16 março 2008 14:20

A Sony BMG criou um espaço especial para mostrar alguns dos seus artistas
Os Duran Duran podem nunca ter cumprido a promessa de viver numa ilha de SL e dar concertos à borla, mas os Iron Maiden, Ramones e muitos outros já lá estão. As lendas do rock chegaram a SL. Mesmo que em t-shirts virtuais. Mas não só.
16 março 2008 14:20
Claro como água. Os concertos que lembram Woodstock e outros festivais, as reuniões hippies ou as concentrações de solidariedade apontaram sempre nesse sentido: o rock devia estar em Second Life. E se os U2 nunca entraram a sério, apesar de apreciadores da banda terem recriado um concerto dos irlandeses, os Journey compraram uma ilha, recentemente, e instalaram-se com armas e bagagens, mostrando todos os seus álbuns, as estórias por detrás de alguns, e cenários que nos remetem para alguns dos velhos LP, com aqueles imensos folhetos interiores, que permitiam ter fotos, textos das canções e mil outras coisas para ler enquanto se escutava a música.
A loja do rock

A loja da Universal abriu com produtos de 12 bandas, dos Ramones aos Cradle of Filth
A ilha dos Journey é ainda o repositório das biografias de todos os membros que passarem pela banda, o lugar para apreciar os vídeos e escutar diversos temas e o lugar para alguns concertos "ao vivo", no palco criado propositadamente para esse fim.
A decisão do grupo de fazer qualquer coisa em grande dentro de Second Life não é, parece, caso único. Mesmo se as propostas são distintas, como sucede com a entrada recente de bandas como Iron Maiden, Cradle of Filth ou os Ramones no mundo virtual. Chegam não através da música, mas de t-shirts, que podem ser adquiridas para uso no mundo virtual ou, a partir dali, compradas para vestir no mundo real. Ou em ambos... as distintas versões, claro.
Slipknot, Trivium, Bullet for my Valentine, Kings of Leon, Nickelback, StoneSour, Avenged Sevenfold, Funeral for a Friend, HIM, e as bandas já citadas acima preenchem este espaço, Rock Vault, onde se é recebido por esqueletos e um táxi formado por uma caveira e vértebras nos leva às lojas virtuais de cada uma das bandas.
O projecto foi desenvolvido pela The Sine Wave Company para a Bravado, a divisão de merchandising do Universal Music Group.
"Esta é uma excelente forma de os apreciadores das bandas verem e experimentarem os produtos que divulgam a imagem de cada um dos grupos" diz Mark Stacey, da Bravado. " Não só podem ter uma fantástica t-shirt para o seu avatar como podem ver tudo o que existe na loja virtual e comprar versões reais nas lojas dos artistas."
Para Rohan Freeman, presidente da The Sine Wave Company, a ilha é um local "que pretendemos tornar num local de reunião da comunidade. Além de um pólo de desenvolvimento criativo de novos produtos para as bandas, pretendemos encorajar as bandas a virem até aqui, falar com pessoas e talvez realizar alguns concertos ao vivo."
Nada que em Portugal não se faça, como provou o recente concerto da nova banda portuguesa, os Klepth.
Anos 70 de volta

Os saudosos dos anos 70 podem ver em SL bandas como The Who, Fleetwood Mac, Rolling Stones, Pink Floyd ou os Queen
Todos os géneros musicais estão hoje presentes em SL, quer através de concertos de intérpretes mais ou menos conhecidos, quer através das muitas rádios que fazem "streaming" para dentro do mundo. E existem mesmo clubes onde se pode escutar jazz, hip-hop, techno, blues... tudo o que se pense. As pessoas agrupam-se por preferências e é fácil fazer uma lista de sítios para visitar que oferecem exclusivamente o tipo de música que se pretende. Até os grupos de rock sinfónico e psicadélico como Yes, Genesis (na fase Peter Gabriel) ou Pink Floyd (fase Roger Waters) reuniram apreciadores que continuam a cultivar aquele período de tempo, como se suspensos num limbo eterno.
A Sony BMG é um dos grupos do mercado discográfico com maior presença dentro de Second Life. A ilha que possuem em Second Life reúne numa estrutura de aspecto futurista artistas como Ben Folds, Justin Timberlake, Christina Aguilera, Bow Wow, Audioslave, Outkast, DMX e Cheyenne Kimball. Videoclips, t-shirts e um leque de outros produtos, além de links para a web bidimensional são regra no espaço que a Sony/BMG criou para mostrar alguns dos seus artistas.
Apesar de tudo isso, o destino mais interessante até ao momento continua a ser o do grupo Journey, que soube traçar na sua ilha uma viagem interessante pela história que escreveu no rock progressivo desde o começo dos anos 70. E para os saudosistas resta estar de olhar atento sobre as listagens de concertos em SL. Um grupo de avatares saudoso de outros tempos recriou bandas dos Pink Floyd (do período Roger Waters) aos AC/DC, passando por ELO, Fleetwood Mac, Queen e Rolling Stones. Quase se pode dizer que alguma da melhor música do momento vive... num mundo virtual.
Fundador deixa lugar
Philip Rosedale, o fundador da Linden Lab e timoneiro da pioneira experiência de Second Life vai deixar o lugar de presidente executivo da companhia, para dar lugar a alguém mais experiente na gestão dos negócios da empresa na próxima fase da vida de Second Life. Falta encontrar esse alguém, porque não existe ainda uma data marcada para a sucessão.
Desafio aos fotojornalistas... em SL
A 2ª Conferência sobre Comunicação, Educação e Formação no Second Life, cef^sl 08, que decorre na Universidade de Aveiro entre 26 e 28 de Junho de 2008, tem um desafio interessante no seu programa: um concurso - chamar-lhe-ia passatempo... de fotojornalismo, com prémios reais para reportagens realizadas no mundo virtual. O 'In-World Foto Contest cef^sl 08' espera os virtuosos da câmara fotográfica virtual. Saiba mais no site do evento.
Moria no Natal
Perto do Natal o jogo the Lord of the Rings Online vai levar os jogadores para uma nova área do mapa da Terra Média. Os criadores da adaptação da obra de Tolkien já anunciaram a primeira expansão paga do jogo, que introduz novas figuras, classes e a subida para nível 60 da opção de expansão das personagens... algo que vem agradar a quantos já atingiram o limite, actual, de 50.
Decência e Sony Home
A Sony continua preocupada com a ideia de dar aos habitantes do seu mundo virtual a ser, Home, ferramentas para criarem o que lhes der na gana. Apesar de entender que isso é um trunfo importante, a empresa não quer arriscar-se, como sugeriu recentemente o director criativo Ron Festejo, que algum avatar se passeie pelo mundo com uma t-shirt ofensiva. Se fosse só isso...