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Por fim, Ricardo Pais reencontra “Longa Jornada para a Noite”, de Eugene O’Neill: “É um dia em que se conta o enredo da vida”

Emília Silvestre e Simão do Vale Africano, na encenação de Ricardo Pais
Emília Silvestre e Simão do Vale Africano, na encenação de Ricardo Pais
João Tuna/TNSJ

Ricardo Pais encena uma das mais gigantescas peças do século XX, “Longa Jornada para a Noite”, de Eugene O’Neill. É um projeto com quase 20 anos e um ato de resistência. Estreia-se esta quinta-feira no Teatro Nacional de São João, no Porto, e o Expresso assistiu aos ensaios

É um detalhe, uma coisa pequena, um pormenor. Por alguma razão, persistiu em ficar na memória, de tal forma que, ao tentar escrever sobre a peça, sobre o espetáculo, é esse detalhe que insiste em ser uma espécie de guia; ou melhor, talvez nem tanto; ser aquilo que desencadeia uma série de pensamentos, que têm de caber na forma de frases.

É uma coisa que acontece durante a peça, numa situação em que há pessoas e há bebidas; há garrafas, com água e com whiskey; há copos. Tudo normal; o que é menos normal é que, a certa altura, alguém pegue no jarro ou na garrafa da água, e verta água para dentro da garrafa de whiskey. Aconteceu durante um dos ensaios, e só por ter podido assistir a três dias seguidos de ensaios é que aquele gesto, um dia, ficou no meu olhar. Pensando nisso, muito daquilo que é importante na peça pode ser pensado e referido a partir daquela situação. O álcool, necessariamente, um elemento que atravessa a peça toda, uma força de atração gigantesca para algumas das personagens, uma força dramatúrgica decisiva numa rede de relações sempre em tensão.

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