“Un tournant de la vie”, de Christine Angot, foi o ponto de partida para “Com Amor e Com Raiva”, filme nas salas portuguesas onde vemos como as suas “três personagens evoluem” - muito além do sexo. A cineasta francesa, que também estreou “Stars at Noon – Paixão Misteriosa” este mês, fala ao Expresso sobre as duas longas-metragens
Claire Denis teve um extraordinário ano de 2022 passado em azáfama que se adequa ao seu espírito indomável. Tem 76 anos, diz o cartão de identidade. De cabeça, continua uma adolescente aventureira. Angustiada pelo marasmo que a pandemia trouxe à vida das pessoas, concluiu no ano passado não uma, mas duas longas-metragens, tão diferentes e tão complementares - são novos inquéritos aos corpos, ao ciúme e ao desejo que os une, assunto de eleição da sua obra. E ambos adaptam romances. “Com Amor e Com Raiva” chegou às salas este dia 9 depois da estreia em Berlim, onde Denis venceu o Urso de Prata de Melhor Realização. Tem Juliette Binoche e Vincent Lindon no elenco. “Stars at Noon – Paixão Misteriosa” apareceu por cá uma semana depois, foi rodado no Panamá, em inglês, com atores anglo-saxónicos. A protagonista é Margaret Qualley. E trouxe de Cannes um Grande Prémio, o segundo mais importante depois da Palma de Ouro. Tudo isto num só ano! “Venha ver-me ao Porto no fim do mês, ao Cinema Batalha, vou lá estar a apresentar os meus filmes”, contou-nos em Janeiro nos encontros Unifrance. Afinal foi ela que não veio, adoeceu de véspera.
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