Em Second Life

Empresas batem universidades

30 março 2008 14:00

A presença das empresas nos mundos virtuais supera a das universidades, revela o mais recente estudo sobre os universos paralelos. Uma conclusão que enterra de vez a ideia de um espaço para jogadores e gente ociosa. E as agências de publicidade já sabem disso.

30 março 2008 14:00

Esta revelação torna ainda mais interessante, como elemento de estudo, este documento, fruto da colaboração entre o Virtual-Worlds Consortium for Innovation and Learning do SRI Consulting Business Intelligence (com ligações ao Instituto de Pesquisa de Stanford), o Special Interest Group on Virtual Worlds, do Fórum de Criadores de Software de Silicon Valley, o The Serious Second Life Group e a MetaverseU, a rede da universidade de Stanford.

Inovação é chave

Os autores salientam que a experiência dos participantes no inquérito em mundos virtuais é extensa, porque as quatro organizações têm ligações a Second Life ou a outros mundos virtuais, pelo que o conhecimento que demonstram é superior ao da generalidade da população. A maioria dos inquiridos passa de uma a cinco horas semanais em mundos virtuais (sobretudo em Second Life, sugere o relatório), mas alguns chegam a passar mais de 20 horas semanais imersos no mundo virtual. E muitos afirmam que o tempo despendido tende a aumentar à medida que novos avanços tecnológicos abrem novas fronteiras de colaboração online. O leque de profissões dos participantes é variado, incluindo de jornalistas a investigadores, consultores de TI, empresários, designers e artistas.

Todos os objectos produzidos dentro de Second Life são feitos pelos habitantes

Todos os objectos produzidos dentro de Second Life são feitos pelos habitantes

Os veteranos sabem

A facilidade de uso e o baixo custo apontam para Second Life como o ambiente mais adequado para trabalho colaborativo no próximo par de anos, indicam os inquiridos, adiantando que esperam ver a tecnologia evoluir para tornar a plataforma ainda mais eficaz para o fim pretendido. Melhor funcionalidade com a Web - algo que começa a ser uma realidade agora, com a integração, mesmo que parcial, de HTML em SL - e maior segurança, para que as empresas possam instalar Second Life nos computadores atrás de uma "firewall", forma de aumentar o uso colaborativo do mundo virtual da Linden Lab, são ainda notas do estudo.

A ideia de colaboração que transparece do estudo é, afinal uma realidade antiga de Second Life, como sugere no seu blog Gwyneth Llewelyn, uma pioneira e especialista do mundo virtual. Segundo a avatar, comunidade, colaboração e cooperação são termos familiares aos veteranos. São, acrescenta, a essência do que milhões de utilizadores fazem em SL todos os dias, muitas vezes sem pensarem sequer no que estão a fazer.

Vender jornais

As empresas de publicidade vão ter de começar a olhar para a nova fronteira. Virtual.

As empresas de publicidade vão ter de começar a olhar para a nova fronteira. Virtual.

No artigo, Nuno Antunes, CEO da Proximity Portugal, afirma que "o mundo online e o que se desenrola nesse mundo é o próximo grande desafio das agências. Nós temos que estar atentos a essa realidade já que a comunicação vai ser cada vez mais online".

Second Life®

A partir de agora Second Life tem de escrever-se assim: Second Life®. Como sucede com muitos produtos comerciais e nomes de empresas. A exigência saiu da Linden Lab para uma comunidade que agora se volta para os proprietários do mundo e pergunta se essa é a retribuição por tudo o que fizeram disseminando, gratuitamente, o nome do mundo virtual. Alguns acham que a LL exige que se grafe o nome sempre daquela forma. Trata-se, porventura, de um mal-entendido. Em uso regular, com marcas, só na primeira vez é necessário seguir a norma. Vejam-se os livros.

Paulo Casaca volta a SL

O deputado europeu Paulo Casaca voltou a Second Life para a sua terceira conferência virtual, agora sobre o tema "Minorias Étnicas no Médio Oriente". Para Catalina Streeter, uma das responsáveis pelo Babel Project, estrutura associada ao deputado, a utilização de Second Life é importante para chegar a outras pessoas mas também "para a promoção dos mundos virtuais enquanto ferramenta credível de trabalho, educação e 'network' - uma imagem que, após o entusiasmo inicial, praticamente deixou de ser transmitida pela imprensa (apesar de serem cada vez mais os projectos que, tanto em qualidade como em quantidade, contrariam esta ideia".

O regresso de Gandhi

A Marcha do Sal, caminhada de quase 400 quilómetros do Mahatma Gandhi em protesto contra a proibição de extracção de sal imposta pelos ingleses, repete-se 78 anos depois em Second Life. Joseph DeLappe, professor de arte da Universidade de Nevada, decidiu recriar o evento, que pode ser acompanhado no mundo virtual ou através do blog do artista.

O Portal português

Portugal já tem o seu portal de Second Life. Uma equipa de entusiastas do mundo virtual concebeu o Portal Second Life, o primeiro portal da comunidade de língua portuguesa de SL. Um espaço para visitar, inscrever-se e saber novidades. Socializar e cooperar, coisas dos mundos virtuais.