18 junho 2012 16:02
Egípcios pedem ajuda internacional para recuperar dinheiro roubado durante o antigo regime. Autoridades calculam que tenham sido desviados cerca de 11 mil milhões de dólares, ou seja, 8,6 mil milhões de euros. Clique para visitar o dossiê Crise no Egito
18 junho 2012 16:02
O Egito ainda não conseguiu recuperar um centavo (piastra) ou uma libra egípcia dos milhões que a Autoridade Egpícia de Ganhos Ilícitos afirma que terem sido desviados durante o regime de Hosni Mubarak. As autoridades continuam na busca de 8,3 mil milhões de dólares (cerca de 6,5 mil milhões de euros) dentro do próprio país.
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Os advogados da agência encarregue de investigar as evidências de corrupção dos membros do antigo Governo egípcio e dos seus familiares querem saber o paradeiro de 11 mil milhões de dólares, o equivalente a 8,6 mil milhões de euros, que terão sido depositados no estrangeiro. Mas dizem que não têm contado com a colaboração dos países em questão.
Reino Unido não quer extraditar ex-ministro das Finanças
Só no Reino Unido - um dos cerca de 12 países que podem ter sido depositários de dinheiro ilícito proveniente do Egito -, estão congelados 132 milhões de dólares (104,72 milhões de euros). Numa viagem a Londres em maio passado, os representantes da agência receberam apenas promessas de colaboração.
Jeremy Carver, da ONG Transparência Internacional, que está a dar formação para advogados e ativistas egípcios, diz que a dificuldade sentida pelo Egito em recuperar o dinheiro não é nenhuma surpresa. "É tentador imaginar que há algum motivo oculto, seja político ou comercial, por detrás disso", mas "o mais certo é que seja mesmo falta de vontade" (em colaborar).
Os egípcios estão também indignados com a recusa britânica em discutir a extradição do ex-ministro das Finanças, Youssef Boutros Ghali, condenado à revelia no ano passado a 30 anos de prisão.
Em declarações à BBC, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico nota que o Reino Unido não tem relações de extradição com o Egito, e que teria de tomar medidas especiais antes de qualquer ação relativamente ao caso de Boutros Ghali.
A Autoridade Egpícia de Ganhos Ilícitos fez recentemente novas acusações contra os filhos do ex-Presidente, Gamal e Alaa Mubarak, por terem obtido informações privilegiadas no mercado de ações no Egito.