20 setembro 2012 7:59
Há um novo juiz no julgamento de Renato Seabra, que também aguarda ainda o processo de seleção de jurados, que já devia ter arrancado.
20 setembro 2012 7:59
O julgamento de Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista Carlos Castro, foi entregue a um novo juiz do Supremo Tribunal de Nova Iorque, Daniel Fitzgerald, e aguarda ainda o arranque da seleção de jurados, segundo a Procuradoria.
"As partes estiveram hoje em conferência com o novo juiz", disse à Lusa Diem Tram, assistente da procuradora Maxine Rosenthal, adiantando que o processo de seleção de jurados acabou por não arrancar, ao contrário do previsto.
"Ainda estamos a resolver questões pré-julgamento e tudo está a correr pelo melhor", adiantou o advogado de defesa de Renato Seabra, David Touger.
Confissão válida
Na última sexta feira, o juiz Michael Obus considerou válida a confissão do homicídio do colunista Carlos Castro por Renato Seabra, cuja anulação era pedida pela defesa do jovem português.
Depois de ouvir os dois detetives no Supremo Tribunal de Nova Iorque, um deles o luso-descendente Michael de Almeida, que extraíram a confissão, em português, na ala psiquiátrica de um hospital, o juíz considerou que todos os requisitos foram obedecidos.
Perturbação mental"
Após a audiência, o advogado de defesa, David Touger, disse estar tranquilo com a decisão, uma vez que a confissão, em que Seabra diz ter assassinado Castro para o "libertar dos demónios" da homossexualidade, acaba por sustentar a sua tese. "A declaração dele apoia a sua defesa", disse o advogado à Lusa.
A tese da defesa é de que Seabra não pode ser considerado culpado, por se encontrar num estado de perturbação mental quando cometeu o crime.
O caso remonta a 7 de janeiro de 2011, quando o cadáver de Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu, com sinais de agressões violentas e mutilação dos órgãos genitais, no quarto de hotel que partilhava com Renato Seabra, em Manhattan.
O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.