21 junho 2012 10:22
Com Hosni Mubarak entre a vida e a morte, os egípcios voltaram a tomar a Praça Tahrir para protestarem contra medidas anunciadas pela Junta Militar, que pretende reduzir o poder do futuro Presidente, e a indefinição nos resultados das presidenciais . Clique para visitar o dossiê Crise no Egito
21 junho 2012 10:22
"São as 48 horas mais críticas na história do Egito", escreve o jornal egípcios "Al Ahram", referindo-se ao prazo para o julgamento pela comissão eleitoral das impugnações apresentadas pelas candidaturas rivais da Irmandade Muçulmana, que declarou a vitória do seu candidato Mohamed Morsy.
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Os milhares de egípcios que passaram a noite na Praça Tahrir, onde ainda continuam, estão dispostos a não arredar pé enquanto não forem conhecidos os resultados oficiais da eleição presidencial. Ahmed Shafik, antigo primeiro-ministro de Hosni Mubarak, disse ter liderado o apuramento dos votos na segunda volta, mas isso os manifestantes não aceitam.
O movimento na Praça Tahrir, convocado pela Irmandade Muçulmana, é também um protesto contra as medidas anunciadas pela Junta Militar, em cujas mãos está o poder legislativo, que reduzem o poder do futuro Presidente.
Militares suspeitos de anunciar falsa morte de Mubarak
O anúncio, na terça-feira, da morte de Hosni Mubarak, até aqui não confirmada, apanhou de surpresa os que lotavam a Praça Tahrir mas não convenceu os manifestantes. Alguns acreditaram mesmo que não passava de uma manobra dos militares para desviar a atenção dos protestos.
A agência oficial egípcia chegou a especificar que o antigo ditador havia morrido ontem à noite, ao chegar a um hospital no Cairo. " O coração de Mubarak deixou de bater, tendo-lhe sido aplicado por várias vezes um desfribilhador, mas o órgão não respondeu", disse a Mena, citando uma fonte médica. Pouco depois, a agência Reuters, citando três fontes da Junta Militar, indicava que Mubarak continuava vivo, embora inconsciente e ligado a um respirador.
Durante a madrugada, dezenas de curiosos aglomeraram-se nas imediações do hospital militar Maadi, para onde Hosni Mubarak foi transferido. Houve também quem fosse levar a sua solidariedade ao antigo governante, que passou 30 anos no poder. "A história será o juiz", lia-se num cartaz com a figura do ditador em uniforme de gala.