Muitos fixaram o britânico Steve McQueen pelo seu trabalho no cinema e por filmes como “Fome”, “Vergonha”, “12 Anos Escravo” (que o levou aos Óscares), ou mais recentemente pela notável série da Amazon “Small Axe”, em que ele tomou o pulso à história da comunidade caribenha na Londres da passagem dos anos 60 para os 70. A denúncia e a luta contra o racismo têm sido, de resto, uma das maiores preocupações desta obra que McQueen descreve como humanista e que, no caso da peça que nos traz aqui, está diretamente relacionada com a história do cinema. Convém recordar contudo que McQueen, ele próprio londrino e filho de imigrantes daquela origem, chegou ao cinema muito depois de se ter notabilizado nas galerias, gozando de invejável prestígio nesse meio artístico. O seu trabalho em película e em vídeo, sob forte influência de Andy Warhol, já era sobejamente conhecido em 2008, data da primeira longa-metragem, nunca depois disso deixou ele de dar seguimento a essa vertente do seu trabalho. McQueen esteve há dias em Roterdão, no âmbito do festival de cinema (termina este domingo), para apresentar finalmente a instalação vídeo comissionada para a edição de 2021, por ocasião do 50º aniversário do evento. Nessa altura, a pandemia tornou o festival ‘virtual’ (bem como a edição do ano seguinte) e o streaming impôs-se às salas e às sessões com público, travando igualmente a exibição de “Sunshine State” — agora sim, se pode dizer, um trabalho extraordinário!
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