
Por enquanto são 13 os títulos da literatura mundial que se afiguram candidatos à distinção, que premeia tanto os autores como tradutores das obras para a língua inglesa. A shortlist, que reduz a lista para seis títulos, será anunciada a 23 de maio
Por enquanto são 13 os títulos da literatura mundial que se afiguram candidatos à distinção, que premeia tanto os autores como tradutores das obras para a língua inglesa. A shortlist, que reduz a lista para seis títulos, será anunciada a 23 de maio
Jornalista
Leïla Slimani, escritora franco-marroquina a residir em Lisboa, e presidente do júri do International Booker Prize, já disse que a edição de 2023 “celebra a variedade e a diversidade da produção literária dos nossos dias”. Esta terça, a divulgação da longlist do mais prestigiado prémio para romances escritos em todas as línguas desde que traduzidos para o inglês dá conta disso mesmo: são 13 nomes entre os quais três cujas línguas maternas — búlgaro, catalão e tâmil — nunca tinham sido contempladas antes no âmbito do certame.
Uma delas, o tâmil, surge pela mão de Perumal Murugan, professor de literatura neste idioma falado no sul da Índia e no oeste e norte do Sri Lanka. Com o livro “Pyre”, aborda a temática do casamento entre castas diferentes num país que só as aboliu na legislação, mas onde continuam a fazer parte do funcionamento social. Autor de nove romances, e um dos autores mais prestigiados na Índia, autodeclarou-se “morto” como escritor em 2015, após uma controvérsia que envolveu o seu livro “Maadhorubaagan” (em inglês 'One Part Woman), que chegou a ser queimado por grupos religiosos hindus. Mas ‘resuscitou’ após uma senteça favorável em tribunal.
Georgi Gospodinov, nascido em Yambol, Bulgária, e já traduzido para 25 línguas, concorre com “Time Shelter”, o seu terceiro romance, sobre uma clínica que trata doentes de Alzheimer por meio da recriação exaustiva do passado — segundo a recensão crítica no “The Guardian”, em 2022, este é o cenário perfeito “para o narrador explorar o século XX na Europa através dos pontos de fuga de indivíduos traumatizados ou quebrados”. Nesse mesmo ano, Gospodinov venceu o Prémio Strega. A última das línguas estreantes, o catalão, está representada por Eva Baltasar, poeta e escritora nascida em Barcelona, em 1978. Integra a longlist com “Boulder”, o segundo volume de uma trilogia que explora as vozes de três mulheres a viverem em tempos distintos, iniciada em 2018 com o premiado “Permagel” [em espanhol “Permafrost”].
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