ARQUIVO Sismos em Portugal

250 anos do terramoto de 1755

17 dezembro 2009 12:30

(www.expresso.pt)

A primeira catástrofe moderna faz exactamente 250 anos no próximo 1 de Novembro. A origem do terramoto de 1755 continua a ser um enigma para os cientistas. Clique para visitar o dossiê Sismos em Portugal

17 dezembro 2009 12:30

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A polémica mantém-se e já chegou às páginas da revista "Science", mas, por enquanto, só existe algum consenso quanto à localização da principal rotura que provocou a catástrofe. Ela tem um nome bem sugestivo: Falha Marquês de Pombal.

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E, depois, é preciso recomeçar. Tal como aconteceu em Lisboa, onde ressurgiu uma cidade voltada para o futuro, inovadora, no ambiente cultural que se criou e até na construção anti-sísmica, outro sinal da evidente modernidade pós-1755. Essa construção surgida na Baixa lisboeta, património que hoje volta a ser ameaçado pelas alterações feitas às estruturas dos edifícios, as chamadas "gaiolas" pombalinas. De tal maneira que muitos especialistas consideram não estar Lisboa e outras regiões do país, como o Algarve, preparadas para um grande terramoto.

A nossa legislação anti-sísmica é uma das mais avançadas da Europa, mas a sua aplicação depara-se com um problema: a fiscalização. As autarquias não têm meios para a fazer em condições, não havendo por isso garantias de segurança, mesmo na construção nova. E nas obras de reabilitação há simplesmente um vazio legal, o que permite tudo, desde o uso de materiais inadequados à supressão de paredes e pilares, ou ao corte das barras de madeira dos edifícios "gaioleiros". Por isso, numa simulação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil feita para o EXPRESSO de um sismo como o de 1755, os resultados foram catastróficos. Nas regiões de risco mais elevado - a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve - registaram-se mais de 25 mil mortos e o colapso de 25 mil edifícios. Mas num cenário em que o parque habitacional estivesse em bom estado de conservação, estes danos reduzir-se-iam a metade.

Texto publicado na edição do Expresso de 22 de Outubro de 2005