Cultura

Morreu António Mega Ferreira. "Foi um dos melhores da minha geração", recorda Marcelo

Morreu António Mega Ferreira. "Foi um dos melhores da minha geração", recorda Marcelo
João Lima

Jornalista, escritor, poeta, António Mega Ferreira tornou-se conhecido da maioria dos portugueses como comissário da Expo 98. Presidente e primeiro-ministro já lamentaram morte do escritor e gestor cultural

Morreu António Mega Ferreira, jornalista, escritor, poeta, o “homem da Expo”, como muitos o conhecem. A morte foi dada a conhecer pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site da Presidência. “Foi um dos melhores da sua e minha geração”, escreve o chefe de Estado.

Nascido em Lisboa, em 1949, António Mega Ferreira estudou Direito e Comunicação Social. Foi jornalista no Expresso, na RTP e no “O Jornal”. Foi chefe de redação da agora RTP2 e do Jornal de Letras. Foi escritor, tradutor, poeta e gestor cultural. Liderou a candidatura de Lisboa à Expo 98 (foi, com Vasco Graça Moura, um dos seu criadores) e foi, depois, seu comissário executivo e presidente da parque Expo e do Oceanário. Entre 2006 e 2012 foi presidente da Fundação CCB.

Marcelo Rebelo de Sousa, que o conheceu bem, diz que o recorda “já com saudade” e lembra o percurso comum. “Colega desde o Liceu Pedro Nunes até ao fim do curso na Faculdade de Direito de Lisboa, um amigo de sempre, jornalista da imprensa e da televisão, editor, ficcionista, ensaísta, cronista, poeta, tradutor, gestor cultural, António Mega Ferreira foi uma das figuras mais dinâmicas da cultura portuguesa do último meio século”, escreve o Presidente.

Todos conhecem o seu papel na Expo 98, que não foi só um evento temporalmente situado, mas um momento transformador de Lisboa, a cidade sobre a qual Mega Ferreira apaixonadamente escreveu”, continua Marcelo, para quem o trabalho de Mega Ferreira na Expo e no CCB deixou “um pouco na sombra” a sua faceta de escritor. Mas, continua a nota presidencial, as duas últimas décadas mostraram “um renovado empenho nas obras de criação, fossem poemas, romances biográficos, livros de crónicas ou de viagens, monografias, ensaios cultos, até ao seu último livro, um dicionário de palavras que deixámos de usar, mas que mantêm o travo da história vivida e da História coletiva”.

“Esteta, entusiasta, erudito, conviviam na personalidade de Mega Ferreira o comprometimento cívico e a distância irónica. Foi um dos melhores da sua e minha geração no campo da cultura. Presto-lhe a minha homenagem sentida”, conclui o Presidente da República.

“Um dos mentores da Lisboa contemporânea”, lembra Costa

Também o primeiro-ministro já lamentou a morte de Mega Ferreira, lembrando como foi “um notável jornalista e importante pensador e criador cultural”.

“Ficará para sempre como um dos grandes mentores da Lisboa contemporânea. Sonhou e concretizou a Expo-98. Não como evento, mas como uma nova parte da cidade que amava”, escreveu António Costa na rede social Twitter.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: elourenco@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas