A imagem de Veloso Salgado, incluindo a de retratista de notáveis, foi sendo corrigida e ampliada ao longo do tempo. “De Lisboa a Wissant”, exposição no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa, mostra obras do mestre, dos seus mestres, dos colegas portugueses de Paris do pintor e de encontros na Bretanha e em Wissant
Mestre Salgado foi um mestre indiscutível no seu tempo, através de uma afirmação determinada e contínua que conduziu o jovem galego natural de Melon, emigrado aos 10 anos para Lisboa, a fim de trabalhar na litografia do seu tio, aos lugares cimeiros da arte oficial do país que o acolheu e que lhe deu a nacionalidade em 1888, precisamente no mesmo ano em que obtém uma bolsa de estudo para Paris e Roma e é admitido na Escola de Belas Artes de Paris, entrando para o atelier do famoso académico Alexandre Cabanel.
Antes disso, iniciara a sua formação como litógrafo na oficina do tio, a Litografia Lemos, com aperfeiçoamento da prática entre 1878 e 1880, bem como, na mesma data, pela frequência de um curso para operários da Academia de Belas Artes, fora das horas de serviço laborais. No ano seguinte, matricula-se na Academia onde é aluno do escultor Simões de Almeida e do pintor Ferreira Chaves, que lhe dá a classificação máxima, 20 valores. Desde este início que se percebe uma grande capacidade de corresponder ao que lhe é exigido e ao que dele esperam os mestres, os oficiais ou os artistas que mais admira, capacidade mimética que o percurso de bolseiro confirma, quer na academia parisiense quer nas viagens a Itália, e, sobretudo à Bretanha e ao Norte de França, Pas de Calais e Wissant.
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