20 novembro 2009 16:08
Natália Zarubina, mãe de Alexandra, menina russa que esteve à guarda de uma família portuguesa e foi repatriada, vai casar-se com um georgiano imigrante legalizado em Portugal e quer voltar. Clique para visitar o dossiê A MENINA REPATRIADA.
20 novembro 2009 16:08
A mãe de Alexandra, menina russa criada em Barcelos, vai casar-se no dia 15 de Dezembro com um cidadão georgiano imigrante em Portugal e pondera o regresso ao país com a criança, disse hoje o advogado da família portuguesa que criou a menina de 6 anos.
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João Araújo, que fez estas revelações com base em informações que tem recolhido, falava aos jornalistas no final de um encontro que teve com elementos do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, sobre o assunto.
Neste encontro, disse o advogado, foi-lhe transmitido que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, "está a acompanhar o caso" e que terá agendado, para a próxima semana, "reuniões ao mais alto nível com autoridades russas".
Filha à condição
Hoje, data limite para a comissão russa criada para avaliar as condições em que a menina está a viver apresentar um relatório, João Araújo revelou que, ainda não sendo informação oficial, a mãe de Alexandra terá de submeter-se a um tratamento contra o alcoolismo se quiser continuar com a filha.
"Será dado algum tempo a Natália para se tratar dos problemas de alcoolismo", acrescentou.
Entretanto, Natália Zarubina está de casamento marcado para 15 de Dezembro próximo, na Rússia, com um cidadão georgiano que trabalha na construção civil em Portugal, onde está devidamente legalizado.
Esta é uma das razões para, segundo o advogado da família portuguesa que criou Alexandra, o casal regressar a Portugal com a menina russa, até porque neste país deverão receber as ajudas já prometidas. Essas ajudas passam por uma habitação e um trabalho, tanto para Natália
Zarubina como para o seu futuro marido, que assim "poderá mudar de ramo".
Eventual adopção
Segundo João Araújo, a vinda de Natália para Portugal não está dependente do tratamento contra o alcoolismo. Contudo, se permanecer na Rússia e não acatar o ultimato da comissão, Alexandra poderá ficar disponível para adopção.
Nesse caso, e se nenhum casal russo demonstrar interesse em adoptar a menina, o casal Pinheiro, que criou a criança em Portugal desde os 17 meses, poderá candidatar-se, adiantou.
No entanto, o advogado esclareceu que a adopção de Alexandra pelo casal português "nunca esteve em questão". "O que pretendemos é que a Alexandra viva nas condições em que todas as crianças merecem viver e que não são as actuais", que classificou que "degradantes", referiu.
Alexandra, que vivia há quatro anos com uma família de acolhimento portuguesa em Barcelos, foi devolvida a 18 de Maio deste ano à mãe biológica, por decisão do Tribunal da Relação de Guimarães. Agora com seis anos, Alexandra partiu depois para a Rússia na companhia da mãe, Natália Zarubina.