Cultura

Livro Branco estuda cumprimento dos deveres de serviço público pela RTP

Livro Branco estuda cumprimento dos deveres de serviço público pela RTP
PEDRO PINA

Cinco especialistas, coordenados pela investigadora Felisbela Lopes, irão analisar e elencar os desafios da emissora pública de televisão. Trabalhos vão durar cinco meses

A Comissão do Livro Branco sobre o serviço público de rádio e televisão tem como objetivo "elencar os desafios" que o setor enfrenta e "anteceder e preparar a revisão do contrato de concessão da RTP", divulgou hoje o Governo.

Na proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), entregue no parlamento em 10 de outubro, estava prevista a criação de uma Comissão do Livro Branco sobre o tema. E, num encontro de quadros da RTP, esta segunda-feira, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou os nomes que fazem parte da comissão que vai elaborar "um livro branco sobre o serviço público de rádio e de televisão" com o "objetivo" de "elencar os desafios que o setor enfrenta hoje, num contexto de profunda mudança, de modo a anteceder e a preparar a revisão do contrato de concessão da RTP", lê-se em comunicado. Esta comissão tem seis elementos e será coordenada pela professora da Universidade do Minho Felisbela Lopes.

"Integram a comissão seis personalidades de reconhecido mérito na área de atividade em análise, especialmente qualificadas pela via profissional ou pelo seu percurso académico", sendo que "a preocupação foi a de fazer coincidir experiência e conhecimento numa reflexão considerada crucial para sustentar uma futura proposta de revisão do contrato", refere a nota do ministério da Cultura.

A comissão vai funcionar durante um período de cinco meses e "deverá refletir sobre a evolução que o serviço público de rádio e televisão registou nas últimas décadas no contexto europeu, reflexo de profundas mudanças tecnológicas e sociais que a pandemia acelerou e que causam forte impacto nos modos de consumo de rádio e de televisão, como a emergência do 'online' e do 'streaming'".

Pedro Adão e Silva, citado no comunicado, referiu que a tarefa confiada à Comissão é "uma necessidade porque a RTP tem de acompanhar as transformações que atingem o setor e as mudanças nos hábitos de consumo" e "uma oportunidade porque existe tempo para promover uma reflexão baseada no conhecimento e na informação, que resulte num serviço público mais atual e sustentado".

Em Portugal, acrescentou o governante relativamente à metodologia adotada pelo Governo neste processo, existe "a prática de promover debates públicos depois de existir uma proposta de decisão".

Mas, "a ideia aqui é promover uma auscultação estruturada do setor antes da decisão, baseando este exercício na combinação do conhecimento académico com a experiência profissional", acrescenta.

A Comissão do Livro Brnco é composto por Felisbela Lopes (coordenação), professora da Universidade do Minho, onde é diretora do doutoramento e do departamento de ciências de comunicação; Catarina Burnay, professora associada da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP); Clara Almeida Santos, professora auxiliar no departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), onde se doutorou; Francisco Sena Santos, jornalista e docente de Jornalismo Radiofónico (ESCS, ETIC, CENJOR); Jorge Wemans, fundador do jornal Público, Provedor do Telespetador da RTP, diretor de Informação da Lusa, entre outros; e Rui Romano, que foi realizador de programas de informação, noticiários, debates, noites eleitorais e eventos desportivos, foi subdiretor de informação e membro do Conselho de Opinião da RTP (eleito pelos trabalhadores) entre 2016 e 2018.

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