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Cinema

Festival de Cannes: Martin Scorsese filma a ganância da América branca

Robert de Niro e Leonardo DiCaprio em "Killers of the Flower Moon"
Robert de Niro e Leonardo DiCaprio em "Killers of the Flower Moon"
Melinda Sue Gordon

“Killers of the Flower Moon” centra-se no assassinato metódico dos índios Osage nos anos 20 do século passado às mãos de um fazendeiro do Oklahoma sem escrúpulos. É um épico de produção à mesma escala, com Robert de Niro, Leonardo DiCaprio e Lily Gladstone no elenco. Produzido pela Apple, chegará às salas (e logo de seguida ao streaming) em outubro

Ao longo da sua obra, agora em fase outonal, esta é a primeira vez que Martin Scorsese tem a palavra 'assassinos' no título de um filme. É certo que o título nem veio dele, mas do livro homónimo de David Grann que o filme adapta. Tal como é certo que 'killers' foi coisa que nunca faltou nestas paragens. Mas Scorsese nunca os tratou assim, a chamar os bois pelos nomes. Fez sempre uso de uma certa distância, com ironia. Tratou-os, por exemplo, por “bons rapazes” (“goodfellas”). Toda a gente se lembra que eles eram maus como as cobras e que os remorsos lhes valeram de pouco.

“Killers of the Flower Moon” é pesado que nem chumbo – tem o peso da História da América do século passado. É um filme sobre a maldade e o remorso, ou a falta dele. E sobre o perdão. O facto de o próprio Scorsese intervir num determinado momento para nos recordar, já mais de três horas de filme passadas (para 3h26 de duração final), que este é um filme biográfico baseado em factos e em gente estupidamente cruel que existiu mesmo (tal como os “goodfellas”, de resto), é uma dose acrescida de responsabilidade.

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