13 julho 2007 0:03
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A campanha de José Sá Fernandes, apesar de apostar num estilo pessoal, é a mais orgânica entre os candidatos independentes (inseridos em partidos ou nos movimentos cívicos). A máquina do Bloco de Esquerda embora as bandeiras tenham a cor do Zé, o verde, e não o símbolo bloquista está ao seu lado. A charanga, onde pontificam as gaitas de foles, dá a música.
O ambiente, no sábado de manhã, em Benfica, convida à distensão. Tá boa? Dê cá um beijinho. Sá Fernandes avança de forma serena e descontraída. Quando se detém em conversa, aponta as soluções para a zona. Fará o mesmo, dias depois, em Campo de Ourique, ao fim da tarde. Dos candidatos que já passaram pela Câmara é o que tem o discurso mais anti-sistema. E verdade se recorde passou por ele a agitação de muitas águas turvas. No trato, é o mais coloquial. Sabe quem eu sou? Não dá tempo para a resposta. Sou o Zé. Oferece um cartaz da candidatura. Gosta mais de mim na foto ou ao natural?.
A gama de recursos não se esgota neste quase tu-cá-tu-lá. As poucas pessoas no Jardim da Parada, em Campo de Ourique, que ocupam os bancos, merecem um atendimento personalizado. A apresentação do Zé, acompanhado e muitas vezes antecedido pelo Chico (Francisco Louçã), é a mais protocolar e cortês (à moda antiga, por assim dizer) que se viu por estes dias. E tratando-se de senhoras, a vénia e o cumprimento parecem os de gentlemen de antanho. É assim mesmo o charme da esquerda caviar.
Iniciativas acompanhadas: dia 7, Benfica; dia 10, Campo de Ourique.