Presidente timorense não teme pela sua segurança

Ramos Horta regressa a Díli na quinta-feira

13 abril 2008 12:32

Chefe de Estado de Timor-Leste, José Ramos Horta, volta quinta-feira ao país, mais de dois meses após o atentado que quase lhe custou a vida.

13 abril 2008 12:32

O presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, assegurou hoje que não teme pela sua segurança quando voltar quinta-feira ao país, mais de dois meses após o atentado que quase lhe custou a vida.

Ramos Horta, numa declaração feita na cidade australiana de Darwin, referiu que já se encontra quase plenamente recuperado dos ferimentos e que retomará as suas tarefas de chefe de Estado logo a partir do momento em que ponha de novo os pés em Timor-Leste.

"Deus e os timorenses estão do meu lado", disse o presidente para justificar a sorte que teve quando um projéctil passou a apenas dois milímetros da sua coluna vertebral, mas sem a danificar.

O Nobel da Paz abandonou em 19 de Março o hospital onde esteve internado desde o atentado que sofreu em 11 de Fevereiro.

Ramos Horta foi atingido com três balas, duas nas costas e uma no estômago, tendo recebido assistência de urgência em Dili antes de ser transferido para Darwin, onde foi sujeito a várias operações e de onde saiu há três semanas da unidade de cuidados intensivos.

Major Reinado morreu e Xanana saiu ileso 

O líder de Timor-Leste foi atacado diante da sua casa por soldados amotinados leais ao comandante Alfredo Reinado, que morreu no tiroteio, enquanto que o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmao, saiu ileso no mesmo dia de outro ataque contra o seu veículo.

Reinado liderou em meados de 2006 protestos de 599 militares expulsos do exército por insubordinação, que desencadearam uma vaga de violência em que morreram 37 pessoas e cerca de 100 mil tiveram de abandonar as suas casas.

A crise determinou o envio para o país de forças de paz estrangeiras sob comando da Austrália e das Nações Unidas e levou à demissão do então primeiro-ministro, Mari Alkatiri.