ARQUIVO Face Oculta

Escutas de Armando Vara ouvidas hoje em Aveiro

21 dezembro 2011 15:47

Joaquim Gomes (www.expresso.pt)

Escutas do antigo ministro Armando Vara sobre a compra de dois jornais foram ouvidas já após o final da sessão de hoje do julgamento do Face Oculta.

21 dezembro 2011 15:47

Joaquim Gomes (www.expresso.pt)

O julgamento do Face Oculta poderá ter ainda novas escutas, caso seja aceite um requerimento do "Correio da Manhã", que solicitou a audição de um telefonema onde Armando Vara e Rui Pedro Soares falam numa alegada aquisição daquele jornal e do "Público", para o pretenso "controlo noticioso" de ambos os títulos.

A eventual aquisição dos jornais "Correio da Manhã" e "Público" pela PT esteve hoje em foco no julgamento do Face Oculta, mas as escutas só foram ouvidas após terminada a audiência.

A tese do eventual crime de atentado contra o Estado de Direito, que pairou quando José Sócrates era ainda primeiro-ministro, sobre a eventual compra dos dois matutinos, tal como da TVI, foi arquivada, mas as escutas poderão ser agora usadas no julgamento do Face Oculta.

Em causa estará o alegado "poder de influência" de Armando Vara, que é arguido no julgamento que se desenrola em Aveiro e relacionado com o sucateiro Manuel Godinho por causa de um alegado tráfico de influência.

Jornalista do "CM" assistente no processo

As escutas de um telefonema entre Armando Vara e Rui Pedro Soares, então administrador da PT e que seria muito próximo de José Sócrates, foram hoje ao final da manhã ouvidas e repetidas mais duas vezes na sala de audiências do Tirbunal de Aveiro.

O juiz presidente, Raul Cordeiro, tal como fizera anteriormente, autorizou que, à porta fechada, todos os advogados e assistentes no processo ouvissem as escutas do telefonema entre Armando Vara e Rui Pedro Soares.

A audição ficou a dever-se a um requerimento da jornalista Tânia Laranjo, grande-repórter e editora do "Correio da Manhã", que é assistente no processo Face Oculta.

A defesa de Armando Vara, através do seu advogado Tiago Rodrigues Bastos, opôs-se terminantemente à eventual transcrição das escutas para fazerem prova neste julgamento.