México marca três golos e vence por 1-0

Diziam os entendidos que o grupo A do Mundial seria liderado pelo Brasil, com Croácia, México e Camarões a lutarem pela outra vaga que dá acesso aos oitavos de final da prova. Pois bem, depois do jogo de hoje, um desses três candidatos mostrou que tem tudo... para ir para casa com três derrotas.  

Os Camarões já chegaram um dia atrasados ao Brasil, depois de os jogadores terem exigido à federação um prémio de participação superior ao que estava a ser oferecido (alegadamente de 76 mil euros), e chegaram até a fazer greve a um treino. Hoje, mostraram que também não foram ao Brasil fazer grande coisa, à semelhança do que aconteceu no Mundial-2010, em que foram para casa com três derrotas.

O México, pelo contrário, mostrou bastante mais qualidade do que os camaroneses, apesar de também ter chegado ao Brasil com uma aura de dúvida, depois de uma fase de qualificação em que foi ultrapassado por EUA, Costa Rica e Honduras, só conseguindo a passagem para a prova no playoff perante a Nova Zelândia.

Os mexicanos, liderados por Miguel Herrera - que chegou à liderança antes do playoff -, entraram em campo, numa tarde muito chuvosa em Natal, com o seu esquema habitual em 5-3-2 (que se transforma em 3-5-2 a atacar) e rapidamente ganharam o domínio da partida, perante uma equipa dos Camarões muito recuada no terreno.

Os laterais mexicanos (Layún e Guardado) exploraram ao máximo a profundidade nos respetivos corredores laterais e foi precisamente por aí que surgiu o primeiro golo, logo aos onze minutos. Hector Herrera (do FC Porto) cruza para a área e Giovani dos Santos aparece a rematar, mas o golo foi (mal) anulado por fora de jogo.

Cinco minutos depois, novo golo anulado, mas desta vez para os Camarões. O inevitável Eto'o, melhor marcador da história da seleção, assiste Choupo-Moting, numa das primeiras vezes que a equipa africana chega à àrea mexicana, mas o lance é (bem) anulado por fora de jogo.

Aos 29 minutos, na ponta oposta do campo, novo golo anulado para o México, novamente erroneamente. Na sequência de um canto, um defesa dos Camarões desvia a bola para Giovani dos Santos, que marca, mas o árbitro assistente entende que o avançado do Monterrey estava fora de jogo. Não estava e, ainda para mais, a bola tinha sido endossada por um adversário e não por um companheiro de equipa. Tarde desastrosa da equipa de arbitragem colombiana liderada por Wilmar Woldán, à semelhança do que aconteceu com o árbitro japonês do jogo de abertura do Mundial.

Peralta: não há duas sem três 

A primeira parte acaba com 0-0 e com um falhanço clamoroso de Peralta, o avançado que "sentou" Chicharito Hernandez no banco - e que foi o herói no playoff de qualificação, marcando cinco dos nove golos do México -, mas desta vez o mexicano estava mesmo em fora de jogo (o árbitro assistente finalmente acertou uma...).

A segunda parte começa da mesma forma como acabou a primeira: com Peralta a desperdiçar um golo feito, desta vez de forma legal. E, como não há duas sem três, o avançado do Santos Laguna (curiosamente treinado por um português, Pedro Caixinha) finalmente marcou, aos 61 minutos, na recarga de um remate de Giovani dos Santos, que entrou no meio de um dos buracos da defesa camaronesa, muito pouco organizada (nem parecia ser treinada por um alemão, no caso Volker Finke).

À terceira, um golo mexicano finalmente contava e dava a vitória à seleção que mostrou mais. Apareciam os 'olés' nas bancadas, mas, em cima dos 90', o guardião Ochoa ainda teve tempo para justificar a titularidade (que é normalmente assumida por Corona), ao salvar um golo de Moukandjo. Na próxima jornada, o México defronta o Brasil (17 de junho, 20h, RTP) e os Camarões jogam contra a Croácia (18 de junho, 23h, SportTV1).