23 novembro 2011 11:20
Empresa de Manuel Godinho comprou ontem duas corvetas à Marinha por um preço cinco vezes superior à base de licitação. A hasta foi ganha por uma diferença de dois mil euros. Clique para visitar o Dossiê Face Oculta
23 novembro 2011 11:20
A empresa do principal arguido do julgamento Face Oculta comprou ontem duas corvetas à Marinha por 1,6 milhões de euros, destinando-se ambas a desmantelamento para a sucata, apurou o Expresso.
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O contrato foi assinado ontem à tarde, em Lisboa, entre a Marinha e a RAPLUS, empresa em que Manuel Godinho é um dos sócios, mas da qual se encontra desligado da gestão, tal como o seu filho, João Godinho, que é também arguido no julgamento do caso Face Oculta, segundo referiu ao Expresso um responsável da empresa de Ovar.
A RAPLUS ganhou a licitação depois de oferecer 1,6 milhões de euros, o que ascende a cerca de cinco vezes mais do que o preço base. A licitação foi feita na semana passada e o contrato fechado ontem, em Lisboa.
Empresa confirma negócio
A empresa RAPLUS confirma o negócio. O administrador Rui Martelo, contactado esta manhã telefonicamente pelo Expresso, disse que "ganhamos a licitação no valor de cerca de um milhão e 600 mil euros, que representou dois mil euros mais que o nosso mais direto concorrente".
"Uma vez mais, foram cumpridos todos os requisitos legais neste concurso, com todos os pressupostos verificados pelas entidades estatais competentes", acrescentou Rui Martelo ao Expresso.
O mesmo empresário já tinha ganho outro concurso ao Exército há dois anos, poucos dias após ter sido desencadeada pela PJ de Aveiro a operação Face Oculta, a 28 de outubro de 2009. Então, já Manuel Godinho estava preso preventivamente na cadeia de Aveiro.
Manuel Godinho ausente por doença
Entretanto, o principal arguido do caso Face Oculta, Manuel Godinho, está hoje de manhã ausente do julgamento, no Tribunal de Aveiro.
A sua advogada, Paula Godinho, informou o tribunal colectivo de que o empresário voltou a ter problemas de saúde relacionados com a diabetes de que padece e de que é "doente crónico", conforme salientou salientou a advogada.
Manuel Godinho esteve ontem presente no julgamento, mas ao final da tarde já eram visíveis os sinais de cansaço, com saídas constantes da sala de audiências.