ARQUIVO Sismo no Japão

Japão em contrarrelógio para arrefecer Fukushima

18 março 2011 11:55

A agência japonesa de segurança nuclear subiu hoje de 4 para 5 o nível do acidente nuclear de Fukushima

epa

"A refrigeração  [da central nuclear de Fukushima] é extremamente importante, penso que se trata de uma corrida contrarrelógio", afirmou hoje em Tóquio o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica. (Vídeo da AP no final do texto)

18 março 2011 11:55

Uma "corrida contrarrelógio" foi iniciada para arrefecer os reatores da central nuclear de Fukushima no nordeste do Japão, declarou hoje o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano.

"A refrigeração é extremamente importante, penso que se trata de uma corrida contrarrelógio", declarou Amano em Tóquio, depois de se ter encontrado com o primeiro-ministro nipónico, Naoto Kan.

O acidente da central, sendo "muito grave", é importante que "a comunidade internacional, incluindo a AIEA", participe nos esforços para assegurar a situação, disse.

Amano declarou que a AIEA ia medir o nível de radioatividade em Tóquio a partir de hoje para acalmar a população, inquieta com os problemas da central de Fukushima.

Entretanto, Amano anunciou que vai reunir o conselho das 35 nações membros na segunda-feira para debater a crise nuclear no Japão.

Amano está em Tóquio desde quinta-feira e deverá regressar a Viena, onde se situa a sede da AIEA,  no fim de semana.

A central nuclear de Fukushima, situada a 250 quilómetros a nordeste de Tóquio, ficou gravemente danificada, na sequência do sismo de magnitude 9 na escala aberta de Richter ocorrido na sexta-feira passada.

A agência japonesa de segurança nuclear subiu hoje de 4 para 5 o nível do acidente nuclear de Fukushima na escala dos incidentes nucleares e radiológicos (INES), que vai até 7.

A importância de um problema que ocorre numa central nuclear é avaliado pelo meio desta escala, correspondendo o nível 0 à ausência de qualquer anomalia e o nível 7, o mais elevado, a um acidente muito grave, como o que ocorreu em Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O aumento da gravidade pela agência nipónica coloca o acidente de Fukushima ao mesmo nível do que ocorreu em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.

Por sua vez, a autoridade de segurança nuclear francesa considera que o acidente de Fukushima é de nível 6 na escala do INES.