Cultura

Tiago Rodrigues defende pacto por um maior investimento na Cultura, sob pena de asfixia total do setor

Tiago Rodrigues
Tiago Rodrigues
TIAGO MIRANDA

O encenador e dramaturgo português, a viver em França, reconheceu a resistência do setor cultural em Portugal. Mas diz que são necessários mais recursos

O encenador português Tiago Rodrigues afirmou esta terça-feira, numa entrevista ao Clube de Jornalistas, que é necessário promover uma mudança de visão política e avançar para um "pacto de regime", de forma a promover um maior investimento na criação artística. Se nada for feito, alerta, "a prazo, vai ser a asfixia total" do setor cultural.

A viver atualmente em França, onde dirige o Festival de Avignon, Tiago Rodrigues foi contundente na sua avaliação: “Estamos tão longe, tão atrasados historicamente, que é preciso uma decisão por um ano, uma legislatura, que a cultura e as artes fossem uma prioridade política. O que faz falta - além de animar a malta - é mudar a realidade absolutamente ridícula daquilo que é o investimento do Estado na criação artística. Enquanto a realidade não mudar todas as ótimas ideias vão falhar.”

As declarações foram feitas no âmbito de uma parceria do Clube de Jornalistas com a agência Lusa e a Escola Superior de Comunicação Social, para assinalar os 50 anos das comemorações do 25 de Abril e dos 40 anos do clube. Tiago Rodrigues disse ainda que quer que a Cultura “por uma vez seja tratada com um mínimo de dignidade”.

"A nossa criação artística é de uma excelência absolutamente inesperada para aquilo que são as infraestruturas, a capacidade e a forma como o Estado se comporta junto da criação artística. Da minha experiência comparativa com o resto da Europa, o que nós conseguimos fazer com tão pouco é absolutamente admirável, mas torna-se trágico", concluiu o encenador.

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