4 maio 2008 16:00
Maioria das crianças desaparecidas decide fugir de casa. Números dizem que casos como o de Maddie são "atípicos" tanto na Europa como nos Estados Unidos.
4 maio 2008 16:00
O desaparecimento de Maddie é descrito como um "caso atípico" por entidades portuguesas e estrangeiras e ilustra o drama de milhares de menores que, por iniciativa própria ou raptados, engrossam as listas de desaparecidos.
Em Portugal, a Linha SOS Criança Desaparecida, do Instituto de Apoio à Criança (IAC), abriu 31 processos relativos a menores desaparecidos em 2007, tendo conseguido localizar 27 num curto espaço de tempo - mas quatro permanecem ainda em paradeiro desconhecido. A maioria dos desaparecimentos reporta-se a fugas de menores, sobretudo de casa mas também de instituições de acolhimento. Alexandra Simões, responsável do IAC, admite que o rapto por terceiros não é comum em Portugal, mas não generaliza, "já que nos baseamos em estatísticas mas como se sabe, a pedofilia é uma patologia psiquiátrica. Os 242 detidos por esse crime nas prisões portuguesas não têm todos o mesmo perfil".
Actualmente, o "site" da PJ dá conta de 13 menores que não foram ainda encontrados. Alguns desaparecidos há anos.
Na Europa, o maior problema é não se saber ao certo o número de crianças desaparecidas, o que tem efeitos "perversos", segundo Catherine Meyer, fundadora da Parents And Abducted Children Together: "As estimativas escondem a verdadeira dimensão do problema". No Reino Unido, "a anos-luz das boas práticas dos EUA", diz Meyer, 130 a 140 mil menores são dados como desaparecidos todos os anos. As fugas têm maior peso estatístico, no entanto, segundo dados do Home Office, 60 a 100 crianças são raptadas por terceiros - mas mais de metade são encontradas em 24 ou 72 horas. Outras nunca regressam a casa. Nos arquivos da Police National Missing Persons Bureau permanecem 1418 casos em aberto.
Já nos EUA, o National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC) que tem colaborado com os McCann, estima que sejam mais de 800 mil as crianças desaparecidas. E se "em 99% dos casos, as forças policiais devolvem-nas à família em horas ou dias", diz Ernie Allen, CEO da NCMEC, o que o preocupa são os 58 mil menores raptados por desconhecidos para fins sexuais.
Por ano, só 115 raptos têm semelhanças com o que poderá ter acontecido a Maddie. "São os casos mais difíceis de resolver. Quem a levou pode ficar com ela anos ou matá-la ao fim de poucas horas", admite Ernie. À luz das últimas notícias, Alexandra Simões pergunta quantos mais casos iguais ao de Elisabeth Fritzl, a mulher sequestrada pelo pai durante duas décadas, vão ainda ser revelados.
crianças e jovens portuguesas foram dadas como desaparecidas em 2006. A maioria reaparece ao fim de horas ou dias. Os adolescentes entre 12 e os 14 anos que fogem de casa são a maior dos de cabeça para a PJ