Em 2024, quando se cumprirem dez anos sobre a morte de Gabriel García Márquez, os leitores terão motivos para sorrir. Porque, além de celebrar a memória do grande escritor colombiano, poderão ter nas mãos um novo livro seu.
“En Agosto Nos Vemos” é o título do romance inédito que a editora Penguin Random House anunciou estar na calha para sair no ano das comemorações daquele dia de abril de 2014 em que Gabo fechou os olhos para sempre. São 150 páginas nas quais ele trabalhou desde os aos 1990, mas que nunca chegou a publicar, e que se encontravam no Harry Ransom Center da Universidade do Texas, junto a outros documentos seus ali depositados.
Em novembro de 1999, o biógrafo George Martin (autor de “Gabriel García Márquez: A Life”, 2009) conta que, ao visitar o autor na Cidade do México, o encontrou “mais magro do que alguma vez o tinha visto e com muito pouco cabelo”. Recuperava-se de um cancro, mais exatamente de um linfoma, mas estava, mesmo assim, “cheio de vigor”. Deve ter sido por isso que, meses antes, em março, se tinha deslocado a Madrid para participar no Fórum da Sociedade Geral de Autores, ocasião que aproveitou para ler ao público presente — do qual faziam parte políticos como Filipe González e Mariano Rajoy — um relato, explicando tratar-se do primeiro capítulo de um romance intitulado “En Agosto Nos Vemos”.
O que Gabo leu era o começo da história de Ana Magdalena Bach, uma mulher de 52 anos que, anualmente, viajava sozinha a uma ilha do caribe a fim de depositar flores na campa da mãe. Numa dessas viagens, ficou a saber que o cemitério iria deixar de o ser, pelo que ela deveria encontrar outra morada para a campa. Mas a surpresa não terá ficado por aí, uma vez que a protagonista, casada há 23 anos, se permitiu viver uma aventura amorosa.
Segundo escreveu, na altura, a jornalista Rosa Mora, do “El País, antes de iniciar a leitura García Márquez pedira silêncio, rogando humoristicamente “aos que se aborrecessem que saíssem sem fazer barulho, para não acordar os que tiverem adormecido”. Mas o público ouviu o escritor sem um único ruído “ou tosse” — e, o que é ainda mais raro, sem telemóveis a tocar.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LLeiderfarb@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes