Cultura

Quadro de Klimt sem danos após ter sido atacado por dois ativistas pelo clima em Viena

Museu Leopold, em Viena, Áustria
Museu Leopold, em Viena, Áustria
Thomas Kronsteiner

Depois de avaliar o estado da pintura “Morte e Vida”, o museu confirmou que o quadro, protegido por um vidro de segurança com mais de 200 quilos, não sofreu danos

A obra “Morte e Vida” de Gustav Klimt (1862-1918), atingida esta terça-feira com um líquido preto por dois ativistas, não sofreu danos e já decorrem intervenções para a reabertura da sala no Museu Leopold, em Viena.

Depois de avaliar o estado da pintura, a equipa de restauradores do museu confirmou que o quadro, protegido por um vidro de segurança com mais de 200 quilos, não sofreu danos.

“Os restauradores chegaram perto da obra cinco minutos depois do incidente e podemos garantir que o líquido apenas espirrou no vidro e não danificou a pintura”, adiantou à agência Efe o diretor do museu, Hans Peter Wipplinger.

O grupo “Última geração”, ao qual pertencem os dois ativistas, divulgaram este protesto na sua conta na rede social Twitter, explicando que o material que atiraram contra o quadro, inicialmente descrito como “petróleo” pelos media austríacos, é um líquido oleoso preto, mas não tóxico e não nocivo.

Por ocasião de um feriado regional, a entrada no Leopold foi gratuita esta terça-feira, patrocinada pela petrolífera OMV.

Apesar dos rígidos controlos, os ativistas conseguiram introduzir aquele líquido numa garrafa de água quente.

Um dos ativistas sublinhou, depois de atirar o líquido contra a obra: “Sabemos do problema há 50 anos, devemos agir de uma vez, senão o planeta acabará destruído”.

“Parem a destruição com os combustíveis fósseis. Estamos a caminhar para um inferno climático”, acrescentou, descrevendo novas perfurações de petróleo e gás como uma sentença de morte para a humanidade.

Um segurança conduziu um dos ativistas para longe do quadro enquanto o outro manifestante se agarrou ao vidro que protegia a obra. Os dois acabaram detidos pela polícia.

O responsável do museu de Viena sublinhou que entende a preocupação dos dois jovens com a crise climática, mas salientou que não partilha os seus meios.

“Ativistas e museus não se devem desentender. Devemos trabalhar juntos para que as gerações futuras possam viver melhor e desfrutar da arte”, defendeu Wipplinger.

Na semana passada, dois outros ativistas do mesmo grupo colocaram adesivos em fósseis de dinossauros intactos no Museu de História Natural de Viena, para criticar a destruição climática causada pelos hidrocarbonetos.

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