13 julho 2007 0:06
13 julho 2007 0:06
Na campanha de Ruben de Carvalho, os contactos directos com populares não se esgotam em arruadas: algumas culminam num pequeno comício. Numa manhã quente, Ruben sobe a Rua Morais Soares. O passeio torna-se pequeno para o numeroso grupo de apoiantes, jornalistas e peões de ocasião. Para o candidato fica um estreito carreiro, o que lhe limita os movimentos.
A abordagem de quem passa é quase sempre feita num mesmo tom um sorriso afectuoso e sóbrio. O profissionalismo do candidato esconde vislumbres de timidez. O sol que torrava a manhã não o fez despir o blusão de mangas compridas. Foi assim, em ritmo lento, ao som de uma charanga que tocava marchas de Lisboa, que foi da Praça do Chile à Praça Paiva Couceiro.
Há excepções. O primeiro momento de exaltação acontece quando lhe oferecem um cravo vermelho. Com um beijo agradece o gesto. Ao cruzar-se com apoiante de há muitos anos, o aperto de mão é complementado com duas palmadinhas nas costas. A dois jovens renitentes em receber um cartaz, é Ruben quem toma a iniciativa de dirigir a palavra. E estende-lhes a mão para o cumprimento final.
A notoriedade individual está, à partida, condicionada. A acção é enquadrada pela lógica do colectivo. Sobressai a organização nem sempre infalível, pois numa arruada em Marvila eram mais os jornalistas que os populares. E são relevados os ideais do projecto. Isso mesmo sublinha Ruben quando evoca o lema dos eleitos da CDU: Trabalho, Honestidade, Competência. Na campanha do candidato comunista tudo parece bem feito, tudo está no lugar certo, mas não há espaço para emergir o cabeça-de-lista.
Iniciativas acompanhadas: dia 6, na Rua Morais Soares; dia 9, em Marvila.