27 julho 2010 18:34

Mesmo depois de concluído o Mundail, o IDP manteve no mais absoluto sigilo o processo aberto a Carlos Queiroz, só conhecido depois de ter sido enviado para a Federação Portuguesa de Futebol
ivan sekretarev/ap
IDP garante que o inquérito à forma insultuosa como Carlos Queiroz recebeu os médicos da Autoridade Antidopagem foi instaurado logo após o controlo de 16 de Maio, na Covilhã. Cabe agora à "justiça da FPF atuar disciplinarmente e tomar decisões".
27 julho 2010 18:34
O IDP, Instituto de Desporto de Portugal, revelou ao EXPRESSO que o inquérito instaurado a Carlos Queiroz só foi tornado do conhecimento público após a sua conclusão e consequente envio para a Federação Portuguesa de Futebol, na passada semana.
Segundo refere fonte oficial do IDP, o processo iniciou-se com "a receção do relatório da ação de controlo de dopagem" subscrito pelos médicos da Autoridade Andipopagem de Portugal (ADOP).
"Tal relatório informava da ocorrência de um incidente com o selecionador nacional, Carlos Queiroz", refere o IDP, acrescentando que a ADOP solicitou esclarecimentos complementares "remetidos para o IDP, que instaurou o competente inquérito, logo depois de confirmado o incidente com o selecionador nacional".
Inquérito em sigilo até à conclusão
Mesmo depois de Portugal ter sido afastado da África do Sul nos oitavos de final e concluído o Mundail, o IDP manteve no mais absoluto sigilo o processo aberto a Carlos Queiroz, só conhecido na passada semana quando, já finalizado, foi enviado para a Federação Portuguesa de Futebol.
De acordo com o IDP, nem este organismo nem a ADOP têm competência para instaurar agora qualquer processo disciplinar a qualquer agente desportivo. "Compete aos órgãos de justiça próprios das federações a instauração deste tipo de procedimentos e as consequentes decisões".
IDP diz que cabe à FPF tomar decisões
Questionado sobre se o comportamento de Carlos Queiroz e a atitude insultuosa para com Luís Horta, director da ADOP, terá ficado a dever-se a um possível controlo positivo a Nani, jogador que se manifestou o seu desagrado por regressar a Portugal logo depois de ter viajado para África do Sul, o IDP é perentório: "Estas questões são do domínio da mais completa fantasia".
O IDP frisa que a operação de controlo andidopagem envolveu, no dia 16 de Maio, os jogadores Daniel Fernandes, Eduardo, Fábio Coentrão, Miguel Veloso, Nani e Liedson. "Todos os resultados foram negativos como se deu conta pública através de um comunicado da ADOP de 11 de Junho de 2010", refere o IDP.
A decisão em relação ao futuro de Carlos Queiroz poderá ser ser tomada em reunião da Federação Portuguesa de Futebol ainda esta semana, mas só se o selecionador nacional optar por uma rescisão amigável. Caso contrário, o processo deverá arrastar-se, dado que terá de "correr os seus trâmites legais" no Conselho de Justiça da FPF, refere fonte federativa.