Cultura

Shortlist do Booker Prize com mais velho candidato de sempre. E o romance mais curto da sua história

Shortlist do Booker Prize com mais velho candidato de sempre. E o romance mais curto da sua história

Revelada a shortlist do Booker Prize, já são conhecidos os seis escritores que, em outubro, se habilitam a receber o prémio mais importante da língua inglesa

Anunciada esta terça-feira, a shortlist do Booker Prize chegou com alguns minutos de atraso e foi precedida por dois longos discursos. Mas, no fim, compensou. Os seis livros em língua inglesa selecionados incluem o mais velho autor alguma vez candidato a este prémio, a maior distinção literária da língua inglesa. Esse autor é Alan Garner, de 88 anos, com o romance “Treacle Walker”, uma fábula sobre a amizade e uma “investigação profunda sobre o caráter fluído do tempo”, como escreveu o próprio júri do prémio.

Da lista faz também parte o livro mais curto de sempre a concorrer ao Booker, “Small Things Like These”, com apenas 116 páginas, da irlandesa Claire Keegan — com obra já traduzida para 30 línguas e cujo romance "Foster" foi nomeado pelo "Times" um dos 50 livros mais promissores do século XXI.

Outra consagrada é Elizabeth Strout, com o romance “Oh, William!”. A autora, com livros editados em Portugal pela Alfaguara, vendeu mais de um milhão de exemplares com “Olive Kitteridge” e integrou a longlist do Man Booker Prize em 2016 com “My Name Is Lucy Barton”.

“Glory” de NoViolet Bulamayo pode também vir a receber o prémio em 2022, quando em outubro o vencedor for anunciado. A escritora, de 41 anos, nasceu e cresceu no Zimbabue, e este mesmo livro fez parte da shortlist do Booker em 2013.

Finalista do Pulitzer em 2020, Percival Everett é o único norte-americano da lista. Nascido na Georgia e professor na Universidade da Califórnia do Sul, foi selecionado por “The Trees”, o penúltimo dos seus 23 romances.

Por fim, a escolha de “The Seven Moons of Maali Almeida”, de Shehan Karunatilaka, um dos maiores autores do Sri Lanka, revela como o Booker tentou que as várias línguas que habitam a língua inglesa estivessem representadas.

O júri — presidido por Neil MacGregor e composto por Gaby Wood, Shahidha Bari, Helen Castor, Alain Mabanckou e M. John Harrison — reconheceu que, este ano, procurava para a shortlist autores que “usassem a língua não só para dizer o que se passa, mas para criar um mundo, um universo imaginado”, como disse MacGregor no discurso do anúncio. Assim, as seis obras semi-finalistas “têm momentos de grande humanidade”. São também “curtos, mas não por isso fáceis”, assim como “livros nos quais vale a pena trincar os dentes”.

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