27 setembro 2012 23:45
Jurados para o julgamento de Renato Seabra ainda não foram escolhidos, apesar de terem estado hoje no tribunal.
27 setembro 2012 23:45
Defesa e acusação no julgamento do jovem português Renato Seabra, acusado do homicídio do cronista Carlos Castro em Nova Iorque, ainda não escolheram nenhum dos mais de 12 jurados necessários, disseram à agência Lusa ambas as partes.
Hoje, no Supremo Tribunal do Condado de Nova Iorque, "o juiz pediu aos potenciais jurados para preencherem questionários e depois dispensou-os até à tarde de sexta-feira", disse à Lusa fonte do gabinete da procuradora Maxine Rosenthal, adiantando que, até lá, as partes vão rever os questionários preenchidos.
"Nenhum jurado foi escolhido até agora", disse o advogado de defesa de Renato Seabra, David Touger.
Para o julgamento arrancar é necessário que defesa e acusação escolham de comum acordo 12 jurados, mais dois a quatro suplentes. O processo pode demorar entre poucos dias e até duas semanas, dependendo da facilidade com que são escolhidos os jurados.
Novo juiz a estudar o caso
A entrega do caso a um novo juiz do Supremo Tribunal de Nova Iorque, Daniel Fitzgerald, implicou uma pausa no andamento para o arranque do julgamento.
O terceiro juiz a ter em mãos o caso manteve na semana passada reuniões com defesa e acusação e tem estado a inteirar-se do processo.
Daniel Fitzgerald recebeu o processo das mãos de Michael Obus, juiz chefe do tribunal do condado de Nova Iorque, que foi responsável pelo processo de Dominique Strauss-Khan, ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional.
Charles Solomon, juiz que acompanhou o processo desde o início, afastou-se antes da fase de pré-julgamento.
Confissão válida
Na última audiência, o juiz Michael Obus considerou válida a confissão de homicídio do cronista Carlos Castro por Renato Seabra, cuja anulação era pedida pela defesa do jovem português.
O juiz considerou que todos os requisitos foram obedecidos, depois de ouvir no Supremo Tribunal de Nova Iorque os dois detetives, um deles o lusodescendente Michael de Almeida, que extraíram a confissão, em português, na ala psiquiátrica de um hospital.
Após a audiência, o advogado de defesa, David Touger, disse estar tranquilo com a decisão, uma vez que a confissão, em que Seabra diz ter assassinado Castro para o "libertar dos demónios" da homossexualidade, acaba por sustentar a sua tese.
"A declaração dele apoia a sua defesa", disse o advogado à Lusa.
A tese da defesa é de que Seabra não pode ser considerado culpado, por se encontrar num estado de perturbação mental quando cometeu o crime.
O caso remonta a 07 de janeiro de 2011, quando o cadáver de Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu, com sinais de agressões violentas e mutilação dos órgãos genitais, no quarto de hotel que partilhava com Renato Seabra, em Manhattan.
O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.