Professores: Sindicatos esperam manifestação de sábado com adesão próxima das anteriores

Depois de duas manifestações em 2008 que entram para a história (recente) como as maiores protagonizadas por uma só classe profissional, os professores voltam amanhã à rua para demonstrar, mais uma vez, o seu descontentamento com as políticas do Governo.

Serão seguramente largos milhares os que vão desfilar, mas o grande desafio que se coloca aos sindicatos é o de juntar de novo um número próximo dos 100 mil, atingido tanto a 8 de Março como a 8 de Novembro.

Mário Nogueira, porta-voz da plataforma que reúne todos os sindicatos do sector, não adianta estimativas mas confia que a manifestação de amanhã, em Lisboa, se "aproximará dos níveis" das manifestações anteriores.

"É essa a informação que nos chega das escolas", afirma o secretário-geral da Fenprof, garantindo que o número de autocarros já reservados para o Norte e Centro se aproxima do registado em Março.

Sendo certo que a suspensão do modelo de avaliação de desempenho dos docentes para este ano lectivo é uma batalha perdida, Mário Nogueira defende que a realização de mais este protesto, o oitavo durante o mandato da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, é totalmente oportuno.

"Em final de legislatura é importante em termos políticos, já que os partidos estão a fechar os programas eleitorais e a assumir os seus compromissos para as legislativas. Este é o tempo de os professores dizerem que não estão satisfeitos e o que querem que seja feito para corrigir".

Até porque, acrescenta, o próximo Governo não deverá ter maioria absoluta e as propostas dos partidos ganham um peso acrescido na Assembleia da República.

A aprovação de um estatuto que veio dividir a carreira de professor em duas e a aplicação de um novo modelo de avaliação de desempenho que consagra a existência de quotas continuam a ser as matérias mais contestadas pelos docentes.

A manifestação de amanhã está marcada para as 15h00, com concentração no Marquês de Pombal e desfile até aos Restauradores.