32 detenções e 15 feridos em Espanha nas primeiras horas da greve geral

O Governo espanhol informou esta madrugada que, nas primeiras horas da greve geral, ocorreram 32 detenções e 15 feridos, entre os quais três polícias.

Na primeira avaliação do Executivo espanhol da greve geral, realizada às 6h05 (5h05 em Lisboa), na sede do Ministério do Interior, a diretora-geral da Política Interior espanhola, Cristina Díaz, afirmou que estão a ser cumpridos os serviços mínimos nos setores que já iniciaram a sua atividade.

A greve geral em Espanha iniciou-se às 0h e, segundo os sindicatos espanhóis, contou esta madrugada com uma adesão "massiva" dos trabalhadores, entre 82 e 90%, tendo as indústrias da siderurgia, química, automóvel e da construção aderido fortemente.

Cerca de 700 voos foram hoje cancelados nos aeroportos espanhóis, tendo até ao momento sido operados apenas 28 em todo o país, dos quais 20 através dos serviços mínimos.

Espanha, a quarta economia da zona euro com uma taxa de desemprego superior a 25 por cento, está hoje a cumprir a sua segunda greve geral este ano, depois da paralisação de 29 de março, contra as medidas de austeridade, à semelhança de Portugal.

O Governo espanhol pretende, com a sua política de austeridade, classificada pelos sindicatos como uma "política suicida", poupar 150 mil milhões de euros até 2014.

Os sindicatos espanhóis apelaram à manifestação hoje do movimento dos "indignados".

Mais de 100 manifestações estão marcadas para hoje em Espanha, no final de uma jornada de greve geral convocada pelos sindicatos contra as medidas de austeridade do Governo.

A principal manifestação terá lugar em Madrid e contará, no final, com intervenções dos dirigentes dos principais sindicatos.

Apesar de a maioria dos protestos estar agendada para a tarde de hoje, em algumas cidades as manifestações vão arrancar logo pela manhã, como em Almería, Cádiz, Córdoba, Jaén, Sevilha, Las Palmas, Albacete, Cuenca, Ciudad Real, Bilbao, San Sebastián, Vitoria, La Coruña, Lugo, Orense, Pontevedra e Pamplona.

Os sindicatos espanhóis alegam que a greve geral de hoje, que coincide com protestos noutros países da União Europeia, como Portugal, no âmbito de uma jornada contra os cortes na Europa, pretende evitar o "suicídio económico e social" que a política do Executivo está a provocar.

Os sindicatos apelaram à população espanhola para não só não irem trabalhar, como também para evitarem hoje fazer compras.