17 março 2008 17:28
Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo preocupados com impactos da localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete. Ambientalistas contestam consulta pública.
17 março 2008 17:28
O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (INCB) manifestou reservas sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete.
Num parecer emitido na fase de consulta pública de avaliação ambiental estratégica do "Estudo para Análise Técnica Comparada das Alternativas de Localizaçao do Novo Aeroporto de Lisboa na zona da Ota e no Campo de Tiro de Alcochete", que hoje terminou, o INCB considera que a localização da infra-estrutura em Alcochete implica o atravessamento de zonas ambientais sensíveis, nomeadamente, a Zona de Protecção Especial (ZPE) e estuário do Tejo.
Para o INCB, a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA) implica a passagem das aeronaves pela ZPE a menos de 2.000 pés de altitude, o que pode violar o limite de 1.000 pés legalmente estabelecido: "nesse caso, o cenário só será possível de aprovação se for demonstrado a ausência de alternativas de localização".
Também, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo manifestou a sua preocupação com as questões ambientais e de ordenamento do território, realçando a "necessidade de de adoptar um modelo de ocupação do território sustentável e que restrinja o consumo de espaço ao essencial, tendo em vista a criação de um modelo de económico viável".
A associação ambientalista de Quercus afirma por sua vez, que "não estão reunidas as condições para poder decidir em consciência e de forma responsável por uma ou outra localização".
Segundo a Quercus, o estudo que presidiu avaliação ambiental "foi definido de forma a consubstanciar uma decisão aparentemente já tomada, tendo o seu objecto de avaliação sido claramente delimitado de forma a satisfazer as necessidades".