Assinatura Tratado de Lisboa

O Tratado de Lisboa é uma excepção

13 dezembro 2007 15:47

Luísa Meireles

Luísa Meireles

Redatora Principal

"Guardião-mor" dos tratados diz que este é o primeiro tratado reformador a ser assinado por chefes de Estado.

13 dezembro 2007 15:47

Luísa Meireles

Luísa Meireles

Redatora Principal

O Tratado de Lisboa será o primeiro na história da União Europeia a ser assinado pelos chefes de Estado e de Governo, com excepção da Constituição, em 2003, revelou ao Expresso o chamado "guardião-mor" dos tratados, o funcionário europeu Philip Evans. Todos os outros - por serem apenas tratados de emendas a outros tratados (tal como o de Lisboa) - foram assinados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros.

Philip Evans, um galês de 54 anos, é o chefe do "Bureau de Acordos", da poderosa Secretaria-Geral do Conselho da União Europeia, sediada em Bruxelas e é a ele que incumbe o papel de "mestre de cerimónias" nestas ocasiões. Desta vez será ajudado por uma outra funcionária do mesmo "Bureau", Verena Schubert. Foram eles que os espectadores puderam ver volteando em torno dos dirigentes europeus na cerimónia que decorreu esta manhã no Mosteiro dos Jerónimos.

Evans trouxe para Lisboa 46 exemplares do Tratado, guardados numa caixa de metal. Mas os líderes europeus assinarão apenas uma "selecção de 60 páginas do Tratado", divididos em dois documentos, o Tratado Reformador da UE, como é oficialmente designado, e o Acto Final. No total, o texto conta com 280 páginas e tem uma altura de 70 cm - "seria impossível manuseá-lo", afirmou.

Mesmo assim, os livros são enormes, encadernados à mão, em pele azul escura, com as estrelas-símbolo da União em dourado. Também lá dentro as páginas apresentam uma moldura dourada.

O "guardião-mor" dos tratados tem essa tarefa desde 1986, tendo começado precisamente depois da adesão de Portugal á então CEE, em Janeiro de 1986. "Desta vez pude conhecer os Jerónimos", disse. Desde essa data, esteve presente em Maastricht, Amesterdão, Nice e Tratado Constitucional.