Uma boneca nua azul como uma smurfette parece arrancar um bocado de uma pintura; uma figura feminina amarela faz o pino para enterrar a cabeça no chão; outra, negra, pendurada no plinto, prepara-se para comer um gelado maior que ela; enquanto uma espécie de figura de convite aponta para um pote onde se lê “Very very rare”. O universo de Adriana Proganó, a mais recente vencedora do Prémio Novos Artistas EDP, é daqueles que metade do mundo da arte adora reduzir a uma “bonecada” enquanto a outra celebra como extremamente iconoclasta. Talvez valha a pena tirar outras conclusões. O seu sucesso significa a chegada à primeira visibilidade de uma nova cultura de desinibição, colorida no imaginário, livre na referência ao desejo e ao sexo e com um humor arriscado, mesmo quando os temas são dramáticos ou complexamente identitários. Uma atitude que tem outros protagonistas e que, de algum modo, é um corte com conjunturas anteriores mais austeras.
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