, aliado à circunstância de o presidente não ter capacidade para convencer a Câmara" de deputados.

"Julgo que as coisas não foram bem explicadas na Câmara dos Representantes. A ideia de que o contribuinte norte-americano paga para que os que ganham muito percam menos não é correcta, porque se não resolverem a crise quem vai pagar é a economia em geral.

Toda a gente vai ser atingida", afirmou Machete. Para o presidente da FLAD, nesta altura é necessária uma alternativa à intervenção firme do Estado mas são precisos "cuidados" para não transmitir a "ideia de se estar a subverter o sistema de mercado".

"O sistema de mercado tem as suas falências, as suas falhas. Neste momento, o que é preciso é corrigi-las e dar um sinal de intervenção que permita mudar a marcha do processo, inverter a situação. Se não, vamos ter crise mais grave, com consequências não facilmente descortináveis, que não prejudicam só os Estados Unidos mas todo o mundo", disse à Lusa.

Para já, afirmou, não está em causa o estatuto de grande potência económica global, uma vez que "as empresas continuam a existir, a capacidade produtiva e a sofisticação".

Portugal está menos exposto à crise nos mercados mas não deverá "ficar imune", defendeu. "Os bancos portugueses estavam a refinanciar-se no estrangeiro e isso vai tornar-se mais difícil", considera Machete.

22h07 30/09/08 - Brasil agirá com "cautela e serenidade" -- - Banco Central. Bovespa encerra em alta

O Governo brasileiro agirá com "cautela e serenidade", caso seja necessário, face à crise financeira internacional, disse hoje o presidente do Banco Central do Brasil.

Henrique Meirelles salientou que a autoridade monetária brasileira está preparada "para agir e tomar as medidas necessárias". "As decisões tomadas no calor dos acontecimentos tendem a ser menos acertadas. Agiremos com cautela e serenidade, caso seja preciso", afirmou o presidente do Banco Central, citado pela agência estatal Brasil.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou o optimismo internacional e registou um dia de recuperação, depois de uma segunda-feira de forte queda de quase 10 por cento.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, encerrou hoje com uma subida de 7,63 por cento para 49.541 pontos, enquanto a cotação da moeda norte-americana teve uma descida de 2,82 por cento em relação ao real.

No mês de Setembro, entretanto, a moeda norte-americana acumulou uma subida de mais de 16 por cento, cotada hoje a 2,82 reais. Henrique Meirelles realçou que o chumbo da Câmara dos Representantes à proposta de injectar 700 mil milhões de dólares no sistema financeiro norte-americano aumentou a "percepção de gravidade" da crise no mercado internacional.

"Não sabemos como será amanhã", disse, salientando que o Brasil está em condições mais favoráveis do que no passado porque acumulou um "colchão" de reservas financeiras.

"Este colchão de reservas que acumulamos nos últimos anos é de extrema utilidade", afirmou o presidente do Banco Central.

21h05 30/09/08 - Crise é a maior dificuldade do BCE em dez anos de existência - Trichet

A crise financeira que se iniciou há um ano é a experiência mais difícil que o Banco Central Europeu (BCE) enfrentou em dez anos de existência, afirmou hoje o presidente do BCE, Jean Claude-Trichet.

Desde o seu nascimento, "o BCE teve de conduzir a sua política monetária em circunstâncias particularmente difíceis em diversas ocasiões, como na correcção dos mercados accionistas mundiais após o rebentamento da bolha da nova economia e após os ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001", explicou o presidente do BCE.

"O surgimento de tensões nos mercados financeiros no início de Agosto de 2007 é sem dúvida a mais difícil experiência até agora", admitiu.

20h19 30/09/08 - Bolsas em alta após dia negro, depois de Bush garantir que continua a trabalhar para alcançar acordo

Os mercados norte-americanos estão hoje em alta a compensar parte das perdas da sessão anterior, depois do presidente norte-americano ter garantido que os congressistas continuam a tentar salvar o plano de saneamento do sector financeiro.

Às 19:45 de Lisboa, o Dow Jones valorizava 3,5 por cento e o Nasdaq ganhava 4,23 por cento, compensando parcialmente as perdas da sessão anterior, em que os mercados foram muito penalizados devido ao chumbo do "Plano Paulson" para ajudar o sistema financeiro norte-americano.

Durante a tarde, o presidente George W. Bush fez um discurso assegurando que o país se encontra num "momento crítico" para a sua economia e garantindo que a sua equipa está a tentar encontrar uma solução para ultrapassar o impasse em que se encontra o "Plano Paulson". Bush sublinhou a necessidade do Congresso "enviar um sinal firme aos mercados", aprovando o plano de salvamento financeiro que previa a injecção de 700 mil milhões de dólares no sistema financeiro norte-americano.

A proposta foi chumbada segunda-feira pela Câmara dos Representantes com 228 votos contra e 205 a favor, quando necessitava de 218 votos para ser aprovada.Cerca de 60 por centos dos democratas votaram a favor do plano mas nem um terço dos republicanos apoiaram o plano.

"Os mercados parecem estar à espera de que alguma coisa aconteça", disse John Carey, gestor de fundos da Pioneer Investment, citado pela Bloomberg, num dia em que os mercados corrigem em alta mas em que o sentimento parece ser de esperar para ver pelo dia de quinta-feira. Hoje e quarta-feira a Câmara dos Representantes está encerrada devido a um feriado, mas quinta-feira os congressistas podem voltar a reunir-se e daí se espera que haja novidades sobre um novo plano.

O senador republicano de Kentucky Mitch McConnel afirmou hoje que até ao final da semana a nova revisão do plano Bush deve estar pronto. "A queda dos mercados [na segunda-feira], parcialmente compensada hoje, mostra que o Congresso tem que actuar", afirmou o mesmo responsável. Jose Maria Brandão de Brito, analista do BCP, disse à Lusa que nos próximos dias os membros do Senado vão trabalhar para arranjar os votos necessários para aprovar o plano.

"O mercado está confiante de que o acordo vai ser conseguido", afirmou o mesmo analista, já que tudo aponta para que a ausência do plano seja "catastrófico".

20h06 30/09/08 - Anunciados mais 750 despedimentos nas filias do Lehman Brothers no Reino Unido

Cerca de 750 postos de trabalho foram eliminados nas filiais europeias do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, anunciaram hoje os administradores da PricewaterhouseCoopers (PwC), responsáveis pela reestruturação do grupo no Reino Unido.

A maioria dos despedimentos ocorrem na cidade de Londres, estando em causa o "mercado obrigacionista e a gestão da riqueza", precisou a PwC, que invocou ainda a "reestruturação necessária" pela qual a empresa é responsável após a falência da sede da Lehman Brothers nos EUA.

Os despedimentos seguem o anúncio feito na semana passada pelos serviços financeiros pelo grupo japonês de serviços financeiros Nomura Holdings, que comprou as actividades de corretagem e banco de investimentos do Lehman Brothers na Europa e no Médio Oriente, comprometendo-se a manter uma "proporção significativa" dos cerca de 2.500 empregados.

20h00 30/09/08 - Bush pressiona Congresso para salvar plano, fala de consequências "dolorosas e duradouras" para a economia

O presidente norte-americano, George W. Bush, avisou hoje que se o plano de salvamento do sistema financeiro falhar as consequências para a economia serão "dolorosas e duradouras".

"O Congresso tem de agir", disse Bush num comentário feito na Casa Branca. As declarações do presidente norte-americano foram feitas um dia depois de a Câmara dos Representantes ter votado contra o plano Paulson que previa um fundo de 700 mil milhões de dólares para a compra de activos de maior risco detidos pelas instituições financeiras norte-americanas. Ao nível político estão a ser feitos todos os esforços para conseguir um plano que permita resolver a crise financeira, com o presidente norte-americano adiantou que a sua administração trabalhará com os líderes do Congresso.

Também os candidatos à Casa Branca, Barack Obama e John McCain dirigiram-se aos especialistas dos partidos que representam para que estes também trabalhem na busca de uma solução. Bush realçou que o fundo de 700 mil milhões de dólares é incomparavelmente menor que o bilião de perdas registadas nos mercados na segunda-feira.

O presidente sublinhou que o processo legislativo ainda não terminou, reconhecendo, porém, que "que é um voto difícil para os membros do Congresso". O presidente dos EUA destacou, no entanto, que "a realidade é que a situação é urgente e as consequências são cada vez piores à medida que passam dias sem que nada seja feito".

19h49 30/09/08 - Vaticano lembra que deve ser feito mais pelos países pobres

O Vaticano lembrou que, apesar da urgência para ultrapassar a crise financeira internacional, deveria ser feito mais pelos países pobres, noticiou hoje a agência católica Ecclesia.

Numa análise sobre as "urgências da economia global", no último editorial do programa Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano, o director dos serviços de informação da Santa Sé, padre Federico Lombardi, sustenta que o esforço para salvar da crise as economias mais desenvolvidas é muito maior face à ajuda internacional mundial para os países em vias de desenvolvimento.

"Os compromissos económicos assumidos de forma intempestiva para salvar o sistema financeiro norte-americano, e de repercussão internacional, são impressionantes nas suas dimensões", reconheceu o responsável.Mas "sem deixar de considerar a urgência para superar" a crise, o prelado questiona: "Não se pode e não se deve fazer mais para salvar as economias e promover o desenvolvimento dos países mais pobres?". A situação mostra, de acordo com Federico Lombardi, que "poderia fazer-se mais pelo desenvolvimento".

Na segunda-feira, o plano de salvamento financeiro norte-americano proposto pela administração Bush foi reprovado pela Câmara dos Representantes com 228 votos contra e 205 a favor.

O plano previa que o governo recorresse a 700 mil milhões de dólares (cerca de 479,21 mil milhões de euros) para comprar os activos de maiores riscos detidos pelas instituições financeiras dos Estados Unidos.

O chumbo provocou a queda dos principais índices bolsistas.

19h47 30/09/08 - Ferreira Leite defende sistema e diz que palavras de serenidade de Sócrates vieram tarde

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou hoje que vieram tarde as palavras de serenidade do primeiro-ministro, José Sócrates, face à crise financeira, criticando declarações anteriores do Governo que "diabolizaram" o sistema financeiro.

Em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Manuela Ferreira Leite defendeu que "o sistema financeiro é essencial para o progresso económico e não pode ser posto em causa" e que "a primeira prioridade das autoridades deve ser o restaurar da confiança".

A presidente do PSD disse subscrever por isso a ideia transmitida hoje pelo primeiro-ministro de que os portugueses podem estar tranquilos em relação aos seus depósitos bancários. De acordo com Manuela Ferreira Leite, a intervenção de José Sócrates hoje "pode ir nesse sentido só que veio tarde".

"A primeira palavra do primeiro-ministro foi aquilo que exactamente não se pode fazer, que foi atribuir ao jogo das bolsas como se fosse um casino, foi estar contra as poupanças que são aplicadas em determinado tipo de instrumentos financeiros", criticou.

"É uma palavra de serenidade que devemos transmitir e portanto sublinho essa ideia. Só não sublinho é a ideia de diabolizar o sistema financeiro, o PSD sublinha exactamente o contrário, sublinha as virtudes, as virtualidades, a necessidade de fortificar e credibilizar o sistema financeiro e não o contrário", reforçou a presidente do PSD.

Questionada sobre que medidas deve o Governo adoptar, Manuela Ferreira Leite respondeu que "ao Governo compete manter a confiança", que essa é "a prioridade fundamental", e fez alusão a declarações do ministro da Economia, Manuel Pinho. Segundo o Diário Económico, o ministro da Economia afirmou na segunda-feira que o mundo de prosperidade assente num sistema de financiamento eficiente, na inovação, na expansão do comércio e em energia barata para todos acabou.

"Não se pode dizer que acabou o mundo. Há certos aspectos que não podem nunca ser ditos, afirmações desta natureza são coisas absolutamente impensáveis", condenou a presidente do PSD.

Segundo Manuela Ferreira Leite, "o sistema financeiro, tal como existe nas economias avançadas, é um sistema cuja função é remunerar as poupanças o melhor possível e depois canalizá-las para financiamentos de risco, sem que esse risco prejudique quem poupa -- esta é a função do sistema financeiro".

"O eficaz funcionamento do sistema financeiro é essencial ao progresso económico que defendemos como meio de melhorar o nível de vida das populações" e, por isso, "não é tema sobre o qual se possam fazer afirmações irreflectidas e contraditórias, demagógicas e inconsequentes".

"O restaurar do sistema financeiro, que eu considero que é essencial, passa pela confiança e não pela desconfiança", insistiu.

18h57 30/09/08 - Evo Morales diz que pobres "não devem pagar a crise dos ricos"

O presidente de Bolívia, Evo Morales, disse hoje, na cidade brasileira de Manaus, que "os pobres não devem pagar a crise dos ricos".

Morales, que participou numa reunião com os seus homólogos do Brasil, Equador e Venezuela, condenou o actual sistema financeiro mundial, e insistiu que "onde está o capitalismo, há saque, exploração e pobreza".

A crise financeira demonstrou que "o capitalismo não é nenhuma solução para a humanidade", afirmou Morales, para quem as turbulências dos mercados foi um dos assuntos centrais da reunião com os presidentes do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, Equador, Rafael Correa, e Venezuela, Hugo Chávez.

Morales reconheceu que na Bolívia e no resto dos países em vias de desenvolvimento a crise financeira internacional provocará estragos maiores do que nas nações mais ricas.Acrescentou que o seu governo se começou a preparar para enfrentar o fenómeno do capitalismo e assegurou que um dos primeiros passos nesse sentido foi a nacionalização da indústria de petróleos, decretada em Maio do ano passado.

"Na Bolívia nacionalizamos para que as pessoas tenham dinheiro ", disse Morales, sublinhando com alguma ironia que "nos Estados Unidos querem nacionalizar a dívida e a a crise das pessoas que têm mais dinheiro".Após uma reunião privada com o chefe de Estado brasileiro, Morales regressará hoje mesmo a La Paz.

18h37 30/09/08 - Líderes da América Latina debatem em Manaus resposta concertada

Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador reuniram-se hoje em Manaus, estado do Amazonas, para encontrar uma resposta concertada para enfrentar a actual crise financeira internacional.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, recebeu os seus homólogos da Venezuela, Hugo Chavez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, para discutir "formas de reforçar os mecanismos de integração que têm ajudado as economias sul-americanas a proteger-se dos efeitos da crise financeira internacional", disse o porta-voz da presidência do Brasil, Marcelo Baumbach.

À chegada a Manaus, Hugo Chavez apelou à rápida "activação" de mecanismos regionais, nomeadamente do Banco do Sul, para enfrentar a crise financeira."Não podemos perder nem mais um dia na criação do Banco do Sul, que é uma proposta que a Venezuela fez há uma década e cuja criação foi assinada em Buenos Aires há um ano, mas que mesmo assim, por razões técnicas e burocráticas, não foi ainda activado", afirmou.

De acordo com o chefe de Estado venezuelano, a América Latina precisa de um banco regional que possa gerir as reservas dos países dentro da região e que seja administrado pelas nações do continente.

As previsões dos países impulsionadores do Banco do Sul, cuja fundação foi assinada em Dezembro de 2007 pela Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, apontam para que a instituição comece a operar ainda este ano com um capital de 7.000 milhões de dólares.

"Temos que nos libertar totalmente do sistema neoliberal que está a acabar com o mundo", defendeu o governante, admitindo que ninguém pode dizer que está a salvo da actual crise financeira.

"A melhor estratégia é a ofensiva. Há que avançar. Ao mesmo tempo que o neoliberalismo se está afogar, temos que avançar com a integração, de uma maneira muito concreta, do Banco do Sul, assim como fortalecer os nossos bancos, os nossos fundos de investimento e avançar com pactos de financiamento próprios", concluiu.

18h27 30/09/08 - Governo Macau prevê perturbações e baixa previsão crescimento económico para 10%

O Secretário para a Economia e Finanças do Governo de Macau admitiu hoje que o território vai ser afectado pela crise financeira norte-americana e reviu em baixa para 10 por cento o crescimento económico de 2008.

Francis Tam, que recentemente tinha apontado um crescimento económico para o corrente ano de 15 por cento, disse que face às mudanças no mercado internacional, nomeadamente o dos Estados Unidos, revia em baixa o crescimento para 10 por cento, alertando que Macau não ficará imune à crise.

Além da alterações económicas internacionais, Francis Tam apontou ainda como causa do abrandamento da economia os ajustamentos na indústria do jogo, o principal motor da economia local, que depois de crescer acima dos 50 por cento até Agosto estava em crescimento nulo nos primeiros 15 dias de Setembro face ao mês homólogo de 2007.

Francis Tam explicou que a grande preocupação do executivo de Macau está concentrada em "manter uma taxa de desemprego baixa entre os trabalhadores locais", mas admitiu um crescimento do desemprego nos próximos meses.

"Apesar das alterações no mercado financeiro, os pilares da economia de Macau continuarão a desenvolver-se de forma saudável", afirmou.Francis Tam salientou que "é previsível que haja um ajustamento ao desenvolvimento de alguns sectores, entre os quais o abrandamento das receitas arrecadadas com os turistas e com o consumo em geral".

O governante explicou que os abrandamentos "terão reflexos, entre outros, no sector da hotelaria, o que levará à diminuição do investimento de privados".

Reafirmando o objectivo governamental de manter a baixa do desemprego, Tam afirmou que o executivo está a "efectuar estudos sobre as medidas mais eficazes para a importação de mão-de-obra, sendo que para alguns sectores serão adoptadas medidas rígidas na reestruturação das quotas de importação de trabalhadores".

Apesar de prever tempos mais difíceis, Francis Tam disse "esperar que a população enfrente as dificuldades em conjunto com o Governo", garantiu maior "transparência" das medidas governamentais e informação adequada à população sobre o sector financeiro e a situação dos bancos, mas alertou para a necessidade do público procurar informação sobre a economia.

O secretário salientou que o sistema bancário de Macau é estável e pediu a confiança da população no sistema.

No entanto, sem especificar qualquer operação e sem se referir a possíveis clientes de Macau do Lehman Brothers que perderam grande parte dos investimentos, alertou que a introdução de mecanismos de salvaguarda dos pequenos clientes das instituições bancárias irá ter implicações na operação dos bancos e pode aumentar os custos de funcionamento, cujo impacto será cobrado aos clientes.

18h14 30/09/08 - Portugal e Espanha devem trabalhar juntos para ultrapassar situação internacional - Embaixador espanhol

O novo embaixador de Espanha em Portugal defendeu hoje que os dois países têm de trabalhar juntamente para ultrapassar "o melhor possível" a crise financeira e afirmou que no actual contexto Espanha é uma oportunidade para os investidores portugueses.

"Temos de trabalhar do lado espanhol para ultrapassar o melhor possível a crise financeira, que não é espanhola, é internacional, mas devemos todos trabalhar juntos", afirmou Alberto Navarro à agência Lusa, em Lisboa.

Alberto Navarro falava à margem de um almoço num hotel da capital portuguesa que reuniu 300 empresários, economistas, gestores e banqueiros onde falou sobre as relações bilaterais entre Espanha e Portugal e a situação económica e política entre ambos os países.

"Honestamente acho que há uma oportunidade (tendo em conta a crise internacional). Espanha é um país estratégico para Portugal, um vizinho, e empresas portuguesas devem aproveitar a ocasião para investir neste momento e no mercado espanhol, sendo também verdadeiro o inverso", disse à Lusa o diplomata que está em Lisboa há apenas um mês.

"É evidente, que Espanha está melhor do que estaria não tivesse feito o que fez nos últimos três anos", sublinhou.Segundo o embaixador, a população activa em Espanha que era de 12 milhões há dez anos passou para 20 milhões na actualidade.

Alberto Navarro admitiu no entanto que "o desemprego está aumentar", mas realçou que a economia "é muito mais forte", depois de quatro anos consecutivos de saldos orçamentais positivos.

"A economia espanhola tem hoje uma dívida que representa 26 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e do ponto de vista macroeconómico está bem. Embora as coisas mudem dia após dia, estamos melhor do que há seis anos trás", salientou o diplomata espanhol.

O sector financeiro espanhol é dos mais fortes e competitivos da Europa, realçou o embaixador, dando como exemplo o Santander Totta, um dos maiores bancos da zona euro.

O diplomata defendeu ainda que em situação de crise é preciso dar "sinais positivos" e investir em infra-estruturas estratégicas, como redes viárias, comboio de alta velocidade, que tem data a limite para a sua conclusão marcada para 2013, do lado português entre Lisboa/Madrid e do lado espanhol, entre o Caia e Madrid.

Para Alberto Navarro é essencial manter também o investimento público na dimensão social, visando "evitar ao máximo" os efeitos negativos da crise.

O Embaixador espanhol referiu ainda que os dois países devem avançar com políticas conjuntas em áreas como a segurança, energia e a cooperação, dentro do espírito da União Europeia, para que potenciem a sua imagem externa ao nível comercial, dos investimentos e das línguas (português e espanhol) em África, Brasil e nos países da América Latina.

17h54 30/09/08 - Petróleo: Preços a recuperar de perdas de segunda-feira com perspectivas de aprovação de plano norte-americano

O preço do petróleo estava hoje a recuperar cerca de dois dólares nos mercados de Londres e Nova Iorque depois de segunda-feira ter caído mais de 10 dólares devido ao chumbo do plano norte-americano para estancar a crise financeira.

A recuperação do preço do petróleo, depois de na segunda-feira ter registado a sua maior quebra em sete anos, deve-se à perspectiva de aprovação por parte do Congresso norte-americano d plano do Tesouro para injectar 700 mil milhões de dólares (cerca de 479 mil milhões de euros) no sistema financeiro.

O preço do petróleo para entrega em Novembro estava a subir 1,96 dólares para 98,33 dólares o barril no mercado de Nova Iorque.O petróleo de Brent para entrega em Novembro estava a ganhar 2,22 dólares para 96,20 dólares o barril no mercado de Londres.

Os analistas contactados pela agência noticiosa Bloomberg referem que o mercado está, neste momento, completamente dependente do que se passa em Washington.

Apesar de alguns analistas defenderem que tão cedo o petróleo não voltará a atingir valores perto dos 150 dólares o barril, outros acreditam que a volatilidade nos preços vai marcar o último trimestre deste ano.

Para já, a Goldman Sachs mantém a sua previsão de um preço-alvo de 115 dólares o barril para os próximos três meses.

17h43 30/09/08 - Salvamento de bancos respeita regras da concorrência da UE - Durão Barroso

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou hoje que as regras da concorrência da União Europeia (UE) não impedem o salvamento de bancos com planos para a injecção de milhares de milhões de euros.

"Nestes casos recentes, constatou-se que as regras da concorrência não foram um obstáculo à adopção pelos governos de medidas decididas de urgência", salientou Durão Barroso, em entrevista ao canal de televisão francês "France 24", citada pela agência EFE.

Segundo o chefe do executivo comunitário, a norma europeia "permite a flexibilidade necessária".

"Quando há um problema de concorrência, tratamos de actuar sem questionar outros valores importantes, como, por exemplo, a estabilidade financeira", frisou.

Vários governos europeus nacionalizaram entidades bancárias nos últimos dias, perante o risco de falência dessas entidades.

Durão Barroso apoiou a iniciativa do presidente de França, Nicolas Sarkozy, de organização de uma cimeira internacional "no final de Novembro ou início de Dezembro", para examinar "de forma sistemática" os problemas financeiros.

"É preciso fazer alguma coisa a nível global", realçou, recordando que estão a ser preparadas algumas medidas, não só à escala europeia.

A presidência francesa da UE indicou que vai reunir nos próximos dias em Paris Durão Barroso, os presidentes do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e os líderes dos quatro países europeus do G7 (Alemanha, França, Itália e Reino Unido).

"Para tranquilizar os mercados, seria necessário fazer um esforço europeu conjunto. É o que vamos propor aos nossos estados-membros", disse Barroso, notando que outra data importante será a Cimeira Europeia de meados de Outubro.

17h28 30/09/08 - Banca não precisa que o Governo suspenda grandes obras públicas - analistas

A solidez da banca portuguesa e a sua quase imunidade aos riscos de falência tornam desnecessário que o Governo suspenda projectos de obras públicas para injectar dinheiro e ajudar o sector, consideraram analistas ouvidos hoje pela Lusa.

Em declarações hoje à rádio TSF, o antigo ministro das Finanças Luís Campos e Cunha sugeriu que o Governo deve supender os grandes investimentos anunciados (comboio de alta velocidade e novo aeroporto de Alcochete).

O ex-governante socialista defendeu que estes projectos sejam reavaliados à luz da crise financeira actual, com o dinheiro canalizado antes para a "salvaguarda dos mercados".

Os analistas de bancos ouvidos pela Lusa consideram que o sistema bancário português não apresenta actualmente uma situação financeira preocupante face à crise da banca internacional, pelo que lhes parece improvável que o governo português venha a ter necessidade de gastar dinheiro dos contribuintes, indicando que esse não deve, por isso, ser um argumento para afastar os projectos de grandes obras públicas.

Paula Carvalho, analista do BPI, disse que "não existem, por enquanto, necessidades do sistema financeiro português que justifiquem o desvio de dinheiros públicos para a banca".

Se o cenário actual se mantiver, com os bancos portugueses a resistirem a choques sucessivos e mantendo-se "suficientemente sólidos", Paula Carvalho afirmou não ver razão para o Governo não continuar com os grandes projectos de obras públicas anunciados, ainda que sob a condição de contenção de défice e dívida do Estado.

Caso a situação da banca se complique, então seria "mais ajuizado esquecer os grandes projectos", acrescentou a mesma analista.

Pedro Matos Branco, analista do BES, considera que na banca portuguesa, que é fundamentalmente de retalho, "não se visualiza um abanão" da ordem do verificado nos bancos europeus, pelo que "não parece haver preocupações do executivo quanto à necessidade de intervenção pública.

"Por outro lado, o ex-ministro das Finanças Miguel Beleza declarou à Lusa o seu apoio à suspensão dos grandes investimentos sugerida por Luís Campos e Cunha, considerando-a "uma medida inteligente e importante" que deveria ser tomada "mesmo sem a crise financeira".

No entanto, "dadas as circunstâncias é importante reavaliar (o investimento em grandes obras públicas)", reforçou.

Contactados pela Lusa, o antigo ministro da Economia socialista Daniel Bessa, o ex-ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira do Amaral, e os ex-ministros das Finanças Pina Moura e Jorge Braga de Macedo escusaram-se a comentar as declarações de Campos e Cunha.

17h17 30/09/08 - Angela Merkel exorta EUA a aprovar pacote para reanimar economia

A chanceler alemã Angela merkel exortou hoje os Estados Unidos a agir rapidamente para debelar a crise financeira internacional, mostrando-se convicta que o pacote de salvação da economia rejeitado pela maioria do Congresso será aprovado ainda esta semana.

"O pacote tem uma importância transcendente para a economia e para os cidadãos, para restabelecer a confiança", disse Merkel após uma reunião extraordinária do grupo parlamentar democrata-cristão, em Berlim, para debater a chamada crise financeira.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, advertiu também para as "consequência imprevisíveis" de um veto ao pacote de ajuda norte-americano à banca, no valor de 700 mil milhões de dólares (cerca de 500 mil milhões de euros).

Na mesma ocasião, Angela Merkel defendeu a concessão de uma fiança do Estado alemão, no valor de 35 mil milhões de euros, para salvar o consórcio financeiro Hypo Real Estate, de Munique.

O presidente do Bundesbank (banco central), Axel Weber, salientou que sobre todo o sistema monetário alemão pairava a ameaça de uma "paralização total", se o Hypo Real Estate não fosse ajudado pelo estado e por um conjunto de bancos privados.

A oposição, no entanto, criticou a avultada fiança e o acto isoldado do governo federal, sem passar pelo Parlamento.

O presidente dos Liberais, Guido Westerwelle, afirmou que os bancos privados e os "laender" (Estados federados) devem comparticipar mais nestes apoios financeiros, criticando também a falta de informação existente sobre o funcionamento de alguns bancos.

"Não queremos atirar com dinheiro a maus gestores", disse o líder da bancada liberal no Bundestag (Parlamento).

Nas fileiras da coligação governamental era patente também a insatisfação por causa da fiança concedida ao Hypo Real Estate, sobretudo por parte dos sociais-democratas (SPD).

O presidente do Bundesbank esteve reunido com a bancada parlamentar deste partido, em Berlim, e teve de justificar a decisão, alegando que caso contrário, teria havido um "crash" do sistema bancário.

Apesar das insistências de vários deputados do SPD, Weber recusou-se a vaticinar o que irá acontecer no sistema financeiro alemão nos próximos dias, alegando que seria "irresponsável" fazê-lo publicamente, devido à tensão que reina nos mercados.

Se a fiança concedida pelo Estado ao Hypo Real Estate for accionada, estará em risco o saneamento do orçamento de Estado alemão até 2011, uma das grandes consignas do governo de Angela Merkel, ainda há dias reiterada pelo ministro das finanças, Peer Steinbrueck.

A Confederação dos Sindicatos Alemães DGB) considerou a fiança concedida ao consórcio financeiro de Munique, "uma bofetada no rosto dos contribuintes", cuja associação também se insurgiu contra a medida.

Segundo o Bundesbank e a BAFIN, a agência de controlo das actividades da banca, o Hypo Real Estate terá de sofrer profunda reestruturação, com supervisão do Estado, para evitar uma falência que teria dimensões idênticas a do banco norte-americano Lehman Brothers.

14h52 30/09/08 - Carvalho da Silva (CGTP) diz que situação é "chocante"

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, considerou hoje "chocante" a actual crise financeira, apontando como solução a "inversão" de todas as "políticas de mentira".

"Este não é o caminho do futuro: dizer que não há dinheiro para os salários e depois observar que há dinheiro para socorrer os especuladores", afirmou Carvalho da Silva, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com dirigentes do Bloco de Esquerda.

Classificando a actual crise financeira como "chocante", o secretário-geral da CGTP atribuiu ao "capitalismo neo-liberal" do "discurso dos sacrifícios" a responsabilidade da situação.

Por isso, continuou, é necessário "uma inversão em tudo", para acabar com todas as "políticas de mentira", que pedem austeridade e sacrifícios aos trabalhadores e cortam nos seus direitos.

"O dinheiro existe, mas só há disponibilização da riqueza para quem tem poder", criticou Carvalho da Silva.Sobre o encontro com o Bloco de Esquerda, Carvalho da Silva adiantou que foi feita "uma reflexão sobre os problemas da economia", em especial no plano social e laboral.

"Ano após ano, são pedidos mais sacrifícios aos trabalhadores e não há qualquer retribuição, nem estes vêem o país se desenvolver", lamentou, afirmando que Portugal é o único país da União Europeia que nos anos de 2006, 2007 e 2008 teve um crescimento real dos salários de "zero".

"É necessário despertar a confiança dos trabalhadores", defendeu.

14h46 30/09/08 - EUA/Bolsa: Mercados abrem em alta com expectativa de novo plano na quinta-feira (14:35)

Os mercados norte-americanos abriram hoje em alta, a corrigir das fortes perdas da sessão anterior e na expectativa de aprovação na quinta-feira de um plano da administração Bush para os mercados financeiros.

Às 14:35, o índice tecnológico Nasdaq Composite valorizava 2,61 por cento para os 2.035,56 pontos, depois de na segunda-feira ter encerrado a recuar 9,14 por cento para 1.983,73 pontos.

O índice industrial Dow Jones subia 1,96 por cento, para os 10.568,31 pontos, após um fecho a perder 6,98 por cento para 10.365,45 pontos na sessão anterior, naquela que foi a maior queda de sempre desde índice.

Ao contrário do esperado, a meio da tarde de ontem, nos EUA, os republicanos chumbaram o plano da administração Bush para ajudar a ultrapassar a difícil situação financeira dos bancos, gerando um movimento de forte queda das bolsas americanas.

Hoje e depois de declarações de democratas e republicanos apontarem para a possibilidade dos dois partidos se entenderem para chegar a um acordo sobre um novo plano para ajudar as instituições financeiras a ultrapassarem a crise, os mercados abriram em alta.

No entanto, a expectativa da maioria dos analistas é a de que se mantenha a instabilidade bolsista nos próximos dias, espelhando o nervosismo dos investidores.

14h44 30/09/08 - Governo belga segue de "muito perto" situação dos bancos ING e KBC

A Bélgica afirmou hoje seguir de "muito perto" a situação dos bancos ING e KBC, depois de ter socorrido os bancos Fortis e Dexia, com o primeiro-ministro a falar de um "furacão" que se abateu no país.

"Seguimos de perto a situação no Dexia, do ING e do KBC", declarou o ministro das Finanças Didier Reynders numa audição perante a comissão dos assuntos financeiros e orçamentais da Câmara dos Deputados em Bruxelas.

O ING é um banco holandês fortemente implantado na Bélgica, o KBC é um banco-segurador belga."Seguimos as cotações minuto por minuto do ING e também olhamos de perto a situação do KBC.

É muito importante para nós seguir a evolução das várias empresas", precisou Reynders.No que respeita o banco franco-belga Dexia, que foi objecto de uma plano de recapitalização de 6,4 mil milhões de euros dos poderes públicos belgas, francesas e luxemburgueses, o ministro precisou que o governo belga vai "ver em que medida podiam verificar-se cessões de activos para assegurar ainda melhor o financiamento do grupo Dexia".

A respeito das turbulências dos últimos dias, o chefe do governo belga, Yves Leterme, considerou perante os deputados que se tratou de "uma avalancha, um verdadeiro furacão atingiu a Bélgica".

Reynders reconheceu que o país tomara, ao socorrer os dois bancos em dificuldades (Fortis e Dexia) "o risco de ver estes montantes total ou parcialmente perdidos".

"Mas é preciso comparar este risco com o custo (da cobertura) de todos os depósitos garantidos, do emprego de 25.000 pessoas (que seriam perdidos) e com as consequências para a economia em geral" em caso de colapso destes bancos, sublinhou.

Reynders considerou que a operação "valeu a pena" e que precisou que fora decidida consultando o Banco Central Europeu (BCE).

Para Reynders, sem a intervenção sem precedente deste fim-de-semana, "era quase certo que Fortis não teria encontrado segunda-feira liquidez para continuar as suas operações".

14h29 30/09/08 - Autoridades belgas e francesas detêm mais da metade do capital do Dexia

As autoridades belgas e francesas detêm mais da metade do capital do banco Dexia, após o aumento de capital decidido hoje de madrugada para salvar o estabelecimento da tormenta financeira, anunciaram os dirigentes do grupo.

Do lado belga, o capital do Dexia reparte-se a partir de agora entre o grupo de serviços financeiros Arcofin (14 por cento), as municipalidades belgas (14 por cento), a instituição mutualista Ethias (5 por cento), o Estado belga (5,7 por cento), as regiões belgas (5,7 por cento).

Do lado francês, o segurador CNP (1,3 por cento), o estado francês e a Caisse des Dépôts e Consignations (CDC), detêm mais de 25 por cento do capital em conjunto, indicou a direcção do banco numa conferência telefónica.

Juntando as participações das autoridades belgas (estado federal, regiões e municipalidades) e as das autoridades francesas (Estado e CDC), os poderes públicos detêm um pouco mais de 50 por cento do capital do banco franco-belga.

Antes da operação de salvamento do banco, o poder local belga detinha 16,2 por cento do capital, a CDC 11,7 por cento e o segurador francês CNO 2 por cento.

O Estado belga, as regiões belgas e o Estado francês não tinham participações significativas.As autoridades belgas e francesas, assim que os accionistas existentes, subscreveram este aumento de capital a um preço por acção de 9,9 euros, indicou o Dexia num comunicado.

14h08 30/09/08 - Bloco Esquerda compara perdas em Wall Street a "queda do muro de Berlim do capitalismo"

O líder do BE comparou hoje as perdas verificadas na bolsa nova-iorquina à "queda do muro de Berlim do capitalismo", considerando inaceitável que se gastem "700 mil milhões de dólares para proteger os accionistas de orgias despesistas".

"A queda de Wall Street é a queda do muro de Berlim do capitalismo", afirmou o líder do BE, Francisco Louçã, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com a CGTP, na sede dos bloquistas.

Sublinhando que uma das consequências da crise financeira é o aumento do risco de desemprego das "vítimas" da própria crise, Francisco Louçã criticou ainda o plano de emergência para os mercados financeiros da administração financeira, rejeitado na segunda-feira pela Câmara dos Representantes norte-americana.

"Não é aceitável reduzir pensões (...) e, por outro lado, encontrar 700 mil milhões de dólares para proteger os accionistas de orgias despesistas", afirmou.

O "Plano Paulson", ou Lei de Emergência para a Estabilidade Económica, prevê que o governo pode recorrer a 700 mil milhões de dólares (cerca de 479,21 mil milhões de euros) para comprar os activos de maior risco detidos pelas instituições financeiras dos Estados Unidos.

13h53 30/09/08 - BE desafia Sócrates a debater tema no Parlamento

O Bloco de Esquerda desafiou hoje o primeiro-ministro a escolher a crise financeira para tema do próximo debate quinzenal na Assembleia da República, renovando os apelos para que o Executivo tome medidas que conduzam à redução dos juros.

"Deixamos um desafio para o primeiro-ministro discutir a crise financeira na Assembleia da República", afirmou o líder do BE, Francisco Louçã, em declarações aos jornalistas no final de um encontro da CGTP, na sede dos bloquistas.

Nesse debate, acrescentou Francisco Louçã, José Sócrates deverá explicar que medidas o Governo pretende tomar e se irá propor a redução das taxas de juro ao nível da União Europeia.

"José Sócrates vai propor a redução dos juros?", questionou Francisco Louçã, considerando a redução dos juros como uma "medida de urgência" que é necessário tomar.Na semana passada, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, Francisco Louçã questionou o primeiro-ministro sobre a disponibilidade do Governo para propor à União Europeia uma redução da taxa de juro.

Na altura, José Sócrates recordou que o Banco Central Europeu (BCE) é uma autoridade monetária independente, tendo apenas admitido que a instituição seja s sensível à redução das tensões inflacionistas.

"O conjunto de governadores do BCE não deixará de olhar para a diferença entre as taxas de juro nos Estados Unidos e na Europa" e ver em que medida "poderão dar uma ajuda", disse, então, o primeiro-ministro.

Vários economistas têm defendido a necessidade de reduzir a taxa de juro na Europa.

13h47 30/09/08 - Analistas justificam recuperação das bolsas europeias com perspectivas de aprovação do Plano Paulson

Analistas contactados pela Lusa relativizaram a recuperação de hoje das principais bolsas europeias que explicam com a perspectiva de aprovação na quinta-feira do plano de emergência da administração norte-americana para os mercados financeiros.

Depois de um dos piores dias de sempre nas bolsas mundiais, a rejeição do plano do secretário do Tesouro norte-americano por 23 votos de avanço do "Não", as principais bolsas europeias abriram hoje todas no "vermelho", mas têm vindo a recuperar durante a manhã reagindo com relativa serenidade e equilíbrio.

Às 13:25, a Euronext 100 registava ganhos de 0,12 por cento, enquanto o DJ Stoxx 50 obtinha ganhos ligeiros, quase inalterado, nos 0,09 por cento.

Lisboa seguia positiva, com ganhos de 1,08 por cento, seguida de Milão a cair ligeiramente 0,06 por cento, Paris que perdia 0,16 por cento, Londres que recuava 0,48 por cento, Madrid que desvalorizava 1,23 por cento e Frankfurt que caía 1,26 por cento.

Segundo os analistas contactados pela agência Lusa, esta é uma correcção "normal" após um dia de "grande pânico" em Wall Street, mas sobretudo uma "acalmia" motivada pela perspectiva de aprovação do "Plano Paulson"."Existe uma grande tensão nos mercados.

Ainda não é desta que vai haver estabilidade. O que há é alguma expectativa quanto a novidades das reuniões de quinta-feira do Senado norte-americano, para aprovação do plano, e do Banco Central Europeu (BCE), com a possibilidade de vir a cortar as taxas de juro", disse à agência Lusa o analista do Espírito Santo Research Rui Guedes.

Comentando a redução das perdas no "velho continente", o analista explicou que os governos europeus têm mostrado que "não se importam em socializar a dívida, actuando com maior rapidez" que os Estados Unidos.

Três bancos europeus foram salvos pelo Estado da falência - Fortis, Hypo Real State e o Bradford & Bingley - e já hoje, o primeiro-ministro belga Yves Leterme anunciou um acordo entre os governos belga, francês e luxemburguês para injectar 6,4 mil milhões de euros no banco franco-belga Dexia, alcançado após uma longa madrugada de negociações.

Segundo o analista do Millennium Research Acções António Seladas, o mercado está a antecipar a aprovação do plano de emergência na quinta-feira.

"O mercado não estaria a reagir como está hoje, mas sim a cair, se não acreditasse que o plano vai ser aprovado. Houve correcções violentas ontem - as maiores desde ["o crash" bolsista de] 1987.

Por isso, faz algum sentido" que os mercados estejam hoje mais calmos, afirmou António Seladas.No mesmo sentido, o director de Investimentos do Banco Best, Paulo Horta, disse que "a expectativa de resolução do problema [a não aprovação do plano de emergência] alivia o pessimismo".

"O mais importante é se o plano irá ou não ser aprovado. As bolsas europeias abriram com um sentimento negativo, mas têm estado a recuperar por efeito dos futuros que estão a subir mostrando a repercussão [do sentimento na Europa] nos Estados Unidos", afirmou.

Os três analistas são contudo unânimes em considerar que ainda é cedo para fazer grandes previsões para os mercados mundiais, num momento caracterizado por "muita irracionalidade, tensão e muitos rumores" e "falta de confiança" nos mercados.

Por exemplo, a taxa de juro Euribor a seis meses bateu hoje máximos de sempre nos 5,377 por cento, assim como a Libor também atingiu um record histórico de 6,88 por cento, bem acima das taxas de referência.

13h37 30/09/08 - Sócrates diz que famílias portuguesas com poupanças podem estar tranquilas

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que as famílias portuguesas com poupanças podem estar tranquilas apesar do actual quadro de crise e elogiou a capacidade de resistências das instituições financeiras nacionais.

As declarações do primeiro-ministro foram proferidas na Feira Internacional de Lisboa, após ter presidido a uma cerimónia de assinatura de um contrato entre o Governo e a Associação Industrial Portuguesa (AIP) para formação de trabalhadores de pequenas e médias empresas.

Interrogado sobre um possível agravamento da crise financeira mundial, o primeiro-ministro responsabilizou os Estados Unidos, sustentou que Washington tem a obrigação de tomar medidas para suster a propagação da crise, mas enviou uma mensagem de tranquilidade para Portugal.

Quero tranquilizar as pessoas quanto às suas poupanças. O sistema financeiro português tem demonstrado uma boa resistência às consequências da turbulência e das incertezas nos mercados financeiros internacionais", declarou Sócrates.

Segundo Sócrates, as actuais restrições ao crédito "afectam todos os bancos europeus"."As entidades de supervisão, o ministro das Finanças [Teixeira dos Santos] e eu próprio acompanhamos os desenvolvimentos. Mas o mercado português tem dado mostras de boa saúde para resistir", acrescentou, antes de se referir às responsabilidades de Washington na presente crise.

"Tudo isto não dispensa os norte-americanos de fazerem aquilo que devem fazer, e rapidamente", declarou.Nas declarações aos jornalistas, o chefe do Governo português disse encarar "com preocupação" o actual quadro de crise financeira internacional.

"Espero que os Estados Unidos encontrem rapidamente uma solução que reponha a segurança no sistema financeiro norte-americano e por consequência no sistema financeiro internacional", sustentou Sócrates, frisando que "a origem do problema" é "um conjunto de decisões no sistema financeiro dos Estados Unidos".

Numa crítica implícita às correntes mais conservadores e do Partido Republicano dos Estados Unidos, José Sócrates advertiu que a resposta à actual crise financeira "não pode passar por adoptar a mesma política a esteve na base dos problemas".

"Nada fazer não é solução. Fazer, intervir e corrigir são as únicas formas de se devolver confiança e segurança ao sistema financeiro internacional", frisou.De acordo com o primeiro-ministro, as dificuldades que se sentem actualmente na Europa "chegaram por via dos Estados Unidos".

Em contraste com as críticas que fez às autoridades de Washington, Sócrates defendeu que "os governos europeus mostraram já uma determinação total para dar confiança aos seus cidadãos"."As poupanças dos europeus estão garantidas.

É por isso essencial que os Estados Unidos aprovem rapidamente uma solução para acabar com uma desconfiança que mina a confiança no sistema financeiro internacional", reforçou.No actual quadro de crise, Sócrates advogou que "a Europa já pagou um preço".

"Há um ano que estamos a pagar esse preço, com restrições no crédito e com o crédito mais caro. É altura para os Estados Unidos intervirem", acrescentou.Numa mensagem ideológica, o chefe do Governo português sustentou que a presente crise "também demonstrou que o sistema europeu de regulação dá mais garantias" do que "os comportamentos pouco prudentes" dos Estados Unidos.

13h30 30/09/08 - Reino Unido: Líder da oposição deixa cair propostas para encontrar soluções rápidas para a crise financeira

O líder dos Conservadores, David Cameron, exortou hoje o governo britânico a aprovar rapidamente legislação para proteger as poupanças das pessoas e as instituições financeiras em perigo, deixando cair algumas propostas do seu partido em nome da unidade.

Num discurso que não estava previsto na agenda do congresso dos Conservadores, que decorre até quarta-feira em Birmingham, Cameron apelou à unidade nacional para resolver a crise financeira, em referência à falta de acordo entre Republicanos e Democratas dos Estados Unidos para chegar a acordo para aprovar um plano de emergência.

"Hoje é altura de enviarmos uma mensagem clara para os nossos adversários políticos e ao nosso país: não deixemos que a querela política que teve lugar na América aconteça aqui no nosso país", disse.

Para facilitar uma legislação que procure uma solução para a crise financeira no Reino Unido, o líder dos "Tories" propôs três medidas.A primeira é aprovar uma lei na próxima semana, quando o Parlamento britânico regressar de férias a 06 de Outubro, que permita às autoridades salvarem bancos em dificuldades.

Cameron mostra-se disposto a deixar cair a exigência de que seja o Banco de Inglaterra a iniciar o processo e a aceitar a proposta do governo para que seja a Autoridade para os Serviços Financeiros, a autoridade reguladora.

Outra questão onde promete apoiar o governo é aumentar o montante das poupanças que estão protegidas das falências dos bancos, que se situa actualmente em 35 mil libras por pessoa (cerca de 44 mil euros).Todavia, a imprensa britânica já avançou que o governo quer aumentar este valor para 50 mil libras (cerca de 63 mil euros), o mesmo proposto pela oposição.

Por fim, Cameron quer estabilizar o sector financeiro.Um plano mais pormenorizado deverá ser apresentado na quarta-feira, quando Cameron encerrar o congresso, mas o líder justificou a sua intervenção inesperada devido à preocupação das pessoas.

"No Reino Unido, estamos todos juntos e portanto temos de encontrar uma solução para ultrapassar isto (a crise) juntos", declarou.

O principal índice da Bolsa de Londres FTSE 100 abriu hoje em queda cerca de 3 por cento devido às perdas nas bolsas norte-americanas e asiáticas, mas recuperou entretanto e mantém-se actualmente positivo.

12h23 30/09/08 - Governo espanhol garante que entidades financeiras não têm problemas

O governo espanhol assegurou hoje que nenhum banco ou caixa de aforro espanhola tem actualmente problemas causados pela crise financeira e que, como tal, as poupanças e investimentos dos cidadãos "não estão em risco".

A situação financeira internacional suscitou hoje comentários tanto da vice-presidente do governo, María Teresa Fernández de la Veja, como do ministro da Economia, Pedro Solbes, que entregou hoje no parlamento o projecto-lei do orçamento de Estado para 2009.

Insistindo na estabilidade do sistema financeiro espanhol, De la Veja disse à rádio Cadena SER que a crise internacional levará a mudanças obrigatórias no sistema capitalista internacional.

Cabe aos governos aproveitar a crise para introduzir sistemas de controlo, insistiu a governante considerando que a política de "rigor e controlo do Banco de Espanha" é um dos elementos que contribui para um menor impacto da crise internacional no sistema espanhol.

De la Veja considerou "uma má noticia" a rejeição pelo congresso norte-americano, afirmando que espera que uma solução seja encontrada, mas reiterando a "solidez" do sistema financeiro espanhol.

"Muitos governos europeus estão a olhar para o sistema financeiro de Espanha. Isto não significa que não há que melhorar", disse.

Posição partilhada pelo ministro da Economia, Pedro Solbes, que afirmou que os cidadãos espanhóis podem estar "muito tranquilos" porque as suas poupanças não correm perigo em nenhuma das entidades financeiras espanholas.

Questionado sobre se o Governo está a planear "resgatar" qualquer entidade, Pedro Solbes afirmou que "todas as partes implicadas estão a acompanhar de forma "discreta" a evolução do sistema financeiro.

"Estamos convencidos de que o sistema espanhol não corre qualquer perigo. Apesar das tensões de liquidez, está razoavelmente cómodo e a sua situação não pode ser comparada a de outros países", disse.

12h10 30/09/08 - Bruxelas lamenta "chumbo" do Plano Paulson e exorta EUA a "assumir a sua responsabilidade"

A Comissão Europeia manifestou hoje a sua "decepção" com a rejeição do plano de emergência da administração norte-americana contra a crise financeira, e exortou os Estados Unidos a assumirem a sua responsabilidade.

No dia seguinte à Câmara dos Representantes ter chumbado, com 228 votos contra e 205 a favor, a Lei de Emergência preconizada pela administração norte-americana, a Comissão Europeia disse hoje esperar que "em breve" haja uma decisão que permita estabilizar o sistema financeiro norte-americano, lembrando que a crise nos Estados Unidos assumiu proporções globais.

"Os Estados Unidos têm de assumir a sua responsabilidade", afirmou o porta-voz do executivo comunitário, Johannes Laitenberger, apontando que os EUA "têm responsabilidades especiais na turbulência que atravessam os mercados mundiais.

O "Plano Paulson", chumbado segunda-feira, prevê que o governo recorra a 700 mil milhões de dólares (cerca de 479,21 mil milhões de euros) para comprar os activos de maior risco detidos pelas instituições financeiras dos Estados Unidos.

12h06 30/09/08 - África do Sul: Bolsa abriu em queda mas está a conseguir amortecer o impacto da crise mundial

O mercado bolsista sul-africano, que abriu hoje em queda em consequência da crise mundial, reagiu bem a meio da manhã e registou uma recuperação significativa, em grande parte devido à boa liquidez do seu sistema bancário.

A Bolsa de Valores de Joanesburgo (JSE), a maior do continente africano, abriu a sessão de hoje em queda, com perdas no índice global de acções da ordem dos 4 por cento, mas já tinha recuperado 0,12 por cento, situando-se nos 21.020,80 pontos uma hora após a abertura do mercado.

O Rand, a moeda sul-africana, recuperou também marginalmente e os receios de nova queda ao longo da sessão começaram a dissipar-se.

O Rand estava a meio da manhã cotado a 8,34 contra o dólar, depois de ter fechado a sessão de segunda-feira a 8,20.Importantes para a economia são a relativa estabilidade dos preços do ouro, platina e outros metais que têm ajudado a estabilizar a economia sul-africana, mesmo depois da mudança do governo e do presidente da República a semana passada na sequência de uma grave crise interna no partido no poder, o ANC.

O ouro está hoje cotado a 896,95 dólares por onça (897,15 dólares/onça no fecho da sessão de ontem) e a platina a 1.044,50 dólares a onça (contra 1.080,00 no fecho da sessão de ontem.

Algumas das maiores empresas mineiras que controlam o sector na África do Sul registaram mesmo ganhos, tendo as acções da Anglo-American subido 3,9 por cento e as da BHP Biliton 2,7 por cento, em resultado da boa prestação do ouro e outros metais estratégicos.

Analistas e economistas sul-africanos mantêm uma prudente dose de optimismo sobre a capacidade da economia navegar por esta crise global com relativamente poucas "mossas" se os preços dos metais se mantiverem fortes e a moeda não deslizar abaixo dos 9 Rands por dólar nos próximos dias.

O clima de angústia mantém-se, no entanto, na Bolsa depois das acções das 40 maiores empresas listadas terem perdido uma média de 2,9 por cento na abertura da sessão de terça-feira, e de ontem se ter registado a maior queda de sempre num só dia dessas mesmas acções (6 por cento).

As garantias dadas pelo novo presidente, Kgalema Motlanthe, de que o rumo da economia sul-africana não sofrerá mudanças sob a sua administração e a boa liquidez do sistema bancário têm ajudado a escudar, para já, a África do Sul da crise internacional.

11h56 30/09/08 - Ásia com comportamento misto com subida ligeira em Hong Kong e quedas em Taiwan e Japão

O índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong fechou hoje em alta ligeira de 0,8 por cento depois de ter iniciado o dia a perder 6,1 por cento.

O Hang Seng acabou o dia positivo com um ganho de 135.53 pontos para um total de 18.016,21 pontos.

"Depois de algum pânico inicial 'ho