Artes Plásticas

Museu Coleção Berardo está entre os 100 museus mais visitados do mundo, mas o sector ainda não recuperou os números pré-pandemia

Museu Coleção Berardo está entre os 100 museus mais visitados do mundo, mas o sector ainda não recuperou os números pré-pandemia
José Fernandes

Os maiores museus do mundo lutam para recuperar visitantes, à excepção do Louvre, que já pensa restringir o número de entradas, para prevenir enchentes. Numa lista de 100, o Museu Colecção Berardo (em 96º lugar) é a única instituição portuguesa representada. Teve mais de meio milhão de visitantes, em 2022

Em 2022, 141 milhões de visitantes pagaram para entrar em 100 museus, conclui um estudo realizado pela publicação “The Art Newspaper”. O número confirma a tendência de retoma pós-pandémica que já se havia anunciado no ano anterior, mas fica muito abaixo do registado em 2019, quando o número de entradas pagas ultrapassou os 230 milhões.

A guerra na Ucrânia, e logo o consequente isolamento da Rússia, assim como as políticas de Covid zero chinesas, são algumas das razões que justificam este resultado, num momento em que o turismo recupera e a situação económica e financeira se detiora.

LOUVRE PODERÁ RESTRINGIR ENTRADAS

Mas há também exceções. É o caso do Museu do Louvre, que registou 7,7 milhões de visitantes, ocupando assim o top mundial dos mais visitados dos 100 museus considerados. Segundo a publicação, já está em cima da mesa a hipótese de restringir o número de entradas no Louvre, de modo a evitar enchentes.

“The Art Newspaper” salienta ainda a posição do British Museum e da Tate Modern, que reconquistam o seu lugar nos cinco museus mais visitados, mas que não apresentam crescimentos tão acentuados como os dos seus rivais internacionais. Em segundo lugar, no top 5 – responsável por 40 milhões de visitas – aparece o Vaticano com um crescimento de 215 por cento face ao ano passado, e 5 milhões de entradas. Em quinto lugar está o Museu Nacional da Coreia, em Seul, com 3,4 milhões e um crescimento de 170 por cento.

Há apenas uma entrada que representa Portugal. Trata-se do Museu Coleção Berardo, com 617 milhões de entradas, mais 116 por cento do que em 2021, ocupando o 96º lugar. “The Art Newspaper” regista uma quebra significativa nos museus do Reino Unido, destacando o facto da The National Gallery ter perdido mais visitantes do que qualquer um dos outros que foram incluídos no estudo.

Os casos felizes tiveram lugar na Burrell Collection em Glasgow que reabriu em março de 2022, alcançando um número de visitantes superior ao pré-pandémico; e em Edimburgo com o National Museum of Scotland a registar dois milhões de visitantes e a Scottish National Gallery 1,3 milhões. A exposição com melhor aceitação foi “Fashioning Masculinities: The Art of Menswear”, no Victoria e Albert Museum, ao que se seguiu “Surrealism Beyond Borders” na Tate Modern, e “Bacon: Man and Beast, na Royal Academy of Arts.

Em toda a Europa houve casos em que o crescimento do número de visitas ficou abaixo dos 20 por cento, como foi o caso por exemplo do Petit Palais e do Museu d’Orsay, ambos em Paris, e outros em que os últimos meses de 2022 deram lugar a um significativo aumento do número de entradas, como foi o caso do Galleria dell’ Accademia, em Florença.

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