ARQUIVO A menina repatriada

Pai de Alexandra diz que mantém direitos paternais

27 outubro 2009 13:43

Gueorgui Tsklauri, pai biológico de Alexandra, a menina russa repatriada pelo Tribunal de Guimarães, afirma: "Eu não renunciei à menina. Ela tem o meu apelido e estou registado como pai". Clique para visitar o dossiê A Menina Repatriada.

27 outubro 2009 13:43

O pai de Alexandra, a menina russa que foi retirada da família portuguesa que a acolheu pelo Tribunal de Guimarães, defende que mantém o direito de paternidade em relação à filha. "Nunca disse que não era o pai dela", sustenta Gueorgui Tsklauri, em declarações hoje feitas à Lusa. 

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Segunda-feira, o vice-presidente da Câmara de Pretchistoe, onde vive a criança, e chefe da comissão municipal de menores, admitiu que as autoridades locais encaram a possibilidade de privar a mãe de Alexandra dos seus direitos maternais, atendendo ao seu comportamento. 

"Já a chamámos aqui várias vezes, já lhe pedimos que mudasse de vida, que nós a ajudaríamos a tratar-se do alcoolismo, mas ela diz que não está doente e recusa toda a ajuda nesse campo", refere Iúri Kudriavtsev.

Em declarações ao diário "Komsomolskaia Pravda", o pai de Alexandra, a viver em Portugal, acrescenta: "Eu não renunciei à menina. Ela tem o meu apelido e estou registado como pai". 

O que diz a lei russa

À Lusa, Gueorgui Tsklauri adianta que a mãe de Alexandra, Natália Zarubina, não tem informações sobre a possibilidade de lhe serem retirados os direitos maternais. "Ela (Natália Zarubina) disse-me que está tudo bem, tudo normal", recorda, adiantando que ainda hoje vai "falar com mais pessoas na Rússia" para saber da situação. 

Um advogado russo contactado em Moscovo pela agência Lusa conta que a lei russa prevê a entrega da criança ao pai se ele provar que tem condições para cuidar dela. Segundo a lei russa, se a mãe de Alexandra for privada de direitos maternos, a avó da menina não pode pretender à custódia da neta, porque vive na mesma casa de Natália. 

"Resta-nos apenas saber, através da Embaixada da Rússia em Portugal, se o pai biológico de Alexandra continua a ter direitos paternais sobre a criança. Se não tiver, ela vai ser retirada da família", disse segunda-feira Elvira Aguissova, responsável pela Comissão para Assuntos de Menores da Região Pervomaisk, onde se encontra a aldeia de Pretchistoe. 

A Lusa contactou a Embaixada da Federação da Rússia em Portugal, que, de acordo com a sua adida de imprensa, não pretende comentar a situação.