ARQUIVO Polémica com Jornal Nacional da TVI

Manuela Moura Guedes afastada do ecrã

3 setembro 2009 12:55

Direcção de informação da TVI demite-se em bloco. Clique para visitar o dossiê especial Polémica com Jornal Nacional da TVI.

3 setembro 2009 12:55

A direcção de informação da TVI composta por João Maia Abreu (director) Mário Moura e Manuela Moura Guedes (directores-adjuntos) apresentou a sua demissão em virtude do cancelamento do "Jornal Nacional" de sexta-feira que deveria ir para o ar amanhã depois de uma paragem para férias.

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Os chefes de redacção, António Prata e Maria João Figueiredo, também apresentaram a demissão.

A decisão de suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira partiu directamente do presidente da Prisa, em Espanha, e foi comunicada à direcção da TVI hoje de manhã, disseram à Lusa fontes da estação.

De acordo com as mesmas fontes, o director-geral da TVI, Bernardo Bairrão terá ainda tentado convencer a Prisa a não suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.

O director-geral da TVI Bernardo Bairrão, que era vice de José Eduardo Moniz e que lhe sucedeu após a saída para o grupo Ongoing, tem estado incontactável.

No entanto, segundo a TSF, que avançou com a notícia em primeira-mão, "a suspensão deste noticiário foi decidido pela Administração um dia depois de uma reunião em que a direcção foi questionada sobre o tipo de promoção que o noticiário estava a ter".

Recorde-se que a promoção ao "Jornal Nacional" de sexta-feira incluía uma declaração de José Sócrates com a alusão ao "jornalismo travestido" feito neste noticiário e uma frase final em que se dizia que neste jornal não se mudam linhas editoriais.

De acordo com a TSF foram ainda "questionados critérios e modelos em relação a algumas peças jornalísticas que iriam ser divulgadas no 'Jornal Nacional' de sexta-feira".

Em entrevista ao "Diário de Notícias", hoje publicada, a pivô disse que estava consciente de que "há muita gente que gostaria" que não voltasse ao pequeno ecrã, mas "só se fossem muito estúpidos" é que a afastariam.

"Só se fosse alguém muito estúpido. Como sabe, o meu jornal faz grandes audiências, esta televisão é uma televisão comercial, vive de audiências e daquilo que elas geram", afirmou Moura Guedes.

Durante a entrevista ao DN disse ainda que é "um alvo a abater" por José Sócrates e recusou as críticas que lhe fazem à forma como apresenta o "Jornal Nacional".

"Isso é um disparate. Eu tento sempre contextualizar a informação. Procuro que o meu pivô tenha mais informação, recordando coisas que já aconteceram. E admito que possa ter um bocadinho do que eu penso. Eu não quero ser uma alforreca, eu não sou uma alforreca."