Crise na Educação

Manuel Alegre saúda recuo do Governo

12 novembro 2008 0:20

Cristina Figueiredo

Cristina Figueiredo

Editora de Política da SIC

O histórico socialista apresentou hoje o número 2 da revista online "Ops" (Opinião Socialista), dedicado à Educação, e reafirmou publicamente o conteúdo do editorial onde tece duras críticas a Maria de Lurdes Rodrigues.

12 novembro 2008 0:20

Cristina Figueiredo

Cristina Figueiredo

Editora de Política da SIC

Manuel Alegre saudou o aparente recuo do Governo, que esta tarde fez saber que as avaliações dos professores só terão efeito prático daqui a quatro anos: "Não é vergonha nenhuma. É sinal de inteligência política", afirmou o deputado socialista.

Falando perante jornalistas e cerca de três dezenas de pessoas (entre as quais Helena Roseta e Ana Benavente) que assistiam à conferência que assinalou o lançamento do segundo número da revista bimestral "Ops" - por coincidência dedicado ao actualíssimo tema da Educação - Alegre reafirmou as críticas à ministra da Educação, responsável, no seu entender, por "um clima de guerra civil" e uma "tensão permanente" a que urge pôr fim.

O deputado e ex-candidato presidencial confessara-se "profundamente" chocado com "a inflexibilidade da ministra e o modo como se referiu à manifestação, por ela considerada como forma de intimidação ou chantagem, numa linguagem imprópria de um titular da pasta da educação e incompatível com uma cultura democrática".

Escrevera ainda: "Tendo nascido em 1936 e tendo passado a vida a lutar pela liberdade de expressão e contra o medo, estou farto de pulsões e tiques autoritários, assim como de aqueles que não têm dúvidas, nunca se enganam, e pensam que podem tudo contra todos".

Ontem à tarde, no hotel Altis - palco habitual das 'festas' socialistas -, Alegre voltou subtilmente a invocar o seu passado de resistente anti-fascista para alertar o Governo do seu partido e, em particular, Maria de Lurdes Rodrigues: "Ter sempre razão, contra tudo e contra todos, não é viável em democracia".

No final, exortou sindicatos ("que também têm culpas no cartório") e Executivo ("principalmente o Ministério da Educação, mas não só") a "pelo menos fazerem um esforço" e lerem alguns dos contributos deixados na Ops por professores e outros responsáveis educativos. Uma revista que Alegre gostaria que passasse do online para o papel. Pelo menos desta vez.