A 19 de agosto de 1839, o cientista francês François Arago anunciou que o Governo de França tinha adquirido um daguerreótipo. O anúncio foi feito numa reunião do Instituto da França, altura em que foi oficializada a invenção da daguerreotipia, que rapidamente se tornaria célebre em todo o mundo e seria considerada uma revolução, capaz de iniciar um novo paradigma de fixação da memória.
O daguerreótipo foi desenvolvido pelo físico, pintor e cenógrafo francês Louis Daguerre, em parceria com Nicéphore Niépce, que por ter morrido no começo de 1833 acabaria por não ter o seu nome associado ao invento. A daguerreotipia consiste na fixação de uma imagem numa placa de cobre revestida com prata e que é exposta a cristais de iodo.
Em Portugal, algumas iniciativas procuram assinalar a data. A Academia Olhares, a 27 deste mês, promove uma visita guiada ao Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, seguido de um seminário prático sobre a cianotipia, um dos processos históricos alternativos da fotografia. Esta técnica manual para imprimir negativos monocromáticos é realizada através de uma emulsão que revela as imagens em vários suportes em diferentes tonalidades de azul, como explica a Academia Olhares na sua página eletrónica.
O Centro Português de Fotografia do Porto celebra o Dia Mundial da Fotografia com uma oficina para famílias. Em “Às Costas do Translúcido”, propõe-se a promover neste sábado o estudo das sobreposições, as sombras e as transparências, características da obra do fotógrafo Fernando Lemos. "Através de manchas e linhas em várias camadas de papel translúcido, explora-se um legado artístico" pode ler-se na divulgação do evento.
Também está prevista a apresentação do catálogo DIGICAM, dedicado a câmaras e equipamentos, com informação sobre a coleção museológica de câmaras e equipamentos fotográficos que se encontra à guarda do Centro Português de Fotografia, da Direção-Geral do Livros e dos Arquivos e das Bibliotecas (CPF/DGLAB).
Nesta plataforma digital, o público poderá explorar livremente a coleção ou optar pela pesquisa direta, usando como termos o nome do objeto, o nome do fabricante ou um local de fabrico, podendo também escolher a categoria ou tipologia que pretende consultar, bem como recorrer a outros filtros de pesquisa, como a data de fabrico e a existência ou não de imagem.
Em Coimbra, o Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC) assinala o Dia Mundial da Fotografia, com a abertura da exposição "António Nogueira Gonçalves. O Poder da Fotografia", comemorando a obra científica de este padre, professor e conservador no MNMC.
As fotografias que compõem a exposição pertencem à coleção de António e Alexandre Ramires, membros da AMIC-Liga de Amigos do MNMC, que as cederam para esta exposição. O museu explica na apresentação que a fotografia de António Nogueira Gonçalves, que acompanha a exposição, pertence à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Ficará patente até 2 de outubro.
Em Lisboa, o Dia Mundial da Fotografia será celebrado com o Ciclo Narrativa, na galeria com o mesmo nome. O principal destaque vai para a presença do fotógrafo italiano Antonio Faccilongo, que apresenta a obra com que venceu a História do Ano do World Press Photo, o mais prestigiado concurso de fotojornalismo do planeta. Às 21h desta sexta-feira será projectado o documentário "Lisboa: Cidade Triste e Alegre", de João Trabulo.
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